Eu edito um jornal chamado “Tribuna do Vale”, folha conhecida nas ribeiras do vale do Paraíba porque já somamos nove anos de circulação, não digo ininterrupta porque o jornal, que era quinzenal, virou mensal, depois, devido aos percalços desse tipo de publicação, ameaçou virar bimensal, passou uns meses sem dar as caras e finalmente vai sair no começo de março.
Esse jornal de extração incerta tem dois defeitos e duas virtudes. Defeitos: é magrinho de páginas e impresso em papel ruim. As virtudes: faz jornalismo com responsabilidade e detesta sensacionalismo barato. Na condição de editor-chefe, repórter, redator, gazeteiro, fotógrafo e diagramador desta folha, quero aqui pedir desculpas públicas aos vinte e poucos assinantes pela ausência forçada do jornal em suas portas por mais de três meses, prometendo como recompensa tirar leite de pedra para não pular nenhuma edição até o final do ano e estendendo suas assinaturas por mais um período, sem custos.
Um sujeito mercantilista um dia me perguntou como é que eu me passava a gastar dinheiro, assumindo prejuízos imorais para meu bolso de aposentado, mantendo um jornal que praticamente não tem assinantes. Fiz ver ao sujeito que você pode ter dividendos sem ser em dinheiro vivo. Esse jornal é uma coisa que eu gosto de fazer, e por isso às vezes me tira da depressão e do isolamento. Essas coisas não têm preço.
É um orgulho inepto manter jornal nessas condições. Incerto é o caminho do jornalismo de interior. Quando não está a serviço de políticos cretinos, vive às custas de verbas oficiais. Meu Tribuna tem alguns contratos institucionais, entretanto, minha independência ainda não foi nem jamais será colocada como moeda de troca nos contratos. Não me serve a carapuça de picareta.
AO JORNAL TRIBUNA DO VALE: ENGENHO SEM FIM, CULTURA E PAZ TB. OBRIGADO PELA MATERIA QUE CITA MEU NOME. UM SONHO REALIZADO AO CONTEMPLAR MEU NOME NO JORNAL TRIBUNA DO VALE. VALEU!...
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