terça-feira, 31 de julho de 2012

Não sei...



Um camarada em dúvida permanente, é o que sou. Toda dubiedade é problemática. Desaba a chuva pesada no meu quintal, vejo o cachorro Miruca ensopado, tiritando de frio, não sei se boto o bichinho pra dentro de casa. A chuva conseguiu dividir-me. Não sei se ligo o computador, se deito na rede pra ler a última edição do “Le Monde – Brasil Diplomatique”. É preciso atualizar os blogs, mas tenho medo dos relâmpagos pra não queimar o equipamento. Gostaria de ler, mas a rede fica em espaço aberto, preferencial para os respingos da chuva forte. A tarde anoitece na escuridão de uma tempestade que divide a cidade entre quase sobreviventes nas áreas de risco, motoristas em pânico nas ruas inundadas e desocupados indecisos. 

Em momentos assim, fico triste e alegre. Gosto da chuva igual cururu no começo do inverno. Também bate uma espécie de humanismo molhado, vendo passar um pobrezinho da vida todo encharcado, pingos caindo do chapéu roto, empurrando seu carrinho de reciclagem. Vai passando na rua despovoada, cabeça baixa recebendo a chuva de frente, um transeunte da história. O insignificante homenzinho assume posturas colossais, emoldurado pelas gotas de água. A figura empenada parece ter sua pouca vitalidade roubada pelo furor da natureza. Não sei se essa nota melancólica nasce do meu estado depressivo. Não sei se no meio da chuva aquele homem planeja alguma maldade contra um ser mais indefeso do que ele. Não sei se a chuva apagou o que restava de expressão da minha parte. Não me fazer entender é angustiante como ficar hesitante na frente de coisas tão simples. 

 

Sujeito não decidido, não sei se ligo o rádio. Acionando o aparelho, não sei se continuo ouvindo um conjunto musical chamado “Camisa de Vênus”  cantando uma musiquinha chatinha que diz: “A chuva sempre me entristece, minha garota me faz sofrer “. Nem sei se devo continuar citando poema tão reduzido mentalmente, onde o letrista confessa que a chuva o faz dormir e a garota lhe tira da cama. Deve ser um boiola, porque as garotas geralmente mantêm os caras nas camas. Pelo menos era a ordem natural das coisas no tempo em que eu praticava este esporte salutar. “Vê se param de encher, eu já não tenho mais idade e não sou raio pra conviver com a tempestade”, encerra a letra do “Camisa de Vênus”. Já eu não tenho mais idade para curtir rock imbecil. 

Não sei se continuo essa crônica besta, agora que a chuva vai passando, o céu cinzento. Colapso de ideias cansativas. Não sei se continuo metendo palavras na linha, contas de rosário de um indeciso melancólico. Cai uma chuva fininha, própria para ler, escrever, pensar. As agitações violentas da atmosfera lembram que é perigoso viver, como afirmava Guimarães Rosa. A chuvinha mansa nos acomoda no ambiente doméstico igual a gato de bodega. Não sei se faço um chocolate quente, ou um leite com granola. Quem sabe, almoçar ervilhas com peixe assado. E chá quente de limão com mel. Ah, ideia insensata: sair na chuva para os bosques de minha infância, caçar preá, chupar caju no pé, tomar banho no rio, tremer de frio nas biqueiras das casas, cavar cacimbas com as mãos no leito do Paraíba, beber água salobra com esquistossomo. 
Não sabia o que fazer da vida depois da chuva. Acabei por escolher a alienação sadia do esporte. Simplesmente liguei a TV, e foi muito bom ver o melhor time do mundo, Barcelona, esmagar mais um adversário. Chovia muito na Espanha. E nevava.

domingo, 29 de julho de 2012

“Quem nasce no Brasil é brasileiro, não é palhaço não!”




Aviso aos meus leitores e leitoras que a vida destrói muitas coisas, porém arranja outras tantas, e que estou de quarentena devido a um acidente sofrido. Depois eu conto detalhes. Por enquanto, sem poder teclar, reprisando velhas crônicas marcantemente interessantes.

