sábado, 30 de novembro de 2013

Orlando Otávio lança seu novo livro em Itabaiana


O poeta Orlando Otávio convida os amigos para o lançamento do seu livro “Do mar arriba, as maravilhas da Paraíba”, com patrocínio do Fundo de Incentivo à Cultura Augusto dos Anjos, da Secult.

O livro tece loas poéticas às cidades paraibanas. No livro “Do mar arriba, as maravilhas da Paraíba”, Orlando promete visitar todas as 253 cidades, contando em versos as riquezas culturais e naturais do planeta paraibano.

O lançamento será hoje, 30 de novembro, às 19h30, na Associação Atlética Banco do Brasil  em Itabaiana.


Orlando Otávio nasceu em Itabaiana, no clã dos Almeida de Campo Grande, de onde saiu Sivuca, seu primo legítimo. Integra o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, é compositor, cantor e poeta. Sua biografia será publicada no livro “Artistas de Itabaiana”, de Fábio Mozart, edição também financiada pelo FIC da Secretaria Estadual de Cultura. 

ETC & ETC





O bebinho está explicando a Carlos Drummond de Andrade que o PT rouba, mas na moral.

CORRUPÇÃO
"O PT nem inventou a corrupção nem a inaugurou no Brasil. Mas só o partido ousou, entre nós, transformá-la numa categoria de pensamento e numa teoria do poder. " - Reynaldo Azevedo.

FINGIDOR
“Cada vez mais me convenço de que a humanidade se divide em duas categorias: as pessoas que fingem que se levam a sério e as que fingem que não se levam a sério.” -  Ruy Castro. -  Eu sou do segundo time.

PRISÃO
“Não tem prisão honrosa, esse regime fechado, ou o semiaberto, põe um homem de joelhos, faz dele um zumbi, sem alma. Imagina ter a sua vida decidida de fora para dentro o tempo todo, por ação e vontade de burocratas.” – Roberto Jefferson, ex-deputado do mensalão esperando ordem de prisão.

CHAVE DE CADEIA
Americano já foi preso mais de 1.500 vezes - Henry Earl, de 65 anos, foi apelidado "O homem mais preso do mundo" pelo site "The Smoking Gun", especializado em crimes.


DIGNIDADE JÁ
Rosinete tem 52 anos e ganhava cesta básica da prefeitura de Cajazeirinhas. Acaba de se aposentar. Ao receber a notícia da aposentadoria, foi logo na Prefeitura mandar cancelar a cesta básica. “Fica para uma pessoa mais necessitada, que agora eu tenho com que me manter”, explicou. Uma pessoa decente para confirmar que nosso povo é mais digno do que a elite que nos dirige. Rosa ta precisando é de uma vaguinha no “Minha casa, minha vida”.


PUTAS EM PROTESTO
Um grupo de prostitutas da Argentina tirou parte de suas roupas para realizar um protesto inusitado nesta terça-feira (26) na frente do Parlamento para reivindicar a aprovação de uma lei que regule o trabalho sexual autônomo. “Putas unidas jamais serão fudidas”.

RECIFE PODE DESAPARECER
Segundo a ONG Co + Life, a cidade está em 18º lugar numa lista de 100 lugares que podem sumir. Recife recebe cerca de 3 milhões de turistas todos os anos, é a sexta região metropolitana mais populosa do país e sua localização geográfica junto ao Atlântico e na foz dos rios Capibaribe e Beberibe podem dar fim a uma das mais belas cidades brasileiras.

CÁSSIO
Esse Cássio é mesmo Tampa-de-Crush. Consegue manter Ricardo Coração de Leão na defensiva, enquanto mama nas tetas da Muda Oficial com sua manada de picaretas. Enquanto isso, uma multidão de eleitores sonha com a oportunidade de votar no “Galo de Campina”, o homem que conseguiu acabar com a galinha dos ovos de ouro da Sudene.

VAGABUNDO
"Um aposentado vagabundo da minha marca não pode, de modo algum, abrir mão de uma terapia ocupacional feito editar blog de fofoca e putaria" - Luiz Berto

A ÉTICA DO CRUZ-CREDO
Fiscal da prefeitura em um lugar qualquer por aí leva R$ 10 do açougueiro; R$ 15 da lanchonete; R$ 25 do mercadinho… Ele tem uma tabela. Da padaria, ele leva R$ 50… Só para fazer vistas grossas. Mas diz que cobra por semana. “Se fosse por dia, seria corrupção, e com isso eu não mexo”, explica. Isso é coisa pra bandido mensaleiro.

