sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Último MULTIMISTURA de 2018


A verdadeira história de Queiroz que consertava e vendia carros, o famoso “Laranja Mecânico”. No Bloco 1 do MUTIMISTURA:

BLOCO 1

https://www.radiotube.org.br/audio-4745K06zdsbMS?fbclid=IwAR0ILb_eilOACgVQmd0q8CpcWBJtvfCOtNwe1XSXZ92_pdZHvCVDiTPLrgE



Locutor da Paraíba jogou pedra na cabeça da primeira dama e pediu toco na prefeitura de Cabedelo.

BLOCO 2

https://www.radiotube.org.br/audio-47456aONNnBz7?fbclid=IwAR01YS-__0AtJCq7X4JhFnNfz-1u8pGvbebJ1FkxtEDhxZUKRIyEbFi69fw



Continua neste bloco a retrospectiva 2018 do MULTIMISTURA. Humor sem partido, desafinando o coro dos contentes e mordendo, mesmo sem ter dentes.

BLOCO 3

https://www.radiotube.org.br/audio-474588PjrrJ0j?fbclid=IwAR3nCEBeEQkbrDdIuRODR3o98_xkQAYrQvzyTmXdwccnanhtzxCxJtTUQXc





MULTIMISTURA registra lançamento do livro de Orlando Otávio em João Pessoa, com direito a show de Marconi Araújo.

BLOCO 4

https://www.radiotube.org.br/audio-4745sTvDajrjk?fbclid=IwAR2VAP7APg8ixfC7TjEp8C9CVfGtmKWruDIhGVEciIsNvOZCLzrQwVsnAbI




segunda-feira, 24 de dezembro de 2018








Simpatia para ganhar muito dinheiro em 2019

No dia 31 de janeiro de 2018, quase à meia-noite, bata uma laranja com açaí, pule dezessete ondas e grite três vezes: “São Queiroz, São Queiroz, faz um depósito pra nós!”

“Merencório e sorumbático Natal para você” – (Mensagem do Ameba para Sonsinho, que agradeceu emocionado)

Conforme o Estatuto do Idoso, não posso ser xingado de “velho”.

Descobre-se que a maioria da população é de seres apolíticos, pessoas sem respostas.

“Quando falam em resgate do cordel, sempre pergunto: “quem o sequestrou?” – Marco Haurélio, editor de folhetos

Dois senhores na feira: “Ele vai acabar com a corrupção e vai baixar os juros”. O outro: “Foi Deus que mandou esse homem, ele até dá a ‘paz do Senhor”.

“Ele é o diabo”. Manchete do jornal “Folha Universal”, de Edir Macedo, em 1994, com a foto de Lula.

“Lembrar e nada esquecer até a décima geração”. – Avraham Schlonski

“O General Franco é o instrumento de Deus sobre a terra”. – Cardeal Gorra.

Minha divindade é Exu, guardião e mensageiro, decano dos comunicadores.

Em 2002, Lula assumiu prometendo não liberar sementes transgênicas, mas acabou abrindo as pernas para a Bayer e Monsanto. Bolsonato nomeia logo um ministro representante dos envenenadores internacionais. Pelo menos foi claro e sem subterfúgios.

Cálculo do poeta Ulisses Tavares: “o dinheiro que uma puta de rico ganha em uma hora eu só ganho se vender 500 livros”.

PRENDERAM O PREFEITO ANTONIO CARLOS MEU QUERIDO, ex-prefeito de Itabaiana, por causa de denúncias de falcatruas. Essa palavra falcatrua é uma palavrinha que consta do dicionário das safadezas prefeiturais. Vavá da Luz acunhou: "Essa profissão de prefeito e secretário ta dando certo não! Toda hora pegam os coitados pra fazer curso de leão!"

MADAME PRECIOSA ESTÁ BOROCOXÔ NESSE FIM DE ANO – “O que me deixa revoltada é que em 2018 o médium João de Deus transou mais do que eu!”, disse a cartomante libidinosa.