Saudades da minha ruazinha esquecida no subúrbio da cidadezinha idem, onde todos se conheciam e a dor dos outros era nossa também. Aqui, só recebi a visita do oficial de Justiça para informar que fui condenado a pagar cinco mil pilas por um mal entendido qualquer. Com firmíssimo propósito de não pegar grana emprestado ao agiota para pagar essa dívida infame, entrarei com recurso no Tribunal. Depois eu conto essa também.

Saio do muro das lamentações para saudar os candidatos a prefeito de Itabaiana, os quais se comportaram muito bem na reunião promovida pelo Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, consoante tive oportunidade de saber. Estudantes, poetas, artistas, trabalhadores, boêmios, gente do povo, muitos foram à Câmara ouvir os candidatos. O encontro foi histórico.

Meu compadre Marcos Veloso foi o Mestre de Cerimônia da reunião com os candidatos. Foi ele também portador de exemplar do livro “Lira dos quarenta anos” que meu compadre Antonio Costa gentilmente autografou para mim. Um pensador romântico escreveu que “todo brasileiro é poeta aos vinte anos”. Com duas vezes essa idade, Costa é duas vezes poeta. Mesmo porque sua veia poética só se revelou tardiamente, e o homem não pára de progredir artisticamente. Imagino a qualidade do trabalho de Antonio aos sessenta. Será um consagrado trovador. Possui suficiente capacidade para “poetar”, no varejo e por atacado.
Eu, um relés versejador patológico, não nasci para compor, mas pura e simplesmente cultuar a poesia.

Encerro, antes que o digitador não atenda mais nenhum verbo ou frase feita, chateado que se mostra com a tarefa e eu mande o cara catar coquinho. Evitando, assim, recíprocos constrangimentos, acabo a carta de hoje, esperando estar melhor amanhã para falar do acidente e suas consequências.  Adiantando que é deveras lastimável ter que ser socorrido em uma emergência de hospital público por conta do malfadado Sistema Único de Saúde.  Tem a ver com a frase de Pedro Osmar que dá título a esta carta. Depois explico melhor.




POEMA DO DOMINGO
















A VIAGEM

Se encurtasse a distância
Dos idos da minha vida
E se eu voltasse à infância
Na Itabaiana querida,

No meu rio Paraíba
Com certeza eu pularia
Descendo de lá de riba
Rumo à saboaria.

Da saudosa antiga ponte
Abraçaria os pilares
Como quem abraça um monte
De navios sobre os mares.

Acenaria às imagens
Que vejo nos sonhos meus,
Fotografando as paisagens
Num fluvial gesto de adeus.

Seria a maior viagem
Que ali um dia eu faria,
Trazendo farta bagagem
De rara cenografia.

E no acalanto das águas
Com destino ao oceano,
Eu afogaria as mágoas
Do meu próprio desengano.


Eliel José Francisco

FOTO-MEMÓRIA


Wilson retratista, como se dizia antigamente, nesta foto capturada do facebook do meu compadre Carlão. Wilson foi o fotógrafo de uma geração na cidade Itabaiana do Norte. Arteiro, cheio de truques fotográficos, era muito considerado pelos seus contemporâneos. 

Wilson desempenhou papel importante de repórter fotográfico em minha cidade. Era impressionante o seu carisma, bem como a sua dedicação pela profissão.

Wilson também tinha uma veia cômica; quando alguém encomendava um pôster e não pagava, ele colocava a foto de cabeça pra baixo, chamando a atenção dos frequentadores do seu estúdio. O dono da foto ficava sabendo e, com vergonha, tratava logo de pagar a sua dívida.

E quando uma jovem pedia para ele caprichar na foto, respondia bem sério:

– Senhorita, eu sou fotógrafo, não sou santo pra fazer milagre.

