segunda-feira, 5 de março de 2012
Explicando o coco de Biliu de Campina que não tem nada de racismo, segundo o leitor
“Antes que o mundo se acabe” é o nome do último Cd/Dvd de Biliu de Campina; gravado em Março de 2011. Eu comprei um, e não existe nenhuma música com esse título. No DVD, ele começa sim cantando a música cheio de trocadilhos “Felapurariá” (dele e de Ton Oliveira), que diz : “Todo forró tem uma NEGA DEPRAVADA / toda piada tem que se saber contar/viúva nova tem um fogo da molesta/em toda festa tem mulher pra fofocar/toda mentira tem um pingo de verdade/todo moleque gosta mesmo de andar nu / cada macaco se pendura no seu galho/ e essa carta de baralho você vai jogar... “.
Mais na frente, em “Galope diferente”, Biliu com a maestria do duplo sentido canta : “Levei uma NEGA de Arapapaca /Para tomar banho na praia agitada/ Vi uma alavanca pedi emprestada/ Pra fazer buraco e armar a barraca/ A NEGA bebeu tava de ressaca/Bem perto do velhinho veio se deitar / E eu trabalhando do couro largar/E ela deitada na areia branca/De perna pra cima eu tome alavanca/ Fazendo buraco na beira do mar... “
Discordo facilmente do ouvinte Geraldo Figueiras quando ele diz que a música de Biliu é lixo cultural e que por isso não deve tocar em rádio nenhuma. Ignorante e precipitado Geraldo Figueiras... Um artista como Biliu de Campina que por onde passa faz questão de tocar e evidenciar as obras de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Marinês, Antônio Barros e Cecéu, Gordurinha, Dominguinhos, Rosil Cavalcanti, João Gonçalves etc. não merece ser jogado na vala comum desses “cantores” atuais de baixa qualidade musical. Biliu tem história e conhecimento da música nordestina. Ele não canta apenas músicas de duplo sentido e irreverentes. Nesse mesmo DVD “antes que o mundo se acabe “, tem excelentes composições de protesto (o rico e o pobre), telúricas ( aquarela nordestina, o meu cariri, um lugar ao sol, de João Gonçalves - o rei do duplo sentido.) e por aí vai....
Augusto de Assis
Com quase 50 anos de carreira, Severino Xavier de Souza, o Biliu de Campina, é advogado diplomado pela Universidade Estadual da Paraíba, e começou a carreira de artista somente em 1978, segundo ele, porque a mídia e as gravadoras não dão valor aos artistas nordestinos. "A elite nunca gostou do forró, que era música da cabroeira. O artista para aparecer tem que ir no Gugu, em Faustão, dizer que vendeu um milhão de cópias, o que não é o caso de Biliu. Eu vendo mil discos, que eu mesmo mando fazer". (trecho de uma entrevista do JC online, fonte)
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