domingo, 31 de janeiro de 2016

POEMA DO DOMINGO



A minha TV é da hora!

Meu soporífico matinal.
Em frente a ela esfaleço...
Pareço até pedestal!
É meu vício predileto
Quase uma síncope de prazer
Alienado regresso
Assim sou eu, e você?
Minha TV sabe o porquê
Eu nem preciso pensar
Ela faz tudo por mim
É um orgasmo no sofá.
Amestrado feito um cão,
Um macaquinho de circo
Basta apertar um botão
E desligar o senso crítico.

Evanio Teixeira/Pilar-PB


quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

A mulher que cria caranguejos de estimação

Beatriz Libório cria caranguejos

Há algum tempo, escrevi uma crônica sobre uma mulher que queria criar caranguejo de estimação.  - http://fabiomozart.blogspot.com.br/2013/10/como-criar-caranguejo-de-estimacao.html

Hoje, recebi uma resposta. Trata-se de Beatriz Libório, de Mesquita, Rio de Janeiro. A mensagem:

“Muito bom! Amei o texto rs, Hoje adotei pela segunda vez um caranguejo. É uma fêmea, filhote.  Chamei-a de Borboleta!  Para confundir mesmo. Aliás, nada melhor do que a curiosidade junto com a surpresa . Abraço!” – Beatriz Libório.

Vamos ouvir aqui uns malas que não acreditam em Deus nem no poder da cura pelo amor aos animais. E ouviremos também uns anjos cuja característica principal é o zelo com quem pisam nessa terra e o carinho com que respiram esse milagre que se chama vida. Eu não acredito nas divindades de pedra, cal, aço e ações malfazejas. Creio no deus discreto que guia as formiguinhas para sua missão na terra, mesmo que seja a de comer os alimentos da despensa dos monges.

“Sua atitude é ridícula e sem sentido”, observa severo o mala metido a pragmático.  “Por que não cria cobra? Acho que você precisa mais de uma cobra...”, lanceta o mala sórdido. “Caranguejo é bom no molho de coco, e mulher deve criar cachorrinhos que servem para lambear xaninhas carentes”, regurgita o machista lascivo.

Na ala dos bons, ouvi primeiro o cara que me ensinou a estar sempre cuidadosamente desprevenido e aberto ao novo, quando escrevo. O nome dele é Guimarães Rosa que pensava que, “se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?”

“A gente ri das pessoas que são apegadas aos bichos. Mas, se pararmos de amar os animais, esse mundo já desmantelado fica na iminência de se acabar de vez”, raciocina a senhorinha piedosa que cria cães abandonados.

Por fim, vem o pensamento de Áurea Gervásio, uma senhora que reflete sobre a reencarnação e a espiritualidade dos animais: “O progresso da civilização tornou mais raras as pessoas capazes de amar a natureza e os animais como a seus próprios semelhantes. Homens hoje em dia trocam animais de estimação por apartamentos e árvores por prédios. No entanto, a natureza intrínseca do ser humano está a conduzi-lo, a cada dia que passa, à consciência de que, desde os ursos polares que estão morrendo no degelo das calotas, até os cães abandonados nas ruas, merecem respeito e sentimento de compaixão dos seres humanos. Onde existe um ser respirando, existe vida, e onde existe vida, tem que haver a consciência universal de proteção e amor.”

E mais não digo nem interrogo.




quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

É oficial: MULTIMISTURA é considerado o programa de rádio web mais chato pelo livro dos recordes

O cigano Beto Palhano e o senhor Marcos Veloso, dois expoentes do Multimistura 

O Guinness Book – O Livro dos Recordes, oficializou registro de que o programa de web rádio brasileiro MULTIMISTURA é o “Programa mais Chato do Mundo”.
O programa já entrou no livro em outros recordes como: “O programa Mais Irritante”, “Os locutores mais gagos”, “O Programa que tem zero de audiência do começo ao fim da programação”, “O programa que é pior do que programa de índio”.
O cigano Beto Palhano declarou que os locutores estão orgulhosos pelos registros do Guinness. “É... é... é... uma vitória para nós... é.... é.... é... o Multimistura é reconhecido internacionalmente. É... é.... é... até em Paris temos ouvintes, que é minha filha”, gaguejou o cigano. 

