quarta-feira, 28 de março de 2012

Porque meu compadre Wellington não vota em Luciano Cartaxo nem por força de mandinga de Madame Preciosa


Wellington Costa
Wellington Costa é um companheiro ferroviário, maquinista de trem e sindicalista de Cabedelo. Foi militante do Partido dos Trabalhadores por mais de dez anos, desses de carregar bandeira e se sacrificar pelas suas posições políticas. Naqueles tempos as posições eram muito claras: ou se era contra ou a favor das mudanças profundas prometidas pelo PT. 

Quando o partido chegou ao poder, Wellington Costa foi um dos que quebraram lanças para que Lucélio Cartaxo, irmão de Luciano, fosse indicado como superintendente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em João Pessoa. Afinal, era um combativo dirigente do PT na capital da Paraíba. 

Passado algum tempo, o sindicalista Wellington Costa descobriu sintomas de grossa corrupção na empresa e foi à luta: investigou e, com as provas na mão, denunciou Lucélio na imprensa.
Inquérito administrativo aberto, foi Wellington Costa declarado culpado por manchar a imagem da empresa e demitido por justa causa. As denúncias contra Lucélio Cartaxo foram arquivadas.

Eu e Wellington temos algo em comum no nosso currículo: fomos os primeiros militantes petistas vítimas do Partido dos Trabalhadores no poder. Ele foi demitido do emprego e eu fui preso por operar rádio comunitária quando Lula assumiu seu primeiro mandato de Presidente.

Já que Wellington, como uma mula, negou-se a acompanhar a nova ética do Partido dos Trabalhadores, ameaçando boicotar os velhos esquemas de caixa de campanha agora com o selo da estrela vermelha, foi descartado, jogado aos urubus, teve seu direito de expressão negado.

Enfim, éramos bobos e bem intencionados, nós e nossos discursos ideológicos com todos os vícios de pensamento de uma esquerda idealista. Na hora de assumir a gerência do capitalismo periférico, ficamos de fora. Não combinávamos com as novas “responsabilidades de gestão”.  Hoje, idiotas de meia-idade, apenas rimos quando Luciano Cartaxo nos aborda nos sinais e nos pede o voto. Tenho incômodas suspeitas de que o “companheiro” voou em céu de brigadeiro com o velho piloto Maranhão e agora corre fagueiro nos trilhos de um trem já bastante manjado.


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