Colégio São José demolido para dar lugar a um edifício |
“A preservação dos bens, móveis e imóveis, não representa um prejuízo, mas sim um desafio à busca de uma convivência harmônica com o passado, o presente e a expectativa de um futuro mais solidário e com melhor qualidade de vida nos conglomerados urbanos”, disse com sabedoria o Desembargador José Domingues Ferreira Esteves, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em Ação Civil Pública em Defesa do Patrimônio Cultural, contra a Rede Ferroviária que pretendia demolir uma estação.
Crime idêntico contra nosso patrimônio histórico foi cometido pela Prefeitura de Itabaiana, ao conceder alvará para demolição do prédio onde funcionou o Colégio São José, da professora Marieta Medeiros, um dos maiores ícones da educação itabaianense de todos os tempos. Infelizmente, os vereadores não se lembraram de aprovar lei tombando aquele prédio nem a Prefeitura teve o cuidado necessário, deixando de adotar, há tempos, as medidas necessárias para a preservação da integridade daquele valioso legado de nossos ancestrais. A professora Dona Eurídice ficará na nossa história como a prefeita que ordenou a derrubada do colégio da professora Dona Marieta.
A edificação foi construída na década de 20. “A prefeita não respeitou seus cidadãos”, disse um artista local, membro do Conselho Municipal de Cultura, o qual não foi ouvido na liberação do alvará de demolição do antigo colégio e construção de um prédio no terreno. Segundo o conselheiro, que não quis se identificar, o velho casarão estava em processo de tombamento pelo Conselho que cuida também do patrimônio histórico do município. “A prefeita Dida não reconheceu até hoje a eleição do Conselho de Cultura e não publicou portaria nomeando os novos membros”, disse ele, acreditando que a gestora já premeditava violentar a memória histórica de Itabaiana. Para ele, Eurídice cometeu crime ambiental quando permitiu a exploração mecânica das areias do rio Paraíba, crime contra o patrimônio histórico ao permitir a demolição do Colégio São José, e crime contra nosso futuro ao não viabilizar a instalação da Escola Técnica Estadual por não ter doado terreno para a construção. A Cooperativa de Reciclagem também não foi instalada na cidade por falta de interesse da gestora.
No dia 23 de dezembro de 2011, ao inaugurar a recuperação da ponte velha, o governador Ricardo Coutinho “se mostrou muito preocupado com a situação em que a cidade se encontra, com uma administração sem compromisso e sem ética”, conforme publicou o blog “Itabaiana Força Jovem”.
Fachada do velho prédio da "Vila Marietta", de 1915 (Foto do blog da Associação Cultural Memória Viva) |
É realmente lamentável, uma cidade que não preserva seu patromônio histórico, sepulta sua própria identidade. Mana
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