Emissora de Olinda reproduz o programa “Multimistura”, da Rádio Zumbi


A Rádio Diálogos FM, 90.9, de Olinda, Pernambuco, está retransmitindo o programa MULTIMISTURA, produzido pela Rádio Web Comunitária Zumbi dos Palmares, de João Pessoa. Quem informa sobre a parceria é o radialista comunitário Napoleão Assunção, do movimento de rádios livres e comunitários naquele Estado nordestino.

A Oscip Diálogos é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, que visa à estruturação, promoção e divulgação da cultura e da cidadania, através de ações na área de educação, ambiental, artes e comunicação e também é um dos primeiros Pontos de Cultura em atividades do Município de Olinda. Para isto, a Diálogos concebe e realiza projetos em parceria com outras instituições, como os Ministérios da Cultura e da Educação, a Prefeitura Municipal de Olinda, a Produção e Arte e Terceirização de Serviços Ltda. ME, entre outras. A Rádio Diálogos faz parte do projeto de comunicação popular da entidade.

Diálogos obteve o Prêmio Roquete Pinto, obtido através da execução de um programa de rádio abordando problemas relacionados no mundo dos jovens, porém desconhecidos de crianças e adolescentes, a fim de causar uma reflexão no público alvo ao ter acesso ao programa. Um programa radiofônico de qualidade e acessível a todos, promovendo discussão e maiores esclarecimentos de temas que vão desde sexualidade até esclarecimentos no mercado de trabalho, através de uma rádio novela com temáticas e feituras bastante atuais. 

O programa MULTIMISTURA é uma mesa redonda informal, com abordagem de temas atuais, notadamente pautas de interesse das comunidades periféricas de João Pessoa, com ancoragem de Dalmo Oliveira, Roberto Palhano, Fábio Mozart, Marcos Veloso, Ivaldo Gomes e Ewerton Rodrigo. O programa é gravado às segundas-feiras na Rádio Zumbi dos Palmares e retransmitido em blocos que vão ao ar diariamente às 9, 10, 11 e 12 horas.

O blog Tribuna do Vale, de Itabaiana, também está retransmitindo a programação diária da Zumbi Web.

www.radiozumbijp.blogspot.com
www.tribunadovaleonline.blogspot.com

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Primeira edição do livro de Biu Penca Preta esgota em dois dias

Para quem acha que fuleragem não vende, em dois dias esgotaram-se os sete mil exemplares do livro “Aventuras de Biu Penca Preta no mundo da fuleragem”, movimentando um mercado milionário de literatura de excremento, aliás, de entretenimento, com leitores ávidos, querendo entrar nas intimidades dessa celebridade do mundo da fuleragem, o Biu Penca Preta primeiro e único.
O livro é recheado de lances escabrosos, fatos obscenos e detalhes garabulhentos desse herói da safadeza nesse país de safados. O que significa garabulhento? Eu também desconheço a definição do termo, mas está tudo lá, no livro de Biu, na parte do glossário grosseiro. Afinal, humor também é cultura.

Do suntuoso casamento de Biu até sua ascensão ao posto de Bispo da Igreja Mundial do Xaveco, ta tudo neste livro que já é campeão de venda no mercado extrajurídico, isto é, no mundo do tráfico de drogas. (Sim, porque a maioria dos leitores acaba achando que o livro é uma droga, e das mais viciantes).

Segundo o editor, o público leitor do besteirol é formado por homens e mulheres de mais de 18 anos, com perfis que vão do estafermo médio ao microcéfalo de nascença. “Temos uma grande concentração das classes E e F interessadas no livro, porém com ligeira disfunção de mercado: nem sabem ler e tampouco têm os vinte paus para pagar a encomenda”, disse descaradamente o editor.

Na contra-capa, o aviso: “Se você é de menor, não abra. Se for de maior, vá tomar vergonha na cara”.

Agora, sério: o livro só está sendo vendido através de encomenda, com remessa pelos Correios.


