segunda-feira, 2 de julho de 2012

COLUNA DE WELLINGTON FARIAS


Estaria o ex-governador José Maranhão (PMDB) maquinando desde já para disputar as eleições de 2014, seja para governador do Estado ou senador da República?



Não se sabe, com tanta certeza. Entretanto, os lances dados por Maranhão no xadrez da política, na reta final para a formação da sua chapa, despertaram analistas e agentes da política a desconfiarem que sim. E desconfiarem muito...


Todos sabem que a fome de poder de José Maranhão não tem limites. E o interesse dele, de formar uma chapa puro sangue, mesmo que isso dificultasse o arco de aliança em torno do seu nome, deixou a todos ainda mais de orelha em pé sobre os propósitos maranhistas para o futuro...


Por que dificultar as coisas em favor de uma chapa puro sangue (PMDB na cabeça e na vice)? Qual seria a outra explicação a não ser a de que Zé Maranhão precisaria ter um colega de partido como vice-prefeito para, na hipótese de deixar a Prefeitura para disputar as eleições de 2014, garantir o cargo de prefeito nas mãos do partido?


Deu águia


A ambição de José Maranhão já começou a dar águia. O deputado Gervásio Maia, pinçado pelo partido como um nome de consenso para disputar a vice, depois de anunciado e comemorado, disse que não aceita E pelo menos até o instantes em que estas linhas estavam sendo traçadas, Zé estava no mato sem cachorro, sem um candidato a vice. Na seqüência, Tavinho Santos (PTB), que foi preterido de última hora na disputa pela vice - dizem até que por veto da Família Maranhão – desta vez, sim, teria sido convidado e não aceitara.





De qualquer forma, o ex-governador José Maranhão precisa urgentemente tomar duas providências: a primeira é apresentar pelo menos um esboço de projeto de gestão. Até porque esse discurso de que precisa coroar a carreira com o cargo de prefeito de João Pessoa, que nunca exerceu, não convence e pega mal. Afinal, isso não é projeto. Segundo, precisa dar demonstrações convincentes de que a sua ambição é tanta que, a essa altura, já está pensando em fazer da Prefeitura de João Pessoa um trampolim para as eleições de 2014.


O discurso da coroação da carreira soa ridículo para um eleitorado com o nível de consciência do pessoense. E a desconfiança de que Zé está de olho em 2014 pode lhe causar problema com o grupo Vital do Rego, de Campina Grande.



Dono do PMDB


Não é de hoje que, dentro do próprio PMDB, José Maranhão não goza da confiança dos colegas de partido. O próprio Gervásio Maia, escolhido para ser seu vice tem seus motivos para dar-lhe um NÃO bem grande: Gervasinho disse, com todas as letras, que por ordem de Maranhão o partido forjou uma ata para prejudicá-lo. É uma acusação muito grave.

 
O deputado federal Manoel Júnior não morre de amores por José Maranhão (contra quem lançou um manifesto solitário em termos bastante ácidos). Queixa-se de que Zé, depois de haver-lhe garantido de mãos postas que ele (Júnior) seria o candidato do partido à prefeitura de João Pessoa em 2012, deu-lhe uma tremenda rasteira e tomou o seu lugar, tanto que agora é o candidato oficial.


E mais: desde a eleição para governador, outros grupos e lideranças de peso do PMDB, em meio à campanha, confidenciaram a este colunistas que estavam de braços cruzados. Motivo: Maranhão só pensava na família, ou seja, tudo era para os sobrinhos Benjamin Maranhão e Olenka Maranhão que, respectivamente, se elegeram com grande votação para deputado federal e deputada estadual.



Como se não bastassem as insatisfações internas no PMDB, é bom Maranhão não abusar do eleitorado e por uma pedra sobre essa história de fazer da Prefeitura de João Pessoa um trampolim para as eleições de 2014.



Ainda mais ele, que tem a fama de ser excelente de partida e péssimo de chegada, em todas as eleições majoritárias.

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