Aos analfabetos em assuntos interioranos, devo esclarecer que a frase da foto está correta. No interior do Nordeste, escreve-se como se fala. E tenho dito.

sábado, 28 de julho de 2012

Atentado em Itabaiana

Assis Lemos
       
  No romance “O Tempo e o Vento”, Érico Veríssimo criou o personagem Tio Bicho, um incrédulo quanto à bondade humana. “Não levo a sério essas panacéias sociais, tipo socialismo, comunismo e outros. Não creio na bondade inata do homem. Ele está mais perto do animal do que ele próprio imagina. Tem ainda a marca da jungle. Essa história de amor cristão, altruísmo etc., não passa de conversa fiada. O homem hipocritamente se atribui sentimentos e qualidades que na realidade não possui. É um carreirista safado no plano moral. Todos nós somos safados, e assim a comédia humana continua”, sentenciava Tio Bicho.
 
         Na verdade, desde os primórdios da humanidade que o bicho homem é o mesmo: vilão e generoso, odiento e amoroso, bruto e afetuoso, traidor e fiel, corajoso e pusilânime, egoísta e abnegado, generoso e mesquinho. É assim a natureza humana. A ambição, a luta pelo poder e pela riqueza mudam de cenário, mas se repetem pela história da humanidade, com os que se notabilizam pela magnanimidade ou pela torpeza.
 
         Na Paraíba temos os nossos heróis, os que se dedicaram a ajudar os outros com sacrifício da própria vida. Um deles chama-se Francisco de Assis Lemos de Souza, ele que foi um ativo participante das Ligas Camponesas no Estado, pagando preço muito elevado por estar ao lado dos trabalhadores do campo. Quando veio o golpe militar, ele perdeu o mandato de deputado estadual, teve seus direitos políticos cassados, saiu da Universidade onde era professor e foi preso na Ilha de Fernando de Noronha.
 
         No livro “Nordeste, o Vietnã que não houve”, Assis Lemos conta o episódio de um atentado que sofreu em Itabaiana. Em 11 de setembro de 1962, ele e o líder camponês Pedro Fazendeiro foram para uma reunião com a diretoria da Liga Camponesa local, para escolher os servidores que iriam trabalhar no Posto Médico, como de fato foram indicados os médicos Everaldo Pimentel e Lindonor Pires, entre outros funcionários. Após a reunião, entrou no recinto um grupo de dez pessoas liderado por Manfredo Veloso Borges, armados de revólver, para matar o deputado. Ao tentar fugir, Assis Lemos foi atingido por “violenta joelhada nos órgãos genitais”. Era dia de feira. A vítima saiu pelo meio da multidão para procurar a Polícia. “Encontrei o delegado que seguiu comigo de volta à sede da Liga. Lá encontramos Pedro Fazendeiro caído no chão, ensanguentado. Os criminosos haviam desaparecido”, conta Assis Lemos no seu livro.
 
         O atentado às lideranças camponesas repercutiu em todo o País. Devido à pancada, Assis Lemos teve que ser operado. No Hospital, recebeu a visita do Almirante Cândido Aragão, Comandante dos Fuzileiros Navais. “Perguntou que tipo de arma possuía para minha defesa, eu respondi, ‘nenhuma’, que andava desarmado, sem guarda-costas”. Recebeu um revólver Colt 45, com o devido porte de armas. Na noite de 31 de março de 1964, véspera da quartelada, Lemos fugiu para o Recife, entregando a arma ao então deputado José Maranhão.
 
         Assis Lemos hoje vive em Londrina, no Paraná. Ficou conhecido pela sua coragem pessoal, capacidade de liderança e coerência ideológica. Pode-se discordar de suas idéias políticas, mas nunca de sua integridade moral e idealismo em favor dos injustiçados. Agrônomo, vivenciou de perto as condições sub-humanas em que viviam os camponeses paraibanos, e por eles decidiu lutar, pondo em risco a própria sobrevivência e a da família. Foi vítima das mais cruéis perseguições, como esse atentado em Itabaiana. Continua o mesmo homem, o mesmo militante pelas causas sociais. 

(Do livro A VOZ DE ITABAIANA E OUTRAS VOZES)

sexta-feira, 27 de julho de 2012

MENSAGEM DE BUDA LIRA


Colegas,

tive um prazer de participar, ontem dia 26/07, do primeiro encontro de candidatos a Prefeito do Município de Itabaiana, para tratar de políticas públicas para a Cultura. Convidado por Fábio Mozart (Ponto de Cultura Cantiga de Ninar).