O Alto Comando da Toca do Leão se reuniu e assinou essa nota de fim de ano: a todos que a gente xingou, aos malas de quem a gente falou mal em 2018, queremos dizer que em 2019 tamo aí de novo metendo a macaca, magote de fela da gaita! A gente dá osso a cachorro esperto pra ver ele cagar bozó.


domingo, 16 de dezembro de 2018

POEMA DO DOMINGO



O dia em que Jackson do Pandeiro matou “dois soldados, quatro cabo e um sargento”

Mentir em literatura
É coisa que eu mão aguento
Então aqui vou contar
Um grande acontecimento:
A morte de “dois soldados,
Quatro cabo e um sargento”.

A Polícia Militar
Meteu-se nesse tormento
Na Paraíba do Norte
No lugar Entroncamento
Por causa de um bafafá
Do compadre Mané Bento.

O Cabo Tenório era
Inspetor de Quarteirão
Comadre Sebastiana
Era a dona do salão
Dançou fora do compasso
Xaxado virou baião.

Mano Zé meteu a faca
Num sujeitinho canalha
Teixeira soltou o pé
E acunhou a navalha
Gritou a dona Zezé:
“Ninguém aqui avacalha”

Peixeira falou no centro
Apagaram o lampião
Zezé amarrou a saia
E com a mão de pilão
Saiu fraturando chifre
Foi grande a agitação.


Chegou o Cabo Tenório
Inspetor de Quarteirão
Um sujeito mais valente
Que o famoso Boi Tungão
Quando tomava cachaça
Enfrentava um batalhão.

Chamaram o subtenente
“Quatro cabo e um sargento”
A briga durou dois dias
No fim tomaram no assento
Na mão do compadre Tota
Foi grande o padecimento.

Na briga, compadre Tota
Perdeu o seu canivete
Na barriga de um cabo
Que era metido a valete
Um soldado desmaiou
De tanto murro e bufete.

Um paisana enxerido
Metido a americano
Mandou tocar boogie-woogie
Versão de paraibano
Dizendo que Tio Sam
Era mesmo o soberano.

Zé do Fole se arretou:
“Pode ir preparando a tumba
Que aqui neste forró
Você não fura a zabumba
Vai apanhar pra aprender
“Que o samba não é rumba”.

Outro cabrinha safado
Do lugar Itabaiana
Quis acalmar a zoada
Com chiclete e cajarana
Misturando samba e rock
Comendo blues com banana.

Foi quando a ema gemeu
No tronco do juremá
Deram até voz de prisão
A um doido que havia lá
Que se dizia fiscal
Do alucinado fuá.

Um soldado deu um tiro
No mestre do Boi Bumbá
A correria foi grande
No Reinado Imperiá
Bumbaram o boi de Bragança
Rasgaram seu abadá

O tirinete foi grande
Repercutiu na lagoa
Um casal atordoado
Foi se lavar numa boa
Quando viram um cururu
Bebendo e dizendo loa

O outro sapo entoava
Uma cantiga em dez pés
Lendo a lista do fiado
Temendo sofrer revés
Calculou o prejuízo
Comprou por quinhentos réis

Após muitos pontapés,
Terminou o zum zum zum
Quando um capoeirista
Tomou um litro de rum
E gritou pra macacada:
“Capoeira mata um!”

O baiano era enfezado
No jogo da capoeira
Chamou por Senhor São Bento
Para não fazer besteira
Dizendo: “Salve a Bahia!”
Animando a bandalheira

Zefinha do Bago Mole
Quis emendar o bigode
Com um cabra de Sapé
Dizendo: “você é bode
Coça o rabo com o chifre
Hoje ninguém lhe acode”

Ela, em meio ao pagode,
Disse: “não tem diferença
Entre o homem e a mulher
Não pode haver desavença
Se Eva comeu maçã
Adão lhe pediu a bença”

“Mulher também faz presença
No meio do bate boca
Depois que toma um quentão
Dá a bexiga taboca
Se aqui eu me enfezar
Acabo com essa biboca”

Entrou um cabra canalha
Com camisa do Flamengo
Feio feito uma guariba
Com quatro canas no quengo
Disse: “meu time perdendo
Hoje aqui não tem dengo”

Agarraram o monstrengo
Foi grande o ziriguidum
Foi pra torcida do Vasco
Aí quebrou o jejum
Gritou: “meu time perdendo
Aqui vai ter zum zum zum”

“Porque não tem um a um
O meu time é de primeira
Sua linha atacante
Será sempre artilheira”
Pegaram o bicho por trás
Derrubaram na rasteira

