Ed Gonchá
A prefeita de Itabaiana, a senhora Eurídice Moreira, no uso de suas
tortas atribuições, vetou ônibus escolar para alunos que estudam em João Pessoa,
no ultimo dia 8 de maio de 2012. Fui surpreendido
com os meus colegas que estavam aflitos em frente à igreja matriz, revoltados
com a falta de respeito com eles. Na ocasião, também me senti desrespeitado.
Faço curso de teatro na Funesc, por sinal estou em processo de montagem de um
espetáculo.
Não sei ao certo qual foi motivo dessa decisão lastimável da prefeita. Dizem
que foi por falta de pagamento no posto de combustível, já que essa é a contra-partida
da prefeitura, e nós estudantes pagamos setenta reais como contribuição mensal.
Boa parte dos alunos estuda em cursos técnicos na área de saúde. Juntos,
fizemos a “revolta branca”. Fomos à casa da prefeita. Muros altos, câmeras de
segurança, vidros escuros em toda varanda, cortinas em todas as janelas e
portas.
A digníssima mandou sua porta-voz nos receber, a dona da voz de ouro, uma
voz boêmia e artística de Itabaiana, a Zora Lira que alegou que a digníssima
prefeita não estava em condição de receber os estudantes. Em seguida, veio
outra porta-voz, Maria Auxiliadora que atende pela Secretaria de Ação Social,
com a mesma conversa. Veio a noite, bateu a fome, fizemos uma “vaquinha” para
comprar pão. Veio um segurança por nome Patrício, reafirmando que a prefeita não
receberia os estudantes.
Em outras épocas, isso era para fazer um grande levante mesmo, um
manifesto para fazer valer nossos direitos, mas nós somos educados. Estudei nas
escolas municipais Santos Dumont e CAIC, passei também pelo eterno Colégio Estadual de Itabaiana e hoje faço EaD
no IFPE e curso teatro na Funesc. Fui educado pelos meus valiosos avós
agricultores que me ensinaram que quando se tem uma visita em casa, é preciso
receber bem. Não passamos do terraço da
casa da prefeita e nem tão pouco nos ofereceu um pouco da sua sopa, já que o
pão nós já tínhamos comprado. Eu cresci ouvindo dizer que a educação na França
é a melhor do mundo. Parece que a prefeita teve esse privilégio de ter uma
educação francesa, mas não sabe receber visitas em sua casa. Talvez porque
somos pobres e sem interesse político.
Voltamos para casa revoltados, mas ordeiros. Vamos esperar uma decisão do
Secretário de Educação da cidade. Mas, sinceramente, não sentimos nenhuma
vontade política de resolver o problema por parte da prefeita. Ela nos negou
sopa, pão e diálogo, nos nega educação e esperança em um futuro melhor.
Isso é um absurdo.Alguém tem que frear os abusos desta cretina e desses asseclas dela. Estudantes, vcs tem direito, transporte escolar, é um direito assegurado na constituíção,e é dever do gestor municipal ou estadual, fornecer, e ponto. No mais, Ministério Público nela.
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