Ricardo atrapalha ou ajuda?
Wellington Farias
Num
encontro que promoveu com pré-candidatos do seu partido, o PSB, no segundo
semestre do ano passado, em João Pessoa, o governador Ricardo Coutinho
garantiu: o seu governo seria o grande cabo eleitoral dos seus
correligionários. Em outras palavras, ele disse: podem ter a mais absoluta
certeza de que, dentro de um ano, esta gestão estará sendo um modelo, além de
um forte argumento para convencimento do eleitorado.
Estamos no
segundo semestre do ano e o quadro que se configura nem de longe corresponde à
promessa de Sua Excelência o governador. Pelo contrário, o atual governo
enfrenta um desgaste de proporção jamais vista em qualquer outro governo na
história mais recente da Paraíba com um ano e meio de gestão.
No
interior do Estado, na maioria das regiões, tem prefeito aliado do governo que
está pedindo a Deus para que o governador Ricardo Coutinho não apareça no seu
município, tampouco cogite de subir nos seus palanques.
O desgaste
O desgaste
do atual governo de corre, entre outras razões, da distância que separam as
promessas de campanha do governador da realidade nua e crua da Paraíba de hoje.
No Guia Eleitoral e nos palanques Ricardo prometeu, no afã de eleger-se governador, fazer em
quatro anos o que aos mortais só é permitido realizar em quatro décadas;
garantiu que, em apenas seis meses, a onda de violência que se abatia sobre o
Estado estaria controlada e os paraibanos iriam viver num paraíso de muita paz.
Além de um
governo que deixa muito a desejar, sob todos os aspectos, e uma Paraíba
dominada pela bandidagem, o que se vê mesmo é uma gestão que, a todo custo, só
busca subtrair direitos das categorias trabalhadores, como fez com o Fisco e
tem feito com professores.
Em cada
recanto deste Estado, em todos os municípios, não falta muita gente
absolutamente insatisfeita com o governo, seja porque foi demitido, teve algum
direito solapado ou não recebe o famoso leite das crianças.
As áreas
essenciais – Saúde, Segurança e Educação – vivem um caos jamais visto. O ano
letivo foi iniciado com estudantes sentados no chão ou desfilando nos
corredores das escolas, porque não havia carteiras; semi-analfabetos estão
ocupando cargos de professor até de Química; os hospitais, com honrosas
exceções, parecem mais a porta do cemitério; os crimes de avolumam numa Paraíba
em que apenas não se assalta, mas se mata, se esfola e se esquarteja.
Na área de
Segurança, a Paraíba desmoraliza a máxima segundo qual não existe crime
perfeito: até hoje ecoa, a todo instante, a pergunta que não quer calar: quem
matou Rebeca? Ninguém sabe, niniguem viu.
Estes e
muitos outros fatos que compõem a história atual da Paraíba sugerem: pelo menos
até agora, a gestão de Ricardo Coutinho é um fardo para qualquer candidato às
eleições deste ano.
E a sua
pessoa, uma figura indesejada em qualquer palanque.
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