Zé do Bar
Esse homem é o tal Zé do bar, figura impoluta desse povinho miúdo da Paraíba, gente pobre, mas digna e inteligente. Zé frequentou pouco a escola, no entanto tem sabência. Decorou as datas mais importantes e os fatos marcantes da história, geografia e política da Paraíba. É um almanaque ambulante. Lê tudo, incluindo meus livros.
Com superior sentido do cômico nos seres e nas coisas, Zé ri do mundo e filosofa com seus bebinhos, nas quietudes do barzinho em Jaguaribe, o famoso “bunda de fora”. Zé do bar está decorando os versos do meu livro “Biu Pacatuba” para impressionar os ouvintes. Dono de uma memória fabulosa, Zé sabe tudo o que se poderia saber de Jaguaribe, de João Pessoa e de sua Araruna, cidade onde se criou nas cozinhas da família de Zé Maranhão, outro Zé sabido da gota serena!
Zé trabalhava como ambulante, comercializando desde pente fino até fita de pagar promessa nas feiras livres. Desfilou sua sabedoria de matuto por muitos anos em feiras gigantes como a de Itabaiana, vendendo gato por lebre e comprando algodão por seda. Inventou de botar um bar e vai levando a vidinha morna no cotidiano de garçom e animador de salão. De vez em quando se revolta com o ganha pão: “vida de bar é vida pra corno!”.
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