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| Foto: Quixaba |
Ô FEIRINHA BOA É ESSA DE ITABAIANA!
O dia de terça-feira
Melhor dia da semana
A cidade é tomada
Por gente de caravana
De carro, a pé e jumento
Para comprar mantimento
É feira em Itabaiana!
Começa na “União”
Três bancos tapando a rua
Os carros na contra mão
Caminhão, moto e perua
Já começa a fumaceira
Logo na segunda-feira
Antes de nascer a lua.
E vamos pro “Bacurau”
Pra feira de troca-troca
Troca-se um rádio ABC
Numa espingarda soca-soca
Quem tem volta dá no pé
Vai gastar no Carrité
Ou jogar bozó nas toca.
Logo de manhã cedinho
Começa a gritaria
É o descarregamento
De toda a mercadoria
Carro fica atravessado
De frente, de banda e lado
Tapando o trânsito na linha.
Por volta das nove horas
Ai o pique é total
Na feira de “carne verde”
É um ruge-ruge infernal
O espaço é traiçoeiro
Um carrinho ou um fereiro
Se despenca nos degraus.
O acesso que dá passagem
À Rua do Carrité
Fica somente um caminho
Que só dar pra por um pé
Tem a feira de galinha
Abacaxis tapam a linha
E a “feira de Muié”!?
Depois começa a cheirar
A galinha e o picado
Os bares começam a encher
Lá por dentro do mercado
Na feira boa se bebe
Se for ruim também se bebe
É bêbado pra todo lado!
E na Feira de Mangaio
Onde Sivuca inspirou-se
Hoje não tem quase nada
Só dois banquinhos de foice
Mas tem “Lula do Mangaio”
Que hoje é quem “quebra o gaio”
Vende até “lata de doce”!
Na feira de pano e calçado
É aonde cheira melhor
É um cheirinho de sola
Misturado ao de filó
Mas em compensação
Ela tapa as duas mãos
O trânsito fica pior.
Quando chega a tardinha
A feira ta terminando
O resto da mercadoria
Os feirantes vão queimando
Um conselho camarada:
Não venha de madrugada,
À tarde nós sai ganhando!
Orlando Otávio
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| Foto: Quixaba |
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