(Pedidos para meu e-mail: mozartpe@gmail.com)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Rádio de fundo de quintal


Extra! Extra! Hoje tem gravação do Multimistura! Se liga aí Ivaldo Gomes.

Vou dar uma paradinha técnica no bar de Osvaldo para tentar resgatar o cigano Beto Palhano, depois dar o ponta-pé inicial no Multimistura com Dalmo Oliveira, Marcos Veloso e Ivaldo Gomes, recebendo hoje a visita da blogueira Romye Schneider com suas mungangas. Falando em munganga, convocar meu brother Walter Munganga pra curtir o Multi. Quase 100% confirmado que Walter Muganga vai brincar o carnaval na sua terra, Itabaiana, depois de mais de 30 anos de ausência.

Sei, de certeza insegura, que teremos pelo menos dois ouvintes do Multi: o cearense Dedé Arnô e meu prezado José Amilton de Gurinhém. Esses não perdem por nadinha a falação dos cabras de Dalmo Oliveira e sua gang de comunicadores de fundo de quintal.

E no próximo sábado, 30, começando às 20 horas, vai ter o baile de máscara do Sarau das Almas, em Itabaiana, churrascaria Finesse, com concurso de fantasia e tudo o mais. O telefone (83) 99955-0472 não pára de tocar, com a galera querendo reservar mesas no precinho da crise: R$ 80,00. Individual custa R$ 15,00. Vai ter frevo, samba e marchinha, com um pessoal amostrado dançando acrobaticamente o frevo rasgado, mas, se você só sabe fazer o “passo da latinha” (andando devagar no salão com a latinha numa mão e a outra no traseiro da Colombina), pode ir que ninguém vai reparar.

E você que se recusa a dar entrevista para o TRIBUNA DO VALE, ou tem muito a esconder ou não tem nada a dizer. Do alto da minha prosopopeia, só digo o seguinte: não digo nada, fico só calado, olhando. Depois não venham me dizer que eu não avisei.



domingo, 24 de janeiro de 2016

POEMA DO DOMINGO





ORDEM UNIDA
Fábio Mozart

O cabo
dá cabo
cabível.
O major
manja muito
de morte.
O coronel
coça a coronha
colérico
O general
generaliza
o gênero humano
e bota todo mundo
em ordem unida.

sábado, 23 de janeiro de 2016

Rádio Zumbi enfrenta um campeão internacional de xadrez


O nome dele é Chiquinho Cavalcanti, natural de Itabaiana, Paraíba. O programa “Alô comunidade” desafiou esse enxadrista extraordinário para um depoimento sobre como funciona a mente de uma pessoa com esse grau de habilidade espacial e concentração.

O Grande Mestre Garri Kasparov disse que o xadrez é um jogo absolutamente lógico que tem suas leis gerais, que podem ser compreendidas intuitivamente ou trabalhando muitíssimo. Chiquinho é um jogador intuitivo, desses que nasceram com o dom e personifica o próprio jogo nesta geração, na Paraíba do Norte.

O programa “Alô comunidade” é uma parceria da Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares e Rádio Tabajara da Paraíba, apresentação de Fábio Mozart.  Começa às 14 horas na Rádio Tabajara AM (1.110), e pode ser ouvido pela internet no site:



sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Evoé, malandro, que aí vem o carnaval!


Morro quando adentro o gabinete
Onde o sócio o e o alcaguete não me deixam nunca em paz
O triste em tudo isso é que eu sei disso
Eu vivo disso e além disso
Eu quero sempre mais e mais.
Este é um trecho da música do cara que queria botar o bloco na rua, Sérgio Sampaio. Pensei nesse poema quando acabei de falar com um rapaz amigo meu, assessor de um prefeito desses que se aproveitam do pensamento alienado da vida brasileira e fingem que administram para uma galera que olha deformadamente as relações de poder, aceitando a realidade fantástica que daí se cria. O assessor me disse, e eu já sabia, que na prefeitura todos mandam e ninguém tem força para nada. O mais comum é o prefeito fingir que governa, procurar agradar todo mundo e deixar tudo relativamente abandonado.
Homem ciente do seu papel como profissional, o assessor vai tocando o barco como pode. Das coisas da administração, o cara ta mais por fora do que mão de afogado. É um assistente imaginário de uma gestão “faz de conta”. De modo que a oração por aquelas bandas é: “Nossa Senhora do Desmantelo, rogai por nós que recorremos a Vós”. Planejamento sério é mais difícil ali do que desodorante pra suvaco de cobra. Um dia a casa cai, mas, antes que caia, “aproveitemos enquanto Bras é tesoureiro”.
Esse Brás deve ser um sujeito muito antigo, do tempo colonial, malversador das patacas reais portuguesas. No entanto e todavia, se Deus é brasileiro, a vida é um grande carnaval. Esparramemos nossos buchos na cadeira do bar e tomemos a primeira do dia em honra ao deus Momo, com o pensamento no tolerante tesoureiro Brás e seu chefe desobediente às leis do país, mas flexível aos preceitos da malandragem oficial. Falando nisso, bota na vitrola o velho disco de Chico:
Agora já não é normal, o que dá de malandro
Regular profissional, malandro com o aparato de malandro oficial
Malandro candidato a malandro federal
Malandro com retrato na coluna social
Malandro com contrato, com gravata e capital, que nunca se dá mal
Carnaval da choradeira, diga-se de passagem. Carnaval da crise. Para os de minha idade, os prazeres da carne já nos abandonaram. Atualmente, nós, os coroas, enriquecemos nosso espírito com aprazimentos mais elevados, tipo massagear as pernas antes de dormir para poder levantar no dia seguinte. Ninguém esqueceu, no entanto, as delícias da folia, notadamente os encontros e desencontros carnais, profundamente humanos e safados.
Notai que nos carnavais de antigamente, as troças satirizavam os tipos e costumes da sociedade, num anarquismo ébrio de três dias revolucionários. Já não tem graça zombar dos tiranos e dos hipócritas. Carnaval de hoje vetou o aroma volátil das lanças, substituídas por pedras terríveis e terminais. Do velho entrudo português, onde se jogavam ovos, farinha e água nos passantes, evoluiu para o Pierrot, Colombina e Arlequim, terminando no bloco dos idiotas unidos. Raposa velha e entrevada, repito a fala da fábula: “Não vou brincar carnaval. Está abaixo de minha honradez e decoro”.


quarta-feira, 20 de janeiro de 2016



Atualmente, fazer cultura no Vale do Paraíba é um ato de sobrevivência. O que deveria ser observado com mais atenção pelos governantes, passa despercebido, para não dizer ignorado, pela quase totalidade dos gestores municipais de nossa região.
Poucos recantos do Brasil têm o privilégio de ser um reduto tão fértil e de produzir tantos filhos que figuram entre os grandes nomes da literatura e da música nacional, como o pilarense José Lins do Rego (romancista) e os itabaianenses Zé da Luz (poeta), Mestre Sivuca (músico) Vladimir Carvalho (cineasta e documentarista) e o notável Jessier Quirino que ha mais de 30 anos escolheu essa terra para viver. Sem falar nos novos talentos que a cada dia afloram neste solo, como flores do campo em ano bom de inverno.
Não tenho nenhuma dúvida que a nossa região foi preparada por Deus, não apenas para servir de berço ou acolher com seu amor fraternal os que aqui chegam, mas que este vale, está destinado a fazer história, marcando um tempo de desenvolvimento e de glória para os ribeirinhos que aqui vivem.
Mas como isto poderá acontecer?...
Temos um tesouro guardado. Temos uma fonte de riqueza inestimável que é a nossa cultura. Na prosa, na poesia, na música, no artesanato, na preservação arquitetônica de nossos casarios, nas pedras de Ingá, vejo em tudo isto o desenvolvimento do turismo e a redenção econômica deste vale que precisa urgentemente voltar-se para a valorização de sua cultura!
“O caminho das Letras” precisa sair do papel. O mundo precisa conhecer a terra de Augusto dos Anjos, José Lins do Rego, Sivuca, Zé da Luz e de muitos outros artistas que dignificam não apenas o Vale do Paraíba, mas o Brasil e o mundo.
É preciso observar bem os projetos políticos antes de escolhermos nossos representantes. Pois votarmos em quem não tem compromisso algum com a cultura é um ato de irresponsabilidade com a região que tanto amamos.
Urge por transformações o nosso vale, que hoje mais parece com um vale de lágrimas. O Vale do Paraíba precisa urgentemente ser transformado, pela nossa atuação de munícipes e pelas ações de nossos governantes, em um vale de cultura, de progresso, de amor, de alegria!

Antonio Costta
(Poeta e escritor)



terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Cartas dos leitores (alguns analfabetos)




Eu escrevia uma coluna de humor no jornal Tribuna do Vale, de Itabaiana, com o pseudônimo de João Deon. Em junho de 2003, publiquei:

Caro João: Tive a subida honra de cumprimentá-lo quando da sua visita à rádio comunitária de Sapé. Seu texto é enxuto e muito engraçado. Admiro sua inteligência e seu humor. Um beijo. (Lauro Toscano) RESPOSTA: Vamos parar com essa bajulação aí, gente! Parece coisa de veado! Não respondo mais carta bajulatória, e subida honra pode ser sacanagem enrustida. 

Prezado senhor João Deon: Sou católica, pessoa de muita moral e respeito, e quero enviar meus protestos contra as baboseiras que você escreve na sua imunda coluna de jornal. Vai arder no inferno pela sua canalhice. Você é um palhaço sem graça que fere os bons costumes da família. Pela sua falta de caráter, sei que vai me destratar. Antecipadamente, respondo: é a mãe! – Doralice Lucimeire Sampaio– Resposta: Dona Doralice, por questão de espaço, tive que mutilar sua cartinha tão simpática. Não publico as coisas feias que a senhora escreveu sobre minha descarada pessoa, porque tenho educação. Submeto, entretanto, à sua racionalidade o seguinte teorema: um guarda noturno entubou uma prostituta bêbada no Beco da Rua das Flores em Itabaiana do Norte. Um bebê sifilítico nasceu meio abortado no cabaré da Véia Inácia. Uma idiota escreveu ao grande João Deon. Esses fatos, analisados cientificamente, estão interligados e são uma sequencia, o segundo do primeiro e o terceiro dos outros dois.

João Deon: Já tive dezoito mulheres. Dez morreram. As fiéis continuam vivas. Você acha que a fidelidade prolonga a vida? – Cornélio Córdoba – Resposta: Caro Cornélio, além de corno, és burro! É claro que sim, Mané! Mas, não esqueça: toda mulher de futuro tem passado.

Ilustríssimo senhor João Deon: Votei no atual prefeito do meu município porque pensei que ele era honesto. Que decepção! O homem só falta vender o prédio da prefeitura. – Manoel Joaquim – Resposta: Vote num ladrão. Ele nunca lhe decepcionará.

Caro João: Aqui quem fala é Biu Penca Preta para dizer que sou muito agradecido a você pela divulgação que faz do meu humilde nome. Tem gente que pensa que eu nem existo, que sou uma criação do seu cérebro doente de microcefalia, enquanto eu tenho a cabeça de navio. – Severino Penca Preta – Resposta: Meu amigo Biu encontra-se em dieta de líquido. Não bebe nada que não contenha álcool.

Prezado João Deon: Preciso dos seus conselhos, pois levo uma vida miserável. Tudo que é ruim sempre acontece comigo. O que fazer? – Sofrenildo Souto. – Resposta: Se a situação está insuportável, esmague um testículo seu com um tijolo e veja a vida com o outro ovo. Enquanto isso, coma um rato podre pela manhã que nada de pior lhe acontecerá.

Amigo João Deon: Que tal o nome de Biu Penca Preta para prefeito de Itabaiana pelo PQM (Partido do Eu Quero é Mais)? – Ataulfo Fonseca – Resposta: O nome de Biu já foi sugerido por outros babacas, tendo Ameba como vice na sua chapa, sob as bênçãos de Jessier Quirino. A propósito, Biu estava de namorico com uma senhora e para impressionar a dita cuja, enquanto passava a mão nas partes pudendas da madame, começou a babar aquela filosofia de boteco que todo bêbado conhece. No fim, exclamou: “Onde vamos parar!” E a velhota: “Sem camisinha, pode parar por aí”. 

