terça-feira, 3 de julho de 2012

COLUNA DE WELLINGTON FARIAS


Ricardo atrapalha ou ajuda?

Wellington Farias

Num encontro que promoveu com pré-candidatos do seu partido, o PSB, no segundo semestre do ano passado, em João Pessoa, o governador Ricardo Coutinho garantiu: o seu governo seria o grande cabo eleitoral dos seus correligionários. Em outras palavras, ele disse: podem ter a mais absoluta certeza de que, dentro de um ano, esta gestão estará sendo um modelo, além de um forte argumento para convencimento do eleitorado.

Estamos no segundo semestre do ano e o quadro que se configura nem de longe corresponde à promessa de Sua Excelência o governador. Pelo contrário, o atual governo enfrenta um desgaste de proporção jamais vista em qualquer outro governo na história mais recente da Paraíba com um ano e meio de gestão.

No interior do Estado, na maioria das regiões, tem prefeito aliado do governo que está pedindo a Deus para que o governador Ricardo Coutinho não apareça no seu município, tampouco cogite de subir nos seus palanques.

O desgaste
O desgaste do atual governo de corre, entre outras razões, da distância que separam as promessas de campanha do governador da realidade nua e crua da Paraíba de hoje. No Guia Eleitoral e nos palanques Ricardo prometeu,  no afã de eleger-se governador, fazer em quatro anos o que aos mortais só é permitido realizar em quatro décadas; garantiu que, em apenas seis meses, a onda de violência que se abatia sobre o Estado estaria controlada e os paraibanos iriam viver num paraíso de muita paz.

Além de um governo que deixa muito a desejar, sob todos os aspectos, e uma Paraíba dominada pela bandidagem, o que se vê mesmo é uma gestão que, a todo custo, só busca subtrair direitos das categorias trabalhadores, como fez com o Fisco e tem feito com professores.

Em cada recanto deste Estado, em todos os municípios, não falta muita gente absolutamente insatisfeita com o governo, seja porque foi demitido, teve algum direito solapado ou não recebe o famoso leite das crianças.

As áreas essenciais – Saúde, Segurança e Educação – vivem um caos jamais visto. O ano letivo foi iniciado com estudantes sentados no chão ou desfilando nos corredores das escolas, porque não havia carteiras; semi-analfabetos estão ocupando cargos de professor até de Química; os hospitais, com honrosas exceções, parecem mais a porta do cemitério; os crimes de avolumam numa Paraíba em que apenas não se assalta, mas se mata, se esfola e se esquarteja.
Na área de Segurança, a Paraíba desmoraliza a máxima segundo qual não existe crime perfeito: até hoje ecoa, a todo instante, a pergunta que não quer calar: quem matou Rebeca? Ninguém sabe, niniguem viu.

Estes e muitos outros fatos que compõem a história atual da Paraíba sugerem: pelo menos até agora, a gestão de Ricardo Coutinho é um fardo para qualquer candidato às eleições deste ano.
E a sua pessoa, uma figura indesejada em qualquer palanque.

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