Consumidor em perigo

Na loja do Bompreço da Avenida João Machado, em João Pessoa, encontrei latinhas de chocolate importado da marca argentina “Bañados” ao preço de um real. O preço normal passa de dez reais. Comprei cinco latinhas dessas passas de uvas com chocolate ao leite, uma delícia e uma pechincha. Quando cheguei em casa, ao abrir a latinha, surpresa: o produto com mofo, sem condições de ser consumido. A primeira reação: jogar as latinhas no lixo. Não voltei para pegar meu dinheiro de volta, embora minha casa fique a menos de 300 metros do Bompreço.

O otário aqui faz parte dos 62% dos brasileiros que nunca ou raramente reclamam quando enfrentam problemas de consumo ou não ficam satisfeitos com um produto ou serviço adquirido. A gente acha que não compensa, que demora muito ou que a reclamação só vale a pena quando o objeto tem um valor considerável. No meu caso, a quantia de cinco reais que gastei com os chocolates mofados, achei que não pagava o retorno à loja. Tem gente que tem vergonha de reclamar. Eu sou um deles. Conheço meus direitos de consumidor, mas pouco o exerço de fato.

No começo do mês, o Procon apreendeu várias toneladas de alimentos impróprios para o consumo em alguns supermercados de João Pessoa, incluindo o Bompreço da João Machado (Praça Castro Pinto). Poucos dias depois, eu encontro, e pior, levo pra casa um produto mofado devido ao mau acondicionamento, embora dentro da validade.  A mercadoria estava próxima do dia do vencimento, mas isso não era informado de forma destacada pelo Supermercado. Promoção para otário. 

O Bompreço já cansou de ser autuado também por não disponibilizar empacotadores, descumprindo, assim, a Lei municipal 1.589/2002. Embora as multas sejam de alto valor, a loja faz ouvidos de mercador para o Procon.