HÁ NO SER HUMANO UM PRAZER MÓRBIDO DE DESCER A RIPA NO QUE ESTÁ PERTO DELE

Notícias mal cheirosas

Em Pilar, funcionários do setor de saúde estão passando fome. Nada contra a fome dos funcionários, mas eu sugiro comer o fígado do prefeito.

Em São Miguel de Taipu, o prefeito abriu uma fossa gigante no meio da rua. Nada contra o cocô do prefeito, mas eu providenciaria papel higiênico pra galera. 

Em Itabaiana, prefeito abriu duas latrinas no meio da praça. Nada contra as latrinas do prefeito, mas eu entraria em consórcio com São Miguel de Taipu para a consecução de obras tão importantes. 

Resumo: Os vereadores vão abrir a CPI da merda. Nada contra a merda dos vereadores, mas eu aconselharia não abrir, devido ao fedor insuportável.


segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Sociedade covarde


“Moção pertinente e providencial do Damião Ramos! Esperemos agora que as instituições e personalidades do próprio município de Itabaiana se posicionem sobre esse episódio. Nossa amiga Renally tem o nosso apoio, assim como todo aquele que se debruçar sobre a cultura e a cidadania. A dignidade é um bem que só mora no coração de almas grandes!” (Adeildo Vieira)

Falei com uma personalidade ligada à cultura de Itabaiana sobre esse episódio envolvendo Renaly Oliveira, do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, que foi ameaçada de morte por defender o patrimônio histórico da cidade. Desconversou.

Mesmo não querendo, Renaly se transformou numa referência da resistência cultural da terra de Adeildo Vieira. Renaly é uma rara expressão de coragem numa sociedade covarde. É a vanguarda contra fichas sujas e outros canalhas. Uma espécie de ombudsman sem salário, a defender os valores culturais e a dignidade de seu lugar.

A gente vive menos que as tartarugas, jacarés, elefantes e árvores. É só um piscar de olho. O que interessa é o que se faz entre o nascimento e a morte. Uns conseguem desconstruir esse espaço em imenso vazio, um buraco negro cheio de nada. Outros marcam sua breve passagem no planeta com legados interessantes para a humanidade.

Os que preferem ser sujeitos do seu próprio destino na nossa minúscula realidade e fazem a diferença, esses sofrem seus percalços nessa louca jornada chamada vida. Incompreendidos, odiados porque vestem azul quando a cor da ordem é verde, ameaçados, ridicularizados, os que fazem a diferença não estão nem aí, mesmo porque devem cumprir sua missão de vida, “apesar do cheiro do domador e do dedo sinistro do torturador”.

Ao tempo em que os principais órgãos de cultura do Estado, como a própria Secult e o Conselho Estadual de Cultura, se interessam por prestar solidariedade à poeta Renaly Oliveira, vítima da ignorância e da prepotência provinciana, nós, seus conterrâneos, ficamos calados como a personagem do poema de Martin Niemoller:

“Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram
meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram
e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar...”



domingo, 17 de janeiro de 2016

POEMA DO DOMINGO

"Poeta decadente" - Pablo Picasso

Para Ginsberg

&eu
que uivei como um cão danado pelas esquinas da década de 60
&eu
que me encharquei de drogas & sexo & rock nos inferninhos da
década de 70
&eu
que me banho de álcool & solidão nas páginas da década de 80

continuarei sendo aquela poetisa maldita meio beat meio louca
meio rock meio boba & tão necessária quanto uma garrafa
vazia de refrigerante ou um copo de papel usado?

continuarei derramando o meu sexo no asfalto das avenidas
ensopadas de sangue & vidros partidos?

continuarei dividindo o meu rosto nos retrovisores dos taxis
& xerocopiando o meu corpo em cada farmácia de esquina?

& se não tivesse feito tudo isso
& se não fizer tudo isso
vale a pena
ainda
estar viva?


Clotilde Tavares