O evento foi realizado na Câmara Municipal, que ficou lotada com a presença dos correligionários dos candidatos. Não se tratou de um debate, pois segundo Marcos Veloso, que presidiu o encontro, a Lei Eleitoral ainda não permite eventos com debates. Mas, o importante é que os candidatos tiveram que apresentar suas propostas para cultura do Município e o Cantiga de Ninar, articulado com os setores de cultura da cidade, apresentou um documento com propostas para a futura gestão.

Fiz um breve relato sobre Programa Cultura Viva, a importância da Rede Estadual dos Pontos de Cultura e a necessidade dos gestores públicos governamentais - Estado e Municípios - atuarem junto com o Minc, na expansão desse e de outros programas, fundamentais para o desenvolvimento sócio-cultural das micro-regiões.

Fica o exemplo!

Abs.,

Buda Lira.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

COLUNA DE ADEILDO VIEIRA


O Vôo da Águia no Céu das Canções
Adeildo Vieira

Acorda, poeta! Olha o serviço!!! É o que naquela noite gritava a poesia praquele bardo que imaginava passar impune a uma inspiração.Despertado pela poderosa, o poeta Águia Mendes me ligaria no dia seguinte pra avisar que chegaria atrasado ao trabalho, pois teria transformado a noite em dias. Sim, eu tenho o privilégio de dividir meu ambiente de trabalho – no DECOMTUR/UFPB - com este colega cuja maior doença é a compulsão de botar bois pra pastar nas nuvens e pendurar o sol em algibeiras, títulos de seus dois últimos livros. Santa enfermidade! Ao lado da poesia em pessoa eu acabo abrindo deliberadamente a guarda de minhas defesas imuno-poéticas, manifestadas emforma de dispersão do pensamento, pra contrair poesia em estado compulsivo. Surgiram daí canções em parceria com o tímido poeta, que não gosta de câmeras ou alardes em torno de sua pessoa, mas que, de tão inspirado, trouxe saúde pra minha obra musical.
O poeta Águia Mendes é o único de quem tenho conhecimento que é tocaiado pela poesia. Quando alvejado por um súbito golpe de inspiração, entra em crises de convulsão poética e produz poemas latejados que roubam suas noites de sono e tumultuam seus dias. Santo tumulto! O resultado disso são torrentes de palavras que, quando a serviço de nossas canções, nos servem ao deleite. Aliás, quer inocular o poeta com o santo veneno? É simples, basta apresentá-lo a uma melodia. Isso já é o suficiente pra que desgoverne o trem de sua criação ladeira abaixo. Agora sai da frente, pois o trem só pára em seu destino final: uma canção. Quanto a isso, sou réu confesso. Quero confessar em público que já pus o amigo poeta em santos apuros com acometimentos musicais, ao que safou-se com maestria.  A essas culpas exijo indulgência, pois não considero justo condenar aquele que presenteia o faquir com facas de prata, sabendo que está contribuindo pra beleza do espetáculo. Aliás, exijo perdão também tantos outros compositores que se enfileiraram na provocação ao poeta. Isso faz de Águia Mendes um dos mais profícuos ornamentadores de melodias em nosso estado.
Uma canção é uma mensagem com som. Ela precisa dizer algo, e que esse algo seja dito com beleza, grandeza, maestria, graça e bom gosto. Letrar uma melodia é labor musical. As palavras alinhavam a estrutura melódica, amalgamando idéias e sentimentos dentro de um conceito estético. É preciso sentir o ritmo da canção para traduzi-lo em sílabas, sem deixar que essa engenhosa montagem provoque o atropelamento de prosódias e outros danos às palavras, além de por as rimas como elemento sonoro que contribui para a sonoridade da canção. Isso tudo com densidade de conteúdo, é claro! Letrista de música émúsico das palavras, compositor de poemas cantados. Este ofício é exercidoa rigor pelo poeta Águia Mendes, que agrega valor estético às melodias onde põe a sua pena.
Pois bem, num tempo em que ritmos e melodias são valorizados em detrimento das letras das canções, quero prestar, em nome do poeta Águia Mendes, uma homenagem a quem se presta ao maravilhoso trabalho de moldurar canções com palavras, ofício que tem em Paulo Cesar Pinheiro um dos maiores mestres na nossa música brasileira, mas que, ao lado desse meu homenageado, temos o privilégio de contar com Bráulio Tavares, Ronaldo Monte de Almeida, além de tantos outros engenheiros de canções em nossa cena musical que têm sua genialidade escondida pela lamentável omissão da creditação de atores.
Bom, mas o que posso garantir ao poeta Águia Mendes é que ainda pretendo lhe trazer muito desassossego.