ADAURIO
O Prefeito Adaurio Almeida, de Salgado de São Félix, está entre os dez melhores prefeitos da Paraíba de acordo com uma pesquisa realizada por uma instituição do ramo. Mal tratada por sucessivas gestões criminosas, Salgado parece que agora encontrou seu caminho. 

BOI MANEIRO
No ano passado, um grupo de jovens fundou o Cavalo Marinho Boi Maneiro na cidade pernambucana de Itambé. Eles também trabalham com mamulengo e grupo de coco de roda chamado Barrela, sob a liderança do rabequeiro Pedro Luiz.  Esse grupo estará em Itabaiana no dia 13 de dezembro, no 1º Cortejo de Boi Bumbá promovido pelo Ponto de Cultura Cantiga de Ninar.

PEDRA NA GENI
Madame Preciosa deu um ataque de perereca quando soube que Zé Dirceu e seus comparsas vão tirar cadeia em casa, podendo sair pra dar umas voltinhas quando bater o tédio.  Ela é parte desse Brasil que finge ser fraterno, solidário, mas gosta de ver a desgraça dos outros. É a cara de nossa elite e do povaréu, a ralé que adora ver sangue nos jornais, na TV, mas posa de bom moço. Esse Zé Dirceu é um inocente à vista dos ladrões que nos governam, sob os aplausos da mesma massa que é direcionada para demonizar os mensaleiros.



quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Professora Isa Arroxelas


Em 2007, Isa Arroxelas assumiu a Secretaria do Desenvolvimento Humano da Paraíba. Isso porque a Dra. Isa é uma pessoa muito humana, além de competente. Foi Presidente da FAC, Secretária de Trabalho e Promoção Social de João Pessoa e outros cargos importantes.

Ela nasceu em Alagoinha e é irmã do nosso senador Idalmo da Silva. São dois irmãos que se parecem muito de cabeça. Ela e ele assumem ideias livres, defendem liberdade de consciência, emancipação e soberania popular, democracia e liberdade de pensamento. Só que com uma mínima diferença: professora Isa acha que cada um deve ser rei de si mesmo, enquanto seu irmão Idalmo preconiza a liberdade total para seus semelhantes. Ele vê mais o coletivo e acha que o estado escraviza o cidadão. Idalmo nunca foi subalterno aos modismos, sempre teve vontade própria e renega o cativeiro da indústria cultural, da cultura de massa, das massas e molhos envenenados da sociedade moderna. Dona Isa assume os ideais da social democracia. Gosta de administrar o capitalismo periférico. O irmão dá chute nos cargos, dá o dedo pra chefia e manga da hegemonia dos feudais. Ambos se respeitam, se gostam e se admiram.

Essas duas figuras estiveram no dia 15 de novembro em Itabaiana a convite do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar para lançar o livro “Augusto dos Anjos por Augusto dos Anjos”, trabalho de Idalmo, nosso eterno senador.

QUEM LÊ MEU LIVRO



Poeta Rosangela Veríssimo e seu marido Elzo Finizzola, lendo meu livro "Biu Pacatuba, um herói do nosso tempo", na Livraria Sebo Cultural. Ele é irmão do meu companheiro ferroviário Oceano Pacífico Pacato Cordeiro Manso Finizzola, que já subiu pra o andar de cima.

Rosangela Veríssimo no Facebook:

“Foi uma satisfação imensa conhece-lo pessoalmente, o nosso poeta Fábio Mozart. Fiquei encantada com a sua educação, gentileza e sabedoria. Isso prova que você tem um intelecto apurado e capaz de se fazer entender em todos os níveis. Um grande beijo da amiga poeta, Rosângela.”


Mestre da inserção social


“A difícil passagem de um professor para a condição de Educador é virtude rara, conquistada por poucos. Exige afeto, profundo senso de responsabilidade social e visão humanista da existência”. - Ciro Pirondi

Esse professor é meu compadre Biu Lourenço, estimado mestre das matemáticas, físicas e robóticas. Um certo e determinado dia, ele ligou pra mim:

--- Fábio, estive pensando: em que posso ajudar o Ponto de Cultura? Acho o trabalho de vocês muito interessante e na linha de minha filosofia de vida que é auxiliar as pessoas a acenderem suas luzes próprias e seguirem em frente na vida em busca do sucesso pessoal.

