segunda-feira, 10 de outubro de 2011

REPRESSÃO POLICIAL


Andrezza entrevista João Pacheco, Embaixador da União Européia, em visita à Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares, de João Pessoa (PB) em 2009.

Militante do movimento de rádios comunitárias sofre agressão policial na Paraíba

Moradores da comunidade da Boa Vista, antiga Citex, no bairro Ernesto Geisel, em João Pessoa protestam contra os procedimentos da Polícia Militar, questionando principalmente o comportamento de policiais atuantes na área que desrespeitam frequentemente os direitos básicos do ser humano, conforme depoimento de Andrezza, militante do movimento de rádios comunitárias, participante da Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares. 

Andrezza relatou que teve um primo preso por integrantes da Força Tática do 5º Batalhão da PM, acusado de envolvimento com drogas. O rapaz, menor de idade, foi torturado com um pedaço de ferro, segundo testemunhas. “A polícia invadiu a casa de minha tia, que foi acordada e levada à Delegacia sem ao menos ter a privacidade de trocar de roupa, sendo obrigada a se vestir na frente dos policiais”, disse Andrezza, acrescentando que ela mesma foi desrespeitada. “Os militares disseram que eu também fazia parte do tráfico de drogas, quando todo mundo sabe de minha vivência na comunidade como educadora social, com um trabalho de referência”. Ainda segundo Andrezza, os policiais debocharam o tempo todo, após o que levaