Rua da Areia em 1902. Permanece quase a mesma coisa. Uma rua que parou no tempo, e hoje é último reduto da zona boêmia e endereço de sindicatos classistas na Parahyba. |
Nova sede do Sindicato dos Jornalistas fica situada na zona da Rua da Areia
“Eu não tenho nada contra puta. Pelo contrário, são minhas amigas. Mas não vamos misturar. Agora, o glorioso Sindicato dos Jornalistas está localizado na Rua da Areia que substituiu a Maciel Pinheiro em termos de prostituição, em João Pessoa. Nada contra as meninas que cobram "vinte real" por um boquete, mas a classe merecia coisa melhor.
Atualmente, a maioria da classe jornalistica é constituida de mulheres, e, como nossas colegas vão poder transitar no meio do "raparigal"? Vai terminar algum visitante confundindo as meninas e as chamando para uma rapidinha. Chamam de "sede própria". Eu sugiro que mudem o nome para "sede imprópria." (Anco Márcio)
O meu sindicato tem sede própria na Rua da Areia, uma rua maldita porque é coito de traficantes, proxenetas e outros tipos passíveis de suspeição.
A prostituição já foi uma ocupação respeitada e associada a poderes sagrados. Mas, com o surgimento da sociedade patriarcal, a independência sexual e econômica das mulheres restringiu-se e as meretrizes passaram a ser mal-vistas. Como toda atividade nesse nível de quase clandestinidade, atrai criminosos. Mas, e sempre tem um porém, ninguém se mete a comentar as “mulheres da vida” que circulam nas redações, nos parlamentos, nas altas granfinagens, nas melhores casas. Puta por puta, eu e meu compadre Roberto Palhano preferimos as da Rua da Areia, que não se escondem atrás de falsos rótulos de moralidade.
As sacerdotisas dos templos pagãos da antiguidade eram ao mesmo tempo mulheres sagradas e meretrizes. "Nessa época, as prostitutas do mais alto escalão do templo eram, por direito nato, agentes poderosas e prestigiadas; não eram as meras vítimas oprimidas dos homens, tão protegidas pelas feministas modernas", escreve Nickie Roberts.
Todo poder às prostitutas! E a Rua da Areia está virando uma rua do sindicalismo. Falta o Sindicato das Raparigas, para garantir os direitos das meninas. Pode se chamar “Sindicato das Putas, Garotas de Programas e Afins”. Quem seriam esses “afins?”, pergunta mestre Ameba. O “afins” alcança um monte de homens e mulheres do trampo sexual. Pode ser ex-BBB, rapaz gay iniciante na vida de rua, garota que engravida de jogador de futebol ou pagodeiro, e até mesmo jornalistas novinhas que fazem “bico”, dando para políticos e empresários ricaços. Sem esquecer os jornalistas marronzinhos que vendem sua caneta e sua goela para quem der mais.
Oi Fábio: Se você não sabe anote: A rua da Areia foi uma das mais chiques da cidade de João Pessoa. Em 1930 quando minha avó veio morar na capital comprou uma casa nessa artéria. As janelas tinham varandas de ferro e o portão de entrada também. As moradias ainda estão lá, porém, sem os adornos que enfeitavam e valorizam os prédios. O comercio ficava perto, na rua Maciel Pinheiro que abrigava, no andar de cima as famílias dos comerciantes, que tinham seus negócios no térreo. O local caiu de valor depois que a linhagem procurou outros sítios para morar. São poucas as casas que ainda resistem e quase todas têm filiais na cidade alta. Boa noite Mozart. Abraços de Lourdinha
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