Eu prontamente respondi:

--- Compadre velho, ajude com o que você sabe fazer. Tem a história do monge pobrezinho e meio burrinho que não sabia fazer nada. Jesus foi, em pessoa, visitar os monges, e cada um deles exibiu suas melhores performances. O intelectual mostrou suas obras, o artista pintou seus quadros, o compositor exibiu suas melodias. O monge humilde só sabia fazer malabarismo com três laranjas, e foi o que fez na presença do Mestre. Jesus se comoveu com o seu humilde servo e preferiu a simplicidade do seu saber em contraponto à ciência dos demais.

Claro que a história que contei não tem nada a ver com a conversa, mas na hora pensei que tinha. Professor Biu tem um tesouro para oferecer e de graça, que as coisas realmente valorosas não têm preço. Ele pratica a pedagogia da generosidade. Ensina a quem quiser, é ponto de partida para rapazes e moças que não podem pagar cursinhos e gostariam de concorrer em provas públicas para emprego. Já ajudou muitos a ingressar no serviço público através de concurso. O trabalho desse professor, sua participação direta ou instrumental no sucesso profissional de tantos em Itabaiana já merece um reconhecimento público.

Falando nisso, e sem ter nada a ver, outro dia estava eu conversando com meu compadre, o senador Idalmo da Silva, professor aposentado de História, foi quando ele se saiu com essa: “fui professor durante 35 anos e pude observar quatro tipos de pedagogia, que são a alienação pedagógica, o imediatismo pedagógico, o cinismo pedagógico e o populismo pedagógico”. Por essas e outras, professor Idalmo foi expulso de uma só vez dos colégios Estadual de Itabaiana, Nossa Senhora da Conceição e Colégio Técnico Comercial Dom Bosco.

Voltando ao professor Biu, ele bateu o martelo: vai botar banca no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar para ensinar para concurso. Começa domingo que vem, dia primeiro de dezembro. Quem estiver interessado, procurar dona Cassiana Roque à tarde na sede do Ponto, na Rua Coronel Firmino Rodrigues, 107. 

 

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

“Cantiga de Ninar” e Secretaria de Cultura promovem evento inédito em Itabaiana


Galera do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar avalia mais um ano de ações culturais


O Ponto de Cultura Cantiga de Ninar vai encerrar o ano de 2013 com um evento inédito, o Primeiro Cortejo de Boi Bumbá de Itabaiana, no dia 13 de dezembro, na praça Epitácio Pessoa. Estão escalados o boi do filho de Oelando, o boi de Alex, boi de Cidinho da padaria, boi de Arizona, boi de Tota, boi de Nair, de Pilar, boi de Mogeiro e o boi Reciclado, do mestre Charles, de João Pessoa.

O poeta Orlando Otávio, do Núcleo de Literatura do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, estima que um público em torno de 500 pessoas deverá prestigiar o evento que terá como atração principal o Boi de Reis de Pedras de Fogo, um dos conjuntos folclóricos mais atuantes do Estado da Paraíba.

Os grupos folclóricos farão exibição no anfiteatro da Praça Epitácio Pessoa a partir das 14 horas. Para Orlando Otávio, a Praça Epitácio Pessoa vem se firmando como um espaço de arte e cultura na cidade. “Eu vejo que Itabaiana está se apropriando daquele espaço, onde se realiza uma série de atividades culturais, e isso é muito positivo”, disse ele, lembrando o último evento ocorrido no anfiteatro da praça em novembro, com apresentação de teatro popular de fantoche promovido pela Secretaria Municipal de Cultura. 

O Cortejo de Boi Bumbá faz parte do projeto “Cavalo Marinho do Mestre Ciço”, com patrocínio do Fundo de Incentivo à Cultura Augusto dos Anjos – FIC, da Secretaria Estadual de Cultura, e apoio da Prefeitura Municipal.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

A benção, dona Fafá!

Quando eu era menor, morei vizinho a ela. Éramos todos de menor, todos representações do diabo, cuja exorcização é confiada à ação educativa. Brincávamos de escola. Ela era a professora, eu o aluno. Na nossa pedagogia, não existia o ideal do “bem”. Era só imitação da estrutura pensada pelo adulto. Incluindo a posição de poder da mestra. Nós éramos relicários de valores e aprendizes de feiticeiros.