quarta-feira, 25 de julho de 2012

Beto Palhano é o novo “âncora” do programa Alô Comunidade!




O jornalista Beto Palhano (foto) está no comando do programa  Alô comunidade!, da Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares, veiculado todos os sábados em parceria com a Rádio Tabajara da Paraíba (AM). Ele se junta aos radialistas Dalmo Oliveira e Fábio Mozart na produção e apresentação do único programa radiofônico com temática sobre o movimento de rádios livres e comunitárias no Estado da Paraíba. 

Eu sinto um pouco de pressão [como o novo apresentador] já que sou novato nisso, mas vou trabalhar duro com o apoio dos companheiros para conduzir o programa da melhor forma possível e manter viva a chama do movimento pela democratização das comunicações”, disse Beto Palhano, diretor de programação da Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares e um dos fundadores da Sociedade Cultural Posse Nova República, do bairro Ernesto Geisel em João Pessoa (PB), mantenedora da emissora comunitária.

A equipe de produção do programa Alô comunidade! estuda mudanças no formato, depois de comemorar um ano de emissões ininterruptas. “Nossos ouvintes terão  novidades brevemente”, anunciou Dalmo Oliveira, segundo o qual estão sendo produzidas novas vinhetas, quadros e outras ferramentas com o objetivo de melhorar ainda mais o programa que vem atingindo boa audiência no rádio e na internet.

www.radiozumbijp.blogspot.com

NESTA QUINTA-FEIRA

Buda Lira estará em Itabaiana para o debate com candidatos a prefeito

Buda Lira (direita) confirmou presença no debate


O ator e produtor cultural Buda Lira, membro do Conselho Municipal de Cultura de João Pessoa e Coordenador da Rede Estadual de Pontos de Cultura, estará em Itabaiana nesta quinta-feira, dia 27 de julho, para participar do debate sobre políticas públicas para a área cultural com os candidatos a prefeito Antonio Carlos Melo Júnior, Lúcio Flávio e Fábio Rodrigues.

O encontro será na Câmara Municipal, promovido pela Sociedade Amigos da Rainha do Vale do Paraíba – Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, com apoio do Poder Legislativo. Na ocasião, será exibido breve documentário sobre as atividades do Ponto de Cultura na cidade.

Ouvir os candidatos e construir juntos um Sistema Municipal de Cultura que atenda às reais necessidades da sociedade itabaianense, esse é o objetivo do debate, segundo afirmou Fábio Mozart, do Fórum Permanente dos Artistas e Produtores Culturais de Itabaiana, que funciona no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar. Segundo ele, os artistas nunca foram ouvidos pela gestão da cultura local. “O segmento cultural precisa ter voz ativa no que julgamos importante para o soerguimento da cultura no Município”, defende Mozart.

A ideia desses debates é derivada de um outro projeto, o Sistema Nacional de Cultura, do governo federal, que visa priorizar e padronizar a cultura brasileira em todas as cidades do País. No caso da Paraíba, o Estado está em pleno processo de mudança.

