TOPADA
Topada
era goleiro do União e dono de uma pensão no cabaré. Só jogava depois de tomar
uma garrafa de cachaça. Depois, assumiu a fé protestante e abandonou as duas
atividades: o cabaré e o futebol.
WENDEL
INIMIGO
DO FUTEBOL
Virgílio
Costa, tio da jornalista Socorro Costa, era homem irascível. Não gostava de
muitas coisas. As mais odiadas: música e futebol. Quem chegasse em sua venda e
pedisse para ouvir uma música no rádio, corria o risco de sair correndo. Andava
no seu jipe só na primeira marcha. Dizia que futebol era coisa de desocupado.
VÍTIMAS
DA BOLA
Bola era
irmão de Índio, eterno beque central do União. Bola era um tanto retardado.
Amava seu União. Todo domingo estava lá na “barreira”, local de concentração da
torcida do alvi-negro no Estádio Severino Paulino. Cada gol feito pelo time,
ele armazenava uma pedrinha no bolso, “pra dar sorte”. Vítima de uma bolada do
seu próprio time, Bola faleceu.
VÍTIMAS
DA BOLA (2)
Pedro
Arcoverde jogava no Vila Nova. Dono de um potente chute. No treino, chutou uma
bola que atingiu Machinho. Levado ao Hospital São Vicente de Paulo, Machinho
foi submetido a raio X que detectou mancha no pulmão com a marca de bola famosa
na época, super pesada. A história da bolada é verdadeira. A marca da bola no
pulmão fica por conta de Índio, emérito mentiroso.
ÍNDIO
Esse
Índio vai constar aqui muitas vezes, porque foi uma pessoa de altíssimo humor.
Gostava de ser conhecido como o maior mentiroso de Itabaiana. Abriu um bar:
“Bar da Verdade”. Quando um rapaz perguntou como eram as bolas de antigamente,
do seu tempo, ele respondeu: “Elas eram redondas”.
RECORDE
Índio
jogou pelo União Sport Clube por 45 anos, talvez o jogador que mais tempo
permaneceu em atividade no futebol amador, no mundo. Aos sessenta anos, ainda
jogava na zaga do União, no time de aspirantes, no meio de garotos.
DOLFO
Seu
irmão, Dolfo, um dos fundadores do União, pendurou as chuteiras mais cedo. Foi
um razoável volante. Um ícone do futebol itabaianense, falecido em 2011.
CHICO
ANÍSIO
O
falecido humorista Chico Anísio foi um amante do futebol. Foi comentarista
deste esporte no rádio e na TV. Em jogo transmitido pela Rádio Guanabara, o
locutor não cedia a palavra ao comentarista, que esperava paciente sua vez. No
final, o locutor chamou-o para dizer “duas palavras para os ouvintes”. E Chico:
“Até logo”. Em seguida, foi embora.
ELEGÂNCIA
(1)
Eu fui
comentarista de futebol na Rádio Cultura de Guarabira. A equipe, composta por
Arnaud Costa, o narrador Martins Júnior e o repórter Badu foi cobrir o jogo
entre América mineiro e Sport Clube do Recife no estádio Almeidão, em João
Pessoa, pelo campeonato brasileiro da segunda divisão.
ELEGÂNCIA
(2)
Entra em
campo o trio de árbitros, todos de paletó e gravata. O locutor Martins Júnior
espantou-se ao microfone: “a Federação Paulista de Futebol mandou três
deputados federais no lugar do juiz e bandeirinhas”. É que o trio acabava de
chegar e passava pelo campo para trocar de roupas no vestuário, todos
elegantemente vestidos.
(Do livro inédito “Fatos
pitorescos do futebol”, de Arnaud Costa)
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