Fiquei adulto e saí da escola. Não quis mais estudar. Via na educação uma ameaça à minha liberdade. As exigências da cultura formal, isso me fez afastar da escola. Ela, ao contrário, tomou gosto pela poderosa instituição escolar, transformou-se gerente do processo educativo de várias gerações. E das boas. Nasceu pra realizar o rito da iniciação desses diabinhos, aprendeu a comandar a escolaridade obrigatória segundo os modelos pedagógicos ideologicamente definidos pelas classes dominantes. Eu, virei anarquista, inimigo dos agentes políticos da reprodução da sociedade de classe, entre os quais os professores.

Essa professora hoje é uma espécie de ícone da educação na minha terra, perpetuando comportamentos, valores e saberes da sociedade. Como alfabetizadora, é comparada a outro imenso nome da educação aqui, que é a professora Marieta Medeiros. Não é pouca coisa. Um dia ganhará o reconhecimento por ser diferenciada, uma mestra vocacionada para essa missão de adestrar meninos para entrar no sistema.


Seu primeiro aluno, eu fui um fracasso. Virei marginal, no sentido de que atento de alguma maneira à ordem vigente, pois não quis estudar, não tenho diploma de nada. Todavia, reconheço seus méritos por integrar tantos diabinhos ao “paraíso” da cultura formal. Dona Fátima Nascimento, minha amiguinha Fafá, irmã e parceira da infância comum tão longínqua, tenho certo orgulho de ter sido seu discípulo nas nossas escolinhas da Rua Santa Cecília onde moravam nossos pais. Vi desabrochar seu talento de educadora, o gosto pelo poder docente. Competência técnica, seriedade no seu trabalho e comprometimento com o ensino, isso é pra poucos mestres. Entre eles, dona Fafá, minha primeira professora. 

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Segunda-feira moral


Bom dia dona Maria, bota fé, compadre Zé!

Hoje sendo segunda-feira, é dia mundial dos doadores de sangue. Meu computador engatou o fim de semana e não voltou, por isso estou teclando aqui num notebook emprestado pra cumprir o compromisso de escrever alguma coisa nesse blog, rogando a misericórdia dos meus quatro a cinco leitores para manter essa Toca nas paradas de sucesso, com audiência maior do que os “puxa” na festa do “mago rei”.
Sobre doação de sangue, confesso que nunca doei. Por uma simples razão: sou um amarelo pálido meio sadio meio lascado que não merece confiança nem de mosquito sugador de sangue alheio. Mas é medo mesmo, da agulha, de possíveis contágios, coisas de neura de gente besta. Já tive notícia de malandro que vende o sangue, outros que doam para diminuir a pressão sanguínea, alguns doam pra pagar promessa. Sem brincadeira, eu sou impedido mesmo é porque já tive malária quando andei na Amazonia. Doe sangue. Antes tarde do que mais tarde.

E pra finalizar, anunciando que já temos duas garotas para receber o Prêmio Leonilla Almeida de 2014. Uma delas é a professora Maria do Socorro Dias (foto), cujo trabalho educacional diferenciado está hoje divulgado no blog do “Tribuna do Vale” www.tribunadovaleonline.blogspot.com

O outro nome é da também professora Jandira Lucena, cujo perfil vai publicado no meu livro “Artistas de Itabaiana”, breve nas livrarias.

Tem uma tal de Madame Preciosa que quer usar o velho tráfego de influência, uma das maneiras mais nocivas de corrupção, para emplacar seu nome na lista das mulheres ganhadoras do Prêmio Leonilla Almeida, confiante em seu prestígio com meus amigos Maciel Caju e o repórter Ameba. Bem relacionada, a Madame se apresenta como mística de conceito internacional, acessível para camaradagens de camarinha. “Essa figura presta desserviço à moral e aos bons costumes da nação”, carimbou peremptoriamente o moralista Caju, arquivando o sonho da Madame.


domingo, 24 de novembro de 2013

POEMA DO DOMINGO



Bem no fundo

Paulo Leminsk


No fundo, no fundo,
bem lá no fundo
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto.

a partir desta data
aquelas mágoas sem remédio
são consideradas nulas
e sobre elas o silèncio perpétuo

extinto por lei todos remorso
maldito seja quem olhar pra trás
lá pra trás não há nada
e nada mais

mas os problemas não se resolvem
problemas têm famílias grandes
e aos domingos saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas

sexta-feira, 22 de novembro de 2013


Gerência Regional de Ensino libera estudantes para participar de projeto cultural em Itabaiana
 