Por exigência da legislação, o debate não será aberto ao público e terá apenas convidados dos partidos envolvidos. “O núcleo de audiovisual do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar filmará todo o evento e mostrará em público oportunamente”, informou Jacinto Moreno, responsável pela área.


www.pccn.wordpress.com

Procuram-se ratos de biblioteca


BIBLIOTECA ARNAUD COSTA, DO PONTO DE CULTURA

É sufoco manter uma biblioteca comunitária. Até agora, a Biblioteca Comunitária Jornalista Arnaud Costa, do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, não deslanchou. Faltam voluntários, falta alguém que tenha aquela vontade de ajudar porque gosta e porque tem amor por livros. 

Já tentei catalogar eletronicamente os nossos livros, mas a coisa emperra. Primeiro foi o programinha que peguei na internet que resolveu travar. Depois, o amiguinho que estava com a tarefa resolveu ir ao oculista e não deu outra: proibido mexer com letrinhas miúdas, por causa de não sei o quê na vista.  

O caso é que já lá se vão dois anos da inauguração da Biblioteca e o projeto ainda não deslanchou. Mas é como eu digo: se fosse fácil, não tinha graça. Perco metade do meu tempo quando vou a Itabaiana, separando livros, catalogando, remexendo nas caixas de doação para selecionar. Fazendo a decantação. Recebemos muito lixo, revistas semanais velhas, cadernos já usados, livros técnicos ultrapassados. 

Meu sonho é dar aulas de reforço na Biblioteca, realizar projetos de estímulo à leitura, quem sabe um curso de Tecnologia da Informação. Sonho é sonho, vale tudo. Enquanto sonho com uma cidade de leitores, espero que assuma um novo gestor público que mude nossa agenda itabaianense onde só acontece coisa ruim, só funciona o egoísmo e a futilidade.



TIJOLINHOS DO MOZART



Treze por cento votam nulo em João Pessoa, segundo pesquisa. É um número a considerar.

Falando em Treze, o Galo Moral pelo menos deixou de perder. Empatou, zero a zero, com o time de Mato Grosso. Desfilou sereno, enquanto a caravana de raposeiros passa, torcendo os dedos e rangendo os dentes…

Ricardo Marcelo comprou o PEN de porteira fechada.

Mensagem de leitor: “Efigênio é bem capaz de convencer o papa a rezar o Alcorão, mas pra votar no candidato de Dida, nem ele...”

Santa Rita teve redução de 3.682 empregos este ano. Número alarmante. Quem é o prefeito de lá?

Jogos Olímpicos já começaram: corrida em busca de votos.

Mulheres começam a se sentir velhas com 29 anos, e os homens com 56, minha idade atual. Tou na lona oficialmente!

Sou tão tímido que nunca tive amigos a ponto de ganhar um apelido. Então me auto apelidei: Jacaré. Depois Leão. Mas nunca pegou...

Na época de campanha, político fica com o sorriso ligado no automático.

“É assim que funciona o negoço”, falou com cecidilha o eleitor toqueiro e babaca.

São tantos argumentos a favor que estou tentado a acreditar, pelo menos parcialmente, em Papai Noel e candidato bem intencionado.

No caso do empréstimo para a Cagepa, a oposição tá com pantim. Pantin é tudo aquilo que a gente faz para parecer melhor do que a gente realmente é.

Seu eu fosse um ditador, mandaria destruir todas as frutas artificiais da mesa de jantar e as flores idem.

Os pinguins de geladeira eu acho o máximo!

A professora Rosane Almeida merece uma medalha, uma salva palmas e um caminhão de votos em Itabaiana.

"Campanha política é bom porque a gente recebe abraços". De uma eleitora bobinha. .

Pergunta pertinente: por que não se reza uma missa sete dias depois que a pessoa nasce?

Pâmela Bório, a Dama Nº 1, disse no Twitter que a imprensa na Paraíba é comprada.

João Pessoa tem um candidato cujo slogan é: “Nem sobrecu nem moela, é Titela”. 

Cultura inútil: Pessoas nascidas entre 1995-1999 viveram em três décadas, dois séculos, dois milênios e ainda não são maiores de idade.

Para triunfar plenamente, o mal precisa não de uma, mas de duas vitórias. A primeira acontece quando um ato de maldade é perpetrado; a segunda, quando a maldade é retribuída. – Miroslav Volf