O meu amigo Ameba jamais trabalhou. Não esse trabalho regular,
metódico, a preço de vil salário. Não foi produtivo a nenhum empreendimento
alheio. Os pais o sustentaram durante muito tempo, depois pegou um gancho numa
repartição pública onde só aparecia nos dias de festa, para se aproveitar dos
salgadinhos. Aposentou-se sem dispor de suas mãos para mudar uma cadeira de
lugar.
Ameba gosta de citar o Eclesiastes
para justificar seu horror ao trabalho: “Saímos nus da barriga de nossas mães,
e assim iremos embora, e nada do nosso trabalho levaremos para o túmulo. Assim
que também isto é um grave mal que, justamente como veio, assim há de ir; e que
proveito lhe vem de trabalhar para o vento?”Eclesiastes 5:16
E as aves do céu e as florzinhas do
campo? Nunca deram um dia de serviço pra ninguém, no entanto, que belas! Ameba
é um cara que passa a noite acordado pra não sonhar trabalhando.
Tem coisa mais escrota do que
sindicatos comemorando com festa o dia do trabalhador? Lembrada desde o final
do século XIX, a data é uma homenagem aos oito líderes trabalhistas norte-americanos
que morreram enforcados em Chicago (EUA), em 1886. Eles foram presos e julgados
sumariamente por dirigirem manifestações que tiveram início justamente no dia
1º de maio daquele ano. Esses trabalhadores eram anarquistas que lutavam por
jornada de 8 horas de trabalho.
Neste 1º de maio, que morram os
partidos políticos, os sindicatos pelegos, os burgueses e o Estado! Viva Ameba
e todos os que se recusam a trabalhar para o sistema!
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