Oficina de boi de reis no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar
A 12ª Gerência Regional de Ensino, sediada em Itabaiana, liberou os alunos da rede pública estadual para participarem do 1º Cortejo de Boi Bumbá, programado para a tarde do dia 6 de dezembro. A gerente Maria Auxiliadora Cavalcante Lacerda atendeu ao pedido de parceira feito pelo Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, que consiste em dar força aos projetos pedagógicos das escolas através da participação em um evento artístico, “que pode tornar os processos de aprendizado mais efetivos, mais criativos, e mais proveitosos”, levando aos alunos essa forma de manifestação cultural nordestina.
O projeto “Cavalo Marinho do mestre Ciço” vai reunir bois de Itabaiana e cidades vizinhas, além do Cavalo Marinho Boi de Prata, de Pedras de Fogo, abrindo as festividades da padroeira da cidade de Itabaiana, Nossa Senhora da Conceição, com apoio da Secretaria Municipal de Cultura e patrocínio do Fundo de Incentivo à Cultura Augusto dos Anjos, da Secretaria Estadual de Cultura.  
O projeto já realizou oficinas de Boi de Reis com o mestre Charles, no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, e produzirá DVD para ser distribuído com grupos folclóricos e escolas da rede pública.
Apesar de o bumba-meu-boi ser uma manifestação típica do folclore brasileiro, ele lembra um pouco os autos medievais - encenações simples, com linguagem popular e, em geral, falando da luta do bem contra o mal. "O boi é um dos folguedos (festa popular) mais representativos da cultura brasileira, pois reúne traços de três grandes ramos da formação do nosso povo: europeu, indígena e afro-negro", afirma Américo Pellegrini Filho, folclorista da Universidade de São Paulo (USP).

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Comédia romanceada e acontecida no cariri


Estou lendo “Santana do Congo”, de Efigênio Moura, um romance que vem desabrochar a potencialidade desse caririzeiro, já entrando na chamada faixa da terceira idade com o pungente fulgor juvenil. Escritor obstinado, vai de praça em praça levando seu produto literário, suas ideias, seus sonhos. Um guerrilheiro das letras.

“Patos é a capitá do sertão da Paraíba, tu não sabia não? Passasse fome lá e não sabe...” Uma fala de Seu Migué, personagem do livro de Efigênio. A literatura não carece de verossimilhança, por isso até meu compadre Ronaldo Morelle das Antenas aparece feito zumbi no livro, fugindo da imaginação do escritor, mas se rendendo à vigorosa e viva expressão literária desse compadre velho.

Késsi Jones é o nome do personagem principal da trama. Lembrei de um antigo filme do tempo das pornochanchadas com esse nomezinho encabuloso. Já é best seller na Paraíba do Norte, repetindo o feito de “Eita gota”, outro romance fela da puta de bom, muitíssimo criativo que até hoje tenho uma vontade da gota de fazer um filme com esse argumento porque é um roteiro de filme quase pronto.

O “Santana do Congo” lida com paixões e neuroses dessas criaturas viventes do universo sertanejo, com narrativa e estrutura bem original. Efigênio extrai daquele universo rude toda poesia possível, com pitadas de humor dignas de um Jessier Quirino, outro “arrombado” na arte de escrever.

Encontrei com Efigênio Moura em Itabaiana, dia 15 de novembro, no lançamento de um livreto do meu considerado professor Idalmo da Silva. Na ocasião, trocamos livros e juras de eterno amor literário. É um papo prazeroso e inteligente, diferente de mim, um tanto caladão, mas sempre buscando ser o “homem cordial” de que falava Sérgio Buarque de Holanda. Mas não é por cordialidade não, que eu afirmo: esse livro de Efigênio é um clássico de nascença.




ALÔ COMUNIDADE – EDIÇÃO 125

Fábio Mozart entrevistando Pedro Santos no "Alô comunidade"

Nesta edição do dia 16 de novembro, entrevista com Pedro Santos, gerente-executivo da Secretaria Estadual de Cultura da Paraíba.

Odete Cirandeira e banda Senius, artistas de Pilar, estão nesta edição.

Produção: Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares, parceria com Rádio Tabajara da Paraíba. Retransmitido por 11 rádios comunitárias e diversos sites.

