Faço aqui o registro de manifestação espontânea da cultura popular de arte de rua. Esse palhaço ventríloquo chama-se Estrelinha, faz ponto no contorno do conjunto Ernesto Geisel, em João Pessoa.
Estrelinha jamais vai botar as mãos na grana através da Lei Rouanet ou de qualquer fundo de apoio cultural. Vive de contribuições dos motoristas que passam no contorno.
Estrelinha foge aos padrões do artista que faz parte da elite. Ele não está ali pra competir com ninguém, apenas distribuir sua alegria em troca de algumas moedinhas. Vive disso com muita dignidade. Uns observam, outros absorvem a arte de Estrelinha. Uma piada singela do palhaço, sua alegria simples espalha benefício moral, aumentando um pouco, de alguma forma, a baixa esperança no ser humano.
O humor pastelão e brincalhão do palhaço Estrelinha é digno de atenção. A maioria das pessoas não dá valor ao palhaço. É um preconceito formado. É até ofensa chamar o oponente de palhaço. Mas essa arte é mais profunda do que imaginamos. Palhaço é muito mais do que pintar a cara e fazer palhaçada.
Disseminar alegria é um ato de amor à humanidade.
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