terça-feira, 18 de outubro de 2011

Cultura da banalidade


Giuseppe e Rosy Chaves com o Secretário Estadual de Cultura, Chico César. Os dois são voluntários do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar. Não arranjaram emprego no Estado, mas permanecem integrados com os projetos culturais de sua terra, com a alegria dos que vivem para servir, antes de tudo.

Com licença/autorização das pessoas sábias, serenas, acima dos rancores e progressistas de Itabaiana, tenho que registrar um dado histórico e uma constatação do nível de nossa mediocridade. Jamais um governador visitou tantas vezes Itabaiana em apenas meio ano de governo quanto Ricardo Coutinho. Em nenhuma oportunidade um governante estadual prometeu e iniciou tantas obras e ações sociais como o atual governante, nesse mesmo período de gestão. Com sua cara de poucos amigos, Coutinho tem se mostrado gentil com essa terra que lhe derrotou por duas vezes na eleição passada. Não digo que o povo daqui deveria lhe enviar flores para agradecer, porque se trata de obrigação de um governador tratar a todos de forma igualitária e com justiça social. Mas o que se ouve nas ruas e nos blogs é a cantilena de sempre: o governador atraiçoou quem votou nele, dando emprego aos que não votaram com seu partido. 

Passam da fase “glorificante” para a fase maldizente com a maior facilidade. Basta não sair o emprego prometido pelo cabo eleitoral, ou se saber que um contrário arrumou sua colocação, mesmo que por competência. É deprimente. Não se pensa grande. O ideal de cada um não passa da conquista de um emprego rendoso que não exija muito trabalho, ou esforço algum. Isso gera-solidifica essa cultura da banalidade, da pequenez social. Ninguém enxerga além do seu umbigo sujo.

Sem querer me vangloriar, lembrando que recusei convite de uma amiga da Secretaria de Cultura do Estado para assumir o cargo de Articulador Cultural da 12ª Região. Indiquei minha parceira Clévia Paz, porque não moro em Itabaiana e não estaria em condições de assumir a tarefa. Agindo assim, me vejo como um mamute histórico, parado no tempo, nesse período onde o comum é se pensar no eu. Falta-me vocação para aproveitador, não tenho jeito nem cara de pau do picareta. 

A última geração romântica, as pessoas que consideram muito importante o “grupo”, o outro, essa vai se acabando. O maestro Josino Mendes deu aulas de música a jovens carentes no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar durante meses, sem ganhar nada. Meu compadre Fred Borges ficou tocado pelo convite para ensinar teatro, sem remuneração. Cada um ganha a vida como pode, mas na hora de ajudar a coletividade, não se cobra por isso. Se pintar um emprego público na área, melhor. Mas antigamente não se queimava um projeto de mudança logo de saída, só porque não saiu o emprego prometido por algum malandro da política em nome do administrador que assume.

Um comentário:

  1. O PONTO DE CULTURA CANTIGA DE NINAR CATIVA PESSOAS COM AMOR PELO TEATRO, MÚSICA E DANÇA. O PONTO DE CULTURA CANTIGA DE NINAR É MEU CANTINHO CULTURAL EM ITABAIANA (PB). AMO CONVIVER COM ARTÍSTAS TÃO CHEIOS DE ENGENHO E BENÇÃO DE DEUS. ABRAÇÃO PARA TODOS OS COLABORADORES DO PONTO DE CULTURA CANTIGA DE NINAR.
    Giuseppe

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