Ouça a gravação do programa:



Medo do cachorro

O cachorro já foi embora?

“Fábio, que maravilha a crônica sobre nossa querida amiga Dorinha. Dei boas gargalhadas, pois conheço de perto essa história e principalmente o ‘Silva Júnior’ autor dos polêmicos versos. - Abraços, Antonio Costta”

Meu compadre Costta, retribuo o amplexo e veja só: o “Silva Júnior” deve ser pseudônimo, porque ele teve medo do cachorro e não assumiu a autoria dos versinhos anticlericais.

Aliás, quem não tem medo do cachorro? O prefeito de Cabedelo correu com medo da responsa, dos agiotas, da máfia ou da super onda que vaga por aí nas gestões municipais? A verdade jamais será dita.

Eu, de minha parte, tenho consciência do perigo que é sair à noite, calçar sapato sem verificar se tem escorpião e da eternidade que são as pequenas ausências. De repente, a gente vai e não volta mais. Quem sabe, o prefeito de Cabedelo não saiu um pouco do seu natural domínio da situação política e caiu na real do abismo que é essa farsa toda, e de repente assinou a carta renúncia. Com Jânio Quadros, foi assim. Uma cachaça mal tomada, e o homem não voltou mais. Nesses caso, não tem retorno que em política, o vácuo é preenchido imediatamente.

Você vai levando a vida na valsa, de repente se ausenta um minuto que seja, não dá mais pra retornar. E tem o cachorro que sempre está na esquina, esperando uma bobeira, ameaçando sua geografia, podando seus limites na circunferência do medo.

Cinofobia é o medo mórbido dos cães. Gato entende disso muito bem. Já o rato, ficaria contente com a corda no pescoço do gato. O cachorro vai estar sempre atrás das cercas. Alimentar os medos, eis seu ofício. Deixá-los criar tentáculos para nos pegar no contrapé dos pequenos vícios, dos vacilos, do acaso.

Você tem medo de que? Do passado, do futuro, da velhice, da loucura e da morte. O cachorro tem muitos nomes.



quarta-feira, 20 de novembro de 2013

“Cabocolinhos” de Itabaiana




A foto é de Luiz Saia, fotógrafo oficial da Expedição de Mário de Andrade para registro das manifestações folclóricas do Nordeste em 1938. Mostra um grupo de caboclinhos dançando no carnaval de Itabaiana, em tempos muito recuados.  Os “cabocolinhos” fazem suas evoluções na Praça Epitácio Pessoa. Achei massa o figurino da tribo: meiões, cocares de penas de peru, perucas brancas, sapatos brancos, saias de penas, calções e camisas de mangas compridas, certamente de cores fortes e de lamê. A orquestra composta de caixa, maracá e flauta, os caboclinhos marcando o ritmo com suas flexas percussivas. 

As tribos indígenas tiveram forte presença nos carnavais de Itabaiana. Os de minha geração lembram dos morubixabas João Guarda, Mocó, Zé Leiteiro, Josa dos Assombrados da Floresta e o grande Agostinho, um pretinho de metro e meio de altura que se agigantava com sua tribo, fazendo ricas evoluções, encenando combates com seu porta-estandarte, os pêros (crianças), os caboclos-de-baque entrosados na forte coreografia ao som da inúbia, que era um pequeno flautim de taquara, instrumento do qual Risadinha foi mestre absoluto. Mestre Agostinho parecia ter molas nas pernas, tal a agilidade na dança dos caboclinhos. 

Um dos mestres de caboclinhos mais originais que tive a oportunidade de ver foi Josa dos Assombrados da Floresta.  Queria botar Mestre Josa no meu livro “Artistas de Itabaiana”, mas não consegui o apoio de sua família. Josa não morreu, no entanto não brinca mais carnaval, afastou-se do mundo, isolado na sua barraca na beira da linha. Eu cito o cacique dos “Assombrados” no meu livro “A Voz de Itabaiana e outras vozes”. Ele era um mestre seguidor da Pajelança, culto indígena da linha do Catimbó. Sua inspiração mística dava um toque especial ao desfile da tribo.  Nessa linha, os caciques desfilavam incorporados por espíritos de caboclos. Era bonito ver o cacique Josa sendo “cavalo” do caboclo Pena Branca, fazendo teatro nas ruas com seus caboclinhos imortais. 

Viva os caboclinhos, e viva a cultura popular do Nordeste!