Outro sem eira nem beira
Agarrou um amuleto
Gritou: “Eu sou Santa Cruz!”
Acunharam-lhe um espeto
Depois cobriram com um pano
Encarnado branco e preto

Esse sururu no gueto
Provocou uma inhaca
Do suor da macacada
Cocô e mijo de vaca
Cortaram o quengo de um corno
Enfiaram numa estaca

Aí chegou um babaca
Com onda sentimental
Chamegando com a morena
Querendo plantar um pau
No jardim da donzelinha
Que só cheira a bacalhau

O soldado Nicolau
Com ciúme da morena
Disse assim: “meu bem querer
Seu perfume de assucena
Atiça cabra disposto
Tem o cheiro de problema

Essa morena era filha
Da comadre Sá Joaninha
Vinda de Caruaru
Onde um forró ela tinha
Uma forgança danada
Onde era cobra-rainha

Deram surra de bainha
No cabo Canaveral
Um mulato izoneiro
Astronauta visceral
Com tabefe ele sumiu
No espaço sideral

Duas casaca-de-couro
Piaram em riba da telha
“Uma grita, outra responde”
Com sua asa vermelha
Deram um tiro na bichinha
Que queimou a sobrancelha

Tomando chá de groselha
Um papangu de novena
Feio feito uma guariba
Bicho da gota serena
O chapéu tinha um buraco
Onde saía uma antena

Esse entrou em quarentena
Depois de levar uma surra
Despacharam o pobre diabo
Amarrado numa burra
Empalado em pau-espinho
Que nem puxa nem empurra

Um sujeitinho caturra
Chamado Zé do Angá
Quis botar chifre em Aníbal
Que já andava gagá
A confusão aumentou
Naquele grande fuá

Essa mulher do Aníbal
Não era de brincadeira
Braba feito uma serpente
Jararaca dormideira
Disse: “me tenha respeito
Que não sou mulher dadeira”

“Seu filho de chocadeira
Eu vou lhe propiciar
Um tratamento severo
Com esse pau de jucá
Você hoje aqui apanha
Até a gata miar”

Eu sei que Zé do Angá
Entrou na lei da porrada
E como só tinha Zé
Naquela quente latada
Gritaram: “acunha em Zé!”
Sobrou muita chibatada

Zé de Baixo, por ser frouxo,
Apanhou de Zé de Riba
Zé Pilão e Zé Maleta
Acunharam em Zé de Giba
“Quem for Zé nesse forró
Ou leva pau ou arriba”

Como nessa Paraíba
O pau que mais tem é Zé
Foi tanto nego apanhado
Que não se punham em pé
Pra saber que gariroba
Não é coco catolé

Nessa confusão de Zé
Inda cobraram a cota
Quem fosse zé não pagava
Deu-se então a bancarrota
Zé Cotó, dono do baile,
Empenhou-se no agiota

Quem me contou a lorota
Foi o Jackson do Pandeiro
Piolho de cabaré
Músico aventureiro
Que depois foi proclamado
Rei do ritmo brasileiro.

Fábio Mozart


terça-feira, 13 de novembro de 2018

A palavra pode ser um buraco invisível na cerca


Em 2017, fui contemplado com o título de Embaixador da Palavra através da Fundación César Egido Serrano, de Barcelona, pela atuação na campanha do Dia Internacional da Palavra, representando a Academia de Cordel do Vale do Paraíba. Fiquei com o encargo de “difundir a palavra como vínculo que a humanidade tem na luta pela paz entre os povos, envolvendo a palavra como verdade, a palavra vida, a palavra e o silêncio, a palavra contra a guerra, a palavra contra o fascismo e pela paz”. Em 2018, o Brasil escolheu um projeto político que preconiza o controle sobre a palavra. É esse tipo de coisa que a gente chama “coisas da vida”.

Na qualidade de grande literato, versado em Almanaque Bristol, meu compadre Ameba me indicou um livro intitulado “Fup”, do escritor americano Jim Dodge, uma novelinha simpática , bem humorada e sensível. Na história, um fazendeiro dedica sua vida a construir cercas, reconstruindo porteiras, defendendo suas poucas vacas dos porcos selvagens. Por mais dedicado que fosse o fazendeiro na construção de fortes cercas, os porcos acabavam por meter o focinho e entrar na propriedade. Vejo a palavra como esses porcos, sempre achando um ponto frágil nas cercas para acabar apontando os defeitos mecânicos e morais do próximo, ou as falhas com perdas e danos da vigarice humana. Ou ainda arregimentando os sentimentais, os sensíveis, para os encantos da poesia que não deixa de ser revolucionária.
Faço uma pausa botânica, lírica e revolucionária: “os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera”, do poeta Che Guevara.

