Timbaúba dos Mocós

Morro do Cruzeiro (Timbaúba/PE)

Praça Carlos Lyra nos anos 1950.

Nasci nesta bela cidade na Zona da Mata Setentrional de Pernambuco, fronteira com a Paraíba. O lugar tem o nome de Timbaúba, sede do Município com os distritos de Cruanji e Livramento de Tiúma, além dos povoados Catucá e Queimadas. 

Botei a cara no mundo na Rua do Sapo, estrategicamente localizada na beira do Rio Capibaribe Mirim, também conhecido como Rio das Capivaras. Nunca aprendi a nadar. Quase morri afogado no rio quando tinha sete anos.

Minha cidadezinha produzia rede de dormir e sapatos. Na cidade, quem não era redeiro, fatalmente ganhava a vida como sapateiro. Meu pai, um sujeito excepcional, era gráfico. 

Eu aprendi a gostar do Estudantes Futebol Clube, rival da Juventude Esportiva Timbaubense. Vi um filme pela primeira vez no Cine Avenida. Adorava a Banda Musical Pé de Cará desfilando pelas ruas. Fiquei deslumbrado com a magia do teatro no velho Cacareco, o Cine-Teatro Recreio Benjamim. 

Minhas referências de vida, que pode ser dividida em quatro períodos: Timbaúba, Itabaiana, Mari e João Pessoa. 

Lembranças simples de uma cidade modesta que influenciam a vida da gente.

Luiz Marinho é meu conterrâneo mais ilustre. Um dos maiorais do teatro pernambucano. Autor das peças “Um sábado em Trinta” e “Viva o Cordão Encarnado”, ganhador do prêmio Moliérè de melhor autor em 1975.

“Timbaúba dos mocós, do português dono de tudo – das terras, da igreja e dos trabalhadores, dono até mesmo da vontade deles, mas nunca dono de seus pensamentos”. (Trecho do discurso de Luiz Marinho, quando da sua posse na Academia Pernambucana de Letras.)