quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O Tiririca da Paraíba


J. Júnior (esq.), o palhaço que quer ser dono do circo

J. Júnior como ventríloquo animando crianças em hospital

O nome da fera é José Gomes Pereira Júnior, mas atende pelo nome artístico de J. Júnior. Encontrei a figura em Itabaiana, procurando o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar para elaborar projeto de Circo Escola que quer montar em Juripiranga, sua terra. O carinha é ventríloquo, palhaço, locutor de rodeios e de rádios comunitárias, além de  brincante. Nas horas vagas, ocupa uma cadeira de vereador pelo Partido Republicano em Juripiranga, o mesmo partido do outro palhaço que é deputado federal. “Sou o Tiririca da Paraíba”, afirma J. Júnior.

Aproveitei para entrevistar o danado. A combinação artista e político já é normal no Brasil. O que eles fazem dos seus mandatos é que difere. J. Júnior não faz por menos: espetaculariza seu mandato como faz na vida civil. “Defendo os menos favorecidos, mas eu sou um palhaço que me tornei político, e não um político palhaço”, diz ele. Para arrumar umas casinhas destinadas aos sem-tetos, passou três dias acorrentado na Câmara dos Vereadores de Serrinha, como é mais conhecida a cidade de Juripiranga. “Fiz greve de fome em defesa de nove famílias que não tinham onde morar, e consegui moradia para eles”, informa o palhaço político. No ano passado, acorrentou-se na porta do Hospital São Vicente de Paulo, em João Pessoa, para conseguir uma cirurgia de alta complexidade para uma velhinha. “Novamente fui vitorioso”, diz J. Júnior, defensor do poder reivindicativo dos cadeados.

Ele diz que já foi notícia nos jornais O Globo, Jornal do Brasil, Folha de São Paulo, Jornal do Comércio, Diário de Pernambuco, Correio da Paraíba e O Norte. Agora quer ser divulgado no Tribuna do Vale. Quer mais: seu sonho é ser agente comercial do Tribuna. “Sempre admirei esse jornal”, confessa. Ele apresentou, orgulhoso, seu portfolio, onde constam seus feitos mais divulgados, entre eles o concurso da mulher mais feia do Brasil, em 1995, na cidade pernambucana de São Vicente Ferrer e o concurso de berrante de peão de boiadeiro para banguelos, evento dado e passado em 1996 na cidade de Ferreiros, pertinho de Timbaúba, área onde atua o vereador espetáculo.

Para o próximo ano, J. Júnior planeja participar do Big Bhroter Brasil e incrementar seus projetos na área de circo. “Vou montar um circo escola para ajudar crianças carentes e melhorar o “J. Júnior World” que, com a morte de Beto Carreiro, é o primeiro parque de entretenimento da América Latina, onde promovo rodeios de carneiros e jumentos. A entrada é um quilo de alimento não perecível e material reciclado que eu repasso para pessoas carentes.”  No seu parque, J. Júnior tem como maior atração um jumento pintado de zebra. “Ele é uma zebra para todos os efeitos. A mulher quando pinta o cabelo, não vira loira? Pois meu jumento agora é uma zebra”, raciocina.

A família de J. Júnior também faz parte do seu show. A esposa, Leda, é cantora e sempre acompanha o marido nas visitas que faz a orfanatos e hospitais, fazendo palestras motivacionais e performances para doentes e crianças. Ainda arruma um tempinho para apresentar o programa “Amigos para sempre”, nas rádios comunitárias Radical e Ibiranga FM.



3 comentários:

  1. Oi Fábio: Circo é cultura. Se é para fornecer esse elemento para o desenvolvimento da sociedade, principalmente a infantil, aplaudo e louvo a iniciativa de Tiririca. Que seja bem sucedido e em cada cidade, de modo especial as pequenas, ainda em formação, que chegue lá essa Escola sob a forma de divertimento.
    Um cordial abraço da comadre
    Lourdinha

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  2. Conheço o cara !!! Ele e o máximo mesmo !!!

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  3. J Junior, um intelectual travestido de palhaço , para de forma leve e simples, mostrar como é possível ajudar ao próximo. Um verdadeiro Don Quixote do Brasil. Salve JJunior !

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