Neste final de 2018, nesses cada vez mais tristes trópicos, algumas reflexões me ocorrem sobre a palavra que encontra sempre um buraco invisível na cerca da incomplacência. Debaixo da opressão, do preconceito e violência, existe sempre um promotor oculto de nossas emoções e contendas contra o obscurantismo. É a palavra, mesmo aquela que não é pronunciada nem escrita. Talvez escreva um cordel com uns caras meio pirados, cujo título seria: “A palavra não tem para onde ir e vai ser puta no poema processo”. É que a palavra sempre se presta a ser também nossa sirigaita. A gente adora fazer gato e sapato dela. Umas a gente só chama por educação. A palavra diarreia, por exemplo, junto com furúnculo ficam mal na fita até em poema de Augusto dos Anjos. Outras têm conflito com o diálogo e se quedam presas nas entrelinhas.

Discurso esquisito
a palavra ausente
para o não dito

Sem mais chatice beletrística, neste final de ano quero escrever algumas cartas datilografadas e enviar pelo correio para algumas pessoas com estatura e significado na minha vida suficientes para ser honradas com essa desvelada prenda. Em 1928, Walter Benjamim advertia: “a máquina de escrever afastará da caneta a mão dos literatos”.  Deu-se que o computador sepultou a máquina de escrever. Uma carta datilografada é prova de muita consideração e afeto. Corresponde aos antigos manuscritos. É a palavra fraterna embalada em papel benquerança.

Mas tergiverso. Inconsciente ou não, o Brasil vai de marcha batida em direção ao capitalismo total. De quebra, querem enterrar a palavra segundo o ritual medievo. Por artes do fute, os velhos conservadorismos culturais sempre são desacatados por autores malditos armados de faca peixeira ou punhal sentencioso. Elocuções terroristas sempre hão de pintar na zona do agrião, porque a palavra vive de arenga. Ela nem sempre é um bêbado maluco, apenas um cara dado a excessos comportamentais. A palavra é o primeiro alvo do fascismo. Só que o fascismo sempre está configurado no passado e a palavra faz apropriação do porvindouro.



segunda-feira, 5 de novembro de 2018

MULTIMISTURA - (Primeira semana de outubro 2018)



Olha o Bloco 1 do MULTIMISTURA aí, gente! Programa doutrinário e embusteiro que será censurado pelo futuro Ministério da Família.

BLOCO 1

https://www.radiotube.org.br/audio-4745DXtE3UCRB?fbclid=IwAR0ZkStPGAjqO_ttNPcUEhUV__1sQIRLmjCf0BdbDj-WGS4rXvJVrW1CDa8  


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MULTIMISTURA adianta as prerrogativas do Ministério do Louvor a ser criado no próximo governo.



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Prevendo a volta da censura, MULTIMISTURA já começa a divulgar receitas de bolo.  



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Deus cansou de ser brasileiro e foi morar em Orobó (MULTIMISTURA)




BLOCO 4

https://www.radiotube.org.br/audio-4745Ojijxmb67?fbclid=IwAR1y3YAjtmLwL-gaUldDGLXfGxMt6TOFNzMDVbrLDsgRKOUijvgRU5kocsw

 




domingo, 4 de novembro de 2018

POEMA DO DOMINGO


Beliza Áurea

Beleza é Beliza Áurea

Mestra da Literatura

Do conto e do romanceiro

Doutora na escritura

Do poeta popular

Pesquisou seu linguajar

E sua nomenclatura.



Mestra de grande ternura

E na antropologia

Estudou o imaginário

O aboio, a cantoria

Do Nordeste brasileiro

Do nosso canto altaneiro

Ela fez apologia



Adeus Beliza, um dia

Benditos das rezadeiras

Hão de fazer louvação

Nos sertões, nas capoeiras

Farão tremendo escarcéu

Os folhetos de cordel

Te abrirão as porteiras.
Fábio Mozart