terça-feira, 6 de março de 2012

“Paredões” na berlinda

Acessório virou mania

O poeta Jessier Quirino faz a sua parte no combate à poluição sonora e a degradação cultural na cidade Itabaiana do Norte. O artista conseguiu apoio de meio mundo, mesmo sem se desfazer daquela amarga arrogância intelectual de que falam seus detratores. A sociedade itabaianense apóia o movimento. O problema chegou a uma intensidade tal que não dá para ficar indiferente.

Eu proponho o diálogo com os rapazes dos tais paredões de som, que não são muitos. Quantos desses equipamentos existem em Itabaiana? Considera-se paredão de som qualquer aparato de som automotivo rebocado, instalado ou acoplado nos porta-malas dos veículos. Por que a Câmara não convoca uma audiência pública para debater o problema? Regulamente-se o uso desses equipamentos em áreas públicas no âmbito do município. Isso é tarefa inerente à Câmara de Vereadores.
Em muitas cidades, as câmaras estão aprovando leis que proíbem pura e simplesmente o funcionamento em espaços públicos dos paredões. Eles não podem tocar em vias, praças e praias. A restrição se estende aos espaços privados de livre acesso ao público, tais como postos de combustíveis e estacionamentos. Acho isso uma atitude radical. Os jovens que apreciam esse tipo de diversão, ouvir som em altíssimo volume, precisam ter seu espaço para exercer seu direito de diversão, sem incomodar os demais cidadãos. 
A tendência, no entanto, é a intensificação dos paredões. O jovem vai vender o que tem, pedir grana emprestado, pendurar o pai e avós com empréstimos bancários para ter seu som “maneiro”. Moda é moda. Aqui na Paraíba já existem mais de 300 lojas especializadas no ramo de paredão de som. O mercado do som só tende a crescer.
Na realidade, é consenso que em Itabaiana o que falta realmente é ordem. A Resolução 204, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), diz que veículos que forem flagrados emitindo nível de som superior a 104 decibéis serão penalizados com o pagamento de multa de R$ 127,69. A infração é considerada grave e o motorista leva cinco pontos na carteira de habilitação. Se a lei fosse cumprida, os meninos dos paredões iriam buscar outros espaços isolados para a curtição do som alto.

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