quinta-feira, 17 de maio de 2012

FATOS PITORESCOS DO FUTEBOL - III


CONCEIÇÃO DE ITABAIANA -
Zezé Prejeiro, Vanvam, Ricardo, Toinho, Amiraldo, Chiquinho, Lula, Nô,  Lilito, Rogério, Joselito, Ricardo, Morredia, Eduardo, Alcione, Chibica e Batata. Ano 1983 (Foto de Valmi Camilo)



TOPADA

Topada era goleiro do União e dono de uma pensão no cabaré. Só jogava depois de tomar uma garrafa de cachaça. Depois, assumiu a fé protestante e abandonou as duas atividades: o cabaré e o futebol. 

WENDEL

Wendel foi goleiro do Botafogo Futebol e Regatas do Rio de Janeiro nas décadas 70/80. Segundo Joacir Avelino, ele tinha raízes em Itabaiana. Wendell, foi campeão pernambucano pelo Santa Cruz antes de defender o Botafogo. Enquanto goleiro do alvinegro carioca, Wendell foi convocado para a Seleção Brasileira por sete oportunidades, jogando todas, com significativo retorno técnico, levando apenas 5 gols. Venceu 5 partidas pelo país, empatou uma e perdeu outra. Wendell seria o goleiro titular na Copa do Mundo FIFA de 1974, porém uma lesão o impossibilitou de jogar a competição.

INIMIGO DO FUTEBOL

Virgílio Costa, tio da jornalista Socorro Costa, era homem irascível. Não gostava de muitas coisas. As mais odiadas: música e futebol. Quem chegasse em sua venda e pedisse para ouvir uma música no rádio, corria o risco de sair correndo. Andava no seu jipe só na primeira marcha. Dizia que futebol era coisa de desocupado.

VÍTIMAS DA BOLA

Bola era irmão de Índio, eterno beque central do União. Bola era um tanto retardado. Amava seu União. Todo domingo estava lá na “barreira”, local de concentração da torcida do alvi-negro no Estádio Severino Paulino. Cada gol feito pelo time, ele armazenava uma pedrinha no bolso, “pra dar sorte”. Vítima de uma bolada do seu próprio time, Bola faleceu.

VÍTIMAS DA BOLA (2)

Pedro Arcoverde jogava no Vila Nova. Dono de um potente chute. No treino, chutou uma bola que atingiu Machinho. Levado ao Hospital São Vicente de Paulo, Machinho foi submetido a raio X que detectou mancha no pulmão com a marca de bola famosa na época, super pesada. A história da bolada é verdadeira. A marca da bola no pulmão fica por conta de Índio, emérito mentiroso.

ÍNDIO

Esse Índio vai constar aqui muitas vezes, porque foi uma pessoa de altíssimo humor. Gostava de ser conhecido como o maior mentiroso de Itabaiana. Abriu um bar: “Bar da Verdade”. Quando um rapaz perguntou como eram as bolas de antigamente, do seu tempo, ele respondeu: “Elas eram redondas”.

RECORDE

Índio jogou pelo União Sport Clube por 45 anos, talvez o jogador que mais tempo permaneceu em atividade no futebol amador, no mundo. Aos sessenta anos, ainda jogava na zaga do União, no time de aspirantes, no meio de garotos.

DOLFO

Seu irmão, Dolfo, um dos fundadores do União, pendurou as chuteiras mais cedo. Foi um razoável volante. Um ícone do futebol itabaianense, falecido em 2011.

CHICO ANÍSIO

O falecido humorista Chico Anísio foi um amante do futebol. Foi comentarista deste esporte no rádio e na TV. Em jogo transmitido pela Rádio Guanabara, o locutor não cedia a palavra ao comentarista, que esperava paciente sua vez. No final, o locutor chamou-o para dizer “duas palavras para os ouvintes”. E Chico: “Até logo”.  Em seguida, foi embora.

ELEGÂNCIA (1)

Eu fui comentarista de futebol na Rádio Cultura de Guarabira. A equipe, composta por Arnaud Costa, o narrador Martins Júnior e o repórter Badu foi cobrir o jogo entre América mineiro e Sport Clube do Recife no estádio Almeidão, em João Pessoa, pelo campeonato brasileiro da segunda divisão.

ELEGÂNCIA (2)

Entra em campo o trio de árbitros, todos de paletó e gravata. O locutor Martins Júnior espantou-se ao microfone: “a Federação Paulista de Futebol mandou três deputados federais no lugar do juiz e bandeirinhas”. É que o trio acabava de chegar e passava pelo campo para trocar de roupas no vestuário, todos elegantemente vestidos.

(Do livro inédito “Fatos pitorescos do futebol”, de Arnaud Costa)

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