domingo, 31 de dezembro de 2023

TIJOLINHOS DO MOZART

 



Minha vó se chama Joana

Ela tem até uma rua

Na cidade Itabaiana

Uma rua quieta e simples

No bairro da Suburbana

Essa avó paterna, Joana Cândida da Costa, era uma pessoa tão querida e popular na velha Itabaiana que hoje é nome de rua.


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Este é Fábio Mozart

Um homem muito educado

Cantando em plena feira

O seu folheto aloprado

Que atende pelo nome

Cordel do Fogo Apagado

 

Por que o fogo apagado?

Porque ele é um rapaz

Já passado da idade

Cuja espingarda aqui jaz

Lazarina enferrujada

Que a chama não acende mais

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No dia 8 de janeiro de 2024, mutirão pra cagar na porta do incentivador das palhaçadas de 8 de janeiro. Não irei, mas enviarei meus estercos virtuais.

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Uma empresa britânica desenvolveu um tipo de combustível de aviação feito inteiramente de dejetos humanos. Falarei sobre esse progresso da ciência na Rádio Barata no Ar do dia 5 de janeiro, às 10 horas na Rádio DiarioPB (www.radiodiariopb.com.lbr)

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Se eu ganhar os 570 milhões da mega da virada, desfilarei de biquini na praia de Tambaú, substituindo o locutor Mô Fí que correu da raia.

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Pensamento do dia: para uma vida mais saudável, troque seu carro por uma bicicleta. Eu tenho uma bicicleta. Quando quiser trocar, por favor avise!

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Previsão do tempo: amanhã acho que vai chover. Mas pode fazer sol. Compre um guarda-chuva, para prevenir. Pode ser que caia só um sereninho, ou faça sol o dia todo.  A umidade relativa do ar depende dos ventos e da chuva, que são imprevisíveis. De qualquer forma, use casaco porque pode baixar uma frente fria, mas não relaxe roupa de banho, porque pode dar praia.

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Torcedor do Flamengo em João Pessoa paga até 400 reais pra ver o time de reservas dos reservas do Mengão jogar contra um timeco do Rio. Por isso que os cariocas nos chamam de “paraíba”.  


segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

domingo, 10 de dezembro de 2023

sábado, 9 de dezembro de 2023

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Já li o livro de Chicco Mello

 


Já li o livro de Chicco

Outono primaveral

Na ladeira de Eulália

Em movimento anormal

E quem matou Marielle

Se ela vive, afinal?

 

“Versos plurais”, tão diversos

Louca língua brasileira

Dançando na corda bamba

Levanta doida bandeira

Coração de peito aberto

Feito a flor da bananeira

 

Amor perfeito, haste em verde

Azul lilás amarelo

Plena flora dos ipês

Encarnado, feio e belo

Na contramão da palheta

Em colorido libelo

 

 

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

RÁDIO BARATA NO AR - 436

 


MC Barata aceita piranha barata pra curtir um barato

RÁDIO BARATA NO AR – 436

https://www.radiodiariopb.com.br/mc-barata-aceita-piranha-barata-pra-curtir-um-barato-programa-radio-barata-no-ar-edicao-no-435/

ALÔ COMUNIDADE entrevista poeta Chicco Mello

 


O programa ALÔ COMUNIDADE deste sábado, 18, recebe o poeta Chicco Mello, de Solânea. Ator, ativista cultural e escritor, Chicco Mello é uma referência na cena cultural de sua cidade, onde é imortal da Academia Solanense de Letras.

Chicco será entrevistado por Fábio Mozart. Na pauta, poesia, teatro e outros temas ligados à sua terra.

Confira às 11 horas, através da Rádio Tabajara da Paraíba AM, 1.110 kHz, ou na internet: https://radiotabajara.pb.gov.br/radio-ao-vivo/radio-am

O Programa ALÒ COMUNIDADE é uma parceria da Rádio Comunitária Zumbi, Coletivo de Jornalistas Novos Rumos e a Rádio Tabajara, com produção de Dalmo Oliveira e técnica de som de Maurício Mesquita.

 

domingo, 5 de novembro de 2023

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

RÁDIO BARATA NO AR – 432

 


Barata desaparecida é encontrada por cachorro maluco

RÁDIO BARATA NO AR – 432

https://www.radiodiariopb.com.br/barata-desaparecida-e-encontrada-por-cachorro-maluco-programa-radio-barata-no-ar-edicao-no-432/

 

 

 

 

 

Cachorro Vira Lata aprendeu o que é etc... au, au.. etc...

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

domingo, 15 de outubro de 2023

Acoitado na orelha de Bento Júnior

 

Ao centro, Bento Júnior no papel de cangaceiro

O cordel de Bento Júnior de parelha com a pesquisa de Kydelmir Dantas eu coloco na categoria de vaqueiros de vaquejada, trajados de sete peles de boi brabo, gibão e pederneira da cantiga popular, guarda peito de couro de boi de Minas e outras assombrações poéticas dos sertões e veredas, protegida contra os espinhos e folhas pontiagudas do esquecimento histórico do povo brasileiro. Sim, porque essa inclinação perversa dos seres humanos formando movimento armado de bandoleiros justiceiros aconteceu/acontece no mundo desde que se formou a primeira quadrilha organizada responsável pelo assalto ao jardim do Eden e roubo da famosa maçã do amor varonil, com apoio do próprio Adão, expulso do Paraíso por comandar a falange dos anjos derrubados, sustentáculos da matriz do inferno com filial em todos os processos revolucionários subversivos, em uma guerra de guerrilha contra a sociedade dos mafiosos legais e suas falanges oficialmente autorizadas. E o cangaço é nossa história dos samurais soltos na buraqueira do feudalismo nordestino, escrevendo seus destinos e das suas pátrias arbitrárias com o risco do punhal e o código de honra dos homens primitivos.

Assim como a vaquejada recebe o veemente repudio das entidades de defesa animal brasileiras, em razão dos maus-tratos aos bois e cavalos que participam dos eventos, o cangaço não é bem visto por muitos historiadores. Caio Prado Júnior, sobre a formação do cangaço: “É entre estes desclassificados que se recrutam os bandos turbulentos que infestam os sertões, e ao abrigo de uma autoridade pública distante ou fraca, hostilizam e depredam as populações sedentárias e pacatas; pondo-se a serviço de poderosos e mandões locais, servem os seus caprichos e ambições nas lutas campanárias que eles entre si sustentam”. Ciente das muitas histórias de assassinatos entre famílias inimigas no Nordeste, Euclides de Cunha infere que o cangaço teria seu início com as batalhas mortais entre famílias inimigas. Nesse burburinho ensopado de veneno ideológico, o comunista Luiz Carlos Prestes pensava assim dos cangaceiros: “Os cangaceiros são grupos mais ou menos numerosos de camponeses que, perseguidos pelos senhores feudais ou pelas autoridades governamentais, não podem subsistir senão em luta. Entre outros, o mais conhecido é Lampião, que combate vitoriosamente há mais de dez anos contra todas as forças enviadas contra ele. A crise atual, agravada no Nordeste brasileiro por longos anos de seca, aumentou o número de ‘cangaceiros’ e hoje, ao lado de Lampião, formigam pequenos chefes de bandos que vivem do dinheiro e das mercadorias arrancadas aos ricos comerciantes. As massas nutrem a maior simpatia pelos ‘cangaceiros’ que dividem com ela grande parte dos víveres e mercadorias tomadas”.

Kydelmir Dantas dedicou sua vida de estudioso e poeta para entender e preservar a cultura desse fenômeno social. No rastro caatinga afora, o cangaço deixou sua influência e encontrou em Kydelmir um pesquisador que reconhece a importância desse movimento como influenciador da cultura, isso no teatro, na música, culinária, artesanato, folclore e cinema. O cordel é a Bíblia do cangaço. Narrou as peripécias dos mitos cangaceiros e viajou longe e profundo nas burundangas, nos cacarecos da cultura popular, porque a memória dos cabras da peste ainda estão muito vivas na nossa época, e gente como o poeta Kydelmir acha mega importante que sua pesquisa histórica preserve para as gerações seguintes esse patrimônio das tradições, as representações da identidade do seu povo. Daí ele se encontrou com o poeta cordelista Bento Júnior e juntou sua sondagem científica com a jocosidade do Júnior para compor este trabalho poético que vem para fazer parte do extenso ciclo do cangaço na literatura de cordel nordestina. E grato por terem me acoitado na orelha do livro.

Fábio Mozart

Cordelista e dramaturgo, autor da peça “A peleja de Lampião com o Cão Canjiquinha”


Para a orelha do livro "CANGACEIROS NORDESTINOS, ENTRE TANTOS OS DESTINOS", de Kydelmir Dantas e Bento Júnior

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

São José dos Ramos destaca teatro amador de Fábio Mozart

 


Nesta quinta-feira (21), a Escola Maria Caxias de Lima, de São José dos Ramos, realizou desfile cívico onde foram apresentados pelotões homenageando artistas de Itabaiana, representantes das sete artes, entre eles os atores remanescentes do Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana, Fred Borges e Normando Reis que apresentaram cenas da peça A peleja de Lampião com o Capeta, texto de Fábio Mozart. O Grupo, fundado em 1977, é agregado à Associação Cultural Poeta Zé da Luz, que comemorou 46 anos de atividades. A bailarina e atriz Suely Sousa também participou do desfile, apresentando a ciranda.  

O professor Eduardo Nask, membro da Associação Zé da Luz, foi responsável pela indicação do teatro amador de Itabaiana para fazer parte do desfile, incluindo encenação ligeira ao final do percurso. Para ele, além de fortalecer os laços culturais com a cidade irmã, também se pretendeu levar o incentivo às artes cênicas, “tão importantes para a formação de pessoas críticas e reflexivas”.

O veterano ator Normando Reis reside atualmente em São José dos Ramos. Para ele, foi gratificante relembrar sua participação na comédia de Fábio Mozart, juntamente com Fred Borges. “As pessoas gostaram de nossa atuação e eu fiquei feliz porque pude vestir de novo a personagem Lampião e rememorar aqueles tempos de resistência à censura e à repressão do regime militar”, disse ele.

 

RÁDIO BARATA NO AR – 427

 


Barata imbecil e pastoril não toma Rivotril e toma conta do Brasil

RÁDIO BARATA NO AR – 427

https://www.radiodiariopb.com.br/barata-imbecil-e-pastoril-nao-toma-rivotril-e-toma-conta-do-brasil-programa-radio-barata-no-ar-edicao-no-427/

 

domingo, 17 de setembro de 2023

terça-feira, 12 de setembro de 2023

Fábio Mozart prefacia livro de poeta fescenino de Sergipe

 



O poeta cordelista Massilon Silva, de Aracaju, Sergipe, reúne poemas e crônicas fesceninas com o título “O livro vermelho da putaria”, obra a ser lançada em outubro. O texto de apresentação fica por conta do cordelista Fábio Mozart, Presidente da Academia de Cordel do Vale do Paraíba, de Itabaiana (PB).

 

Conforme Massilon, o título da obra pretende ser uma paródia do famosíssimo “Livro Vermelho de Mao”, com citações de reflexões do líder chinês Mao Tsé-Tung, o segundo livro mais vendido na história, atrás apenas da Bíblia, tendo aproximadamente 900 milhões de cópias impressas. “Meu livrinho não chegará perto disso, mas faz parte da minha revolução cultural, colocando a obscenidade e o erotismo como arte fora do círculo do marginal ou proibitivo, contando com artistas fesceninos como o poeta Vavá da Luz, da Paraíba, um clássico nessa linha temática” comenta o autor.  

 

Fábio Mozart informou que o Livro Vermelho de Mao teria sido escrito por Hu Qiaomu, ajudante de ordens de Mao por 25 anos. “Muitos anos depois, ajudantes de ordens também são acusados de outras safadezas, sendo, no entanto, a obscenidade do livro de Massilon de outra espécie, muito mais decente e orgiástica”, comentou Mozart. Para ele, a obra de Massilon Silva é irreverente e burlesca, um tanto simples como é o humor nordestino, ponto basilar na cultura desta região.   

 

Mozart cumprimenta o poeta Massilon em nome de Antonio Xexéu, poeta fescenino de Itabaiana. Admirador do grande Manoel Xudu. Xexéu um dia encontrou-se com Heleno em uma venda, na fazenda Taumatá. Depois de engolidas algumas lapadas de mel de abelha com cachaça de cabeça, os dois vates começaram a cantar safadeza, aqueles versos fesceninos, um bocado licenciosos. Heleno Alexandre é um sujeito erudito, escolado, longe do padrão dos poetas repentistas analfabetos do Nordeste. Ele faz questão de esclarecer que na Roma antiga que falava   latim, os versos fesceninos eram populares, porque se acreditava que a obscenidade tinha o poder de afastar o mau-olhado. Antonio Xexéu é também cantor da trova libidinosa, mas sem a erudição do companheiro. Afinal, “só terminou a cartilha do ABC e a tabuada”. Começaram a cantar um “trocado”, quando Heleno falou de suas façanhas masturbatórias:

 

Eu trabalho atualmente

Na Fazenda Santa Esther

Meu patrão tem uma mulher

Que é o satanás em gente

Quando ele está ausente

Ela chega no terreiro

Passa a mão no corpo inteiro

Aumentando o meu tesão

Eu vou me acabar na mão

Feito colher de pedreiro.

 

Xexéu aproveitou a passagem de um casal de caprinos para cantar:

 

A cabra ensinou ao bode

A demonstrar compostura

Acabar com essa frescura

De comer cu, que não pode!

Eu faço barba e bigode

Disse o bodinho tarado

Já ficando aperreado

Com o cacetinho duro

Encostou no pé do muro

Dizendo: fode ou não fode?

 

Meu nobre amigo Massilon Silva, vai aqui este prefácio em forma de notícia para sua poesia de sacanagem, salientando que o verso fescenino é usado com fidalguia e elevação, sendo que até poemas religiosos rezam pela oração do erotismo. A alegria, o despudor e o prazer do desejo estão presentes em Goethe, Baudelaire, Rimbaud, Apollinaire, Valéry, Kafávis e outros monstros sagrados da “jubilosa transgressão”, no dizer de Georges Bataille. Recentemente, tive o desprazer de ver folheto do meu amigo Vavá da Luz ser censurado por uma editora universitária por ser muito apimentado no tempero de Eros. O meritório e liberal veio poético de Vavá não obteve o passaporte da cultura oficial. É como se tivessem censurado Gregório de Mattos, Carlos Drummond de Andrade, Glauco Matoso, Bernardo Guimarães, Osvald de Andrade e até Olavo Bilac, com aquela cara de Príncipe virgem, mas praticante também das licenciosidades literárias eróticas-fesceninas. Seu Livro Vermelho da Putaria vai para um reservado na minha estante onde guardo com a tradicional e fingida invisibilidade as obras libertinas como “Baú de putaria”, um livro libertino do casto poeta amigo Rui Vieira, de Campina Grande.

 

Eu escrevi o cordel “Dicionário Vavá da Luz de Safadezas e Ideias Afins”, que pretendia ser sarcástico, irreverente, satírico, burlesco, escabroso e chulo, mas foi humilhado pelo “Livro Proibido de Vavá da Luz”, outra obra prima safada questionadora dos códigos morais, a que se junta “O livro vermelho da putaria”, desse grande obsceno e talentoso poeta Massilon Silva, seguidor de Bocage, o príncipe da literatura fescenina. Como diria Vavá, receba meu abraço por trás e boa devassidão nos caminhos escandalosos das licenciosidades literárias.