sexta-feira, 30 de março de 2018

CONFIRA NO MULTIMISTURA DA PÁSCOA


MULTIMISTURA conta detalhes do atentando à caravana do Lula no Rio Grande da bancada do boi e da bala

BLOCO 1
https://www.radiotube.org.br/audio-4745jVAt7FWvZ 



Paraíba tem um pré-candidato invisível e outro clone


Nova versão do Titanic no Netflix terá Lula como responsável pelo naufrágio



Grito Rock terá Vênus in Fuzz, a banda oficial do MULTIMISTURA: 

BLOCO 4:
















Piratas do MULTIMISTURA distribuem ovos de coelhinhos geneticamente modificados




BLOCO 1

BLOCO 2

BLOCO 3

BLOCO 4


terça-feira, 20 de março de 2018

Inquirição




--- Tem curso superior?
--- Só inferior. Complexo de inferioridade.
--- A gente é o que come.
--- Então, não sou nada. Não consigo comer. Problema de estômago ou esôfago.
--- Descanse. Durma.
--- Tarde demais.
--- Quer reclamar de alguma coisa?
--- Do lado prático da vida. Não me adapto. Inepto para o rebanho.
--- Sexo?
--- Não mais.
--- Eu perguntei qual seu sexo.
--- Masculino plural.
--- Não entendi.
--- Sou um e sou muitos.
--- Endereço.
--- Moro aqui onde cheguei. (Li esse desaforo em um folheto de cordel)
--- Data de nascimento.
--- Nasci sob o signo do medo, no oitavo dia da semana.
--- Religião.
--- Não creio em mim. E tenho medo dos sacerdotes.
--- Quem são seus pais?
--- Água e sais minerais.





domingo, 11 de março de 2018

POEMA DO DOMINGO



Quero uma flor artificial
porque posso dominar
e determinar sua primavera
e cultivar em campo estéril.
As flores de plástico não morrem nunca
têm a eternidade venenosa da falsidade
proibindo a inflorescência verdadeira.


F. Mozart

segunda-feira, 5 de março de 2018

Onda conservadora censurou meu folheto

Eu à esquerda com Vavá da Luz (de paletó e microfone)


O crentezinho ridículo leu meu folheto “A verdadeira história fescenina das pedras do Ingá” e botou um lenço no nariz. Rasgou aquela “safadeza” e me condenou automaticamente ao fogo do inferno dos desavergonhados. Clamou pela volta da censura, com sintomas de dissimulação aguda, em insidioso processo de histeria moralista.
Que o fundamentalismo religioso é uma praga, isso é notório. O plano é queimar em praça pública as publicações “imorais”, ateias ou “subversivas”. O nó é quando o próprio Estado assume essa trajetória retrógrada. Em Pernambuco, o jurídico do Instituto Nacional de Seguridade Social pediu na Justiça a censura ao folheto “A lei da Previdência para a aposentadoria”, do cordelista Davi Teixeira. A Justiça Federal acabou liberando o folheto que incomoda o INSS. Você não acha super extravagante um Governo que tem medo de um folheto de cordel?
No meu caso, o cordel das pedras do Ingá pode ser alvo de uma ação desse tipo, conforme ameaçou o evangélico. No folheto, as safadezas abundam, se é que me entendem. Nem chega perto dos manuais clássicos de sexo, tipo Kamasutra, Tantra e outros livrinhos sobre as crônicas do amor venéreo da antiguidade. Para o meu censor, no entanto, o folheto é de tal forma desviador das virtudes morais que o autor merece queimar nos quintos dos infernos por toda a eternidade e mais dois feriados santos, na companhia indecorosa do meu compadre Vavá da Luz, inspirador do tal cordel. Temo até pela integridade física e espiritual do compadre Tiago Monteiro, editor da pasquinada poética indecente.
O crente incendiário das letras fesceninas obrou mal. Vai acabar dando publicidade ao folheto “A verdadeira história das pedras do Ingá”. A primeira edição já foi esgotada. O episódio não deixa de ser um testemunho do nosso tempo. O fato é que eu cismei em ser um cordelista marginal. Agradecido ao meu futuro acusador nas barras dos tribunais pela consagração. Aliás, quero ser um cordelista “maldito”, pretensão também do compadre Walter Mário Goes que prepara o lançamento do seu primeiro livro, “Opus Impuratus, o livro proibido de Vavá da Luz”, uma obra prima do “pornosianismo”. Incorrigível poeta fescenino, Vavá da Luz garante que fará o lançamento do meu folheto nas Itacoatiaras de Ingá, onde ele é diretor, supervisor, guia turístico e mentor escatológico. Para palestra será convidada minha amiga Madame Preciosa, mestra criativa, irreverente e transgressiva das leis da moralidade boçal.







domingo, 4 de março de 2018

MURO DA POESIA




"A dez metros de minha nova residência na Rua José Lins do Rego, no centro de Itabaiana-PB, tem um muro que estou em negociação com o proprietário para que seja transformado no "Muro da Poesia", onde serão pintadas estrofes de poetas itabaianenses" (Antonio Costta) 

A poesia no muro
o muro da poesia
onde o poeta avalia
o passado e o futuro
emprestando sonho a juro
conforme bela proposta
do poeta que aposta
e na seara ele lavra
o catador de palavra
meu amigo Antonio Costta.







sábado, 3 de março de 2018

Peleja do aposentado contra o dragão de papel




Recém-premiado em edital da Prefeitura de João Pessoa com patrocínio de publicação do meu livro “Laranja romã”, procurei uma agência do Banco do Brasil para abrir conta específica do projeto da Fundação de Cultural de João Pessoa – Funjope. A senhora funcionária pediu um comprovante de rendimento de aposentado. O sistema de informação da Previdência Social na internet deixou de funcionar, ou criou tantas dificuldades de acesso que você terá que contratar um hacker. Peguei extrato de minha conta numa agência da Caixa Econômica Federal, onde recebo o que restou de minha contribuição previdenciária de 25 anos. A senhora do Banco do Brasil não aceitou o extrato como comprovante de rendimento, e ainda comunicou que, pela vontade do Sistema, o contrato da Prefeitura com Fábio Mozart foi assinado em 2017, portanto inválido para 2018.

Fui em outra agência, com comprovante de rendimento fornecido pela própria Caixa Econômica Federal, depois de perder horas do meu sagrado ócio de aposentadoria por tempo de escravidão. A mocinha sentia muito, mas o “Sistema” não aceita o documento da Caixa. Só admite extrato de pagamento de aposentadoria originário do computador. Em obediência ao “Sistema”, fui numa agência do próprio Instituto Nacional de Previdência Social e peguei extrato de pagamento. O “Sistema” indagou: “qual a parte de ‘só aceitamos se for pelo portal do INSS’ que você não entendeu, seu panaca?” Pedi para falar com o gerente. A mocinha me faz saber que não ia adiantar, que o “Sistema” era o vilão da história, que essa maldosa entidade não existia em parte alguma e estava em todo lugar, como o próprio Satanás, exigindo fidelidade e devoção.

Vamos confessar e admitir: todos somos idiotas, mas até um tolo como Fábio Mozart sabe que essa burocracia com suas regras e procedimentos, além de infernizar a vida dos cidadãos, tem outros propósitos. No caso do Banco do Brasil e a conta que não pode ser aberta porque desconfiam que sou um falso aposentado, talvez tenha algo tipo “não vamos perder tempo com contas sem perspectiva de retorno positivo de rendimentos”.  

Bem, ainda não desisti. Vou tentar outras agências, de repente pego o “Sistema” desprevenido em uma tarde de sexta-feira, o gerente pensando no barzinho com sua cervejinha no ponto. Pedirei por tudo que é decente e sagrado, prometerei votar no candidato do gerente, entrarei em filas erradas e até fingirei ser uma potencial vítima da usura oficial. Danado vai ser quando a mocinha informar, com cara impassível: “O senhor só poderá abrir esta conta aos 85 anos ou quando ficar impotente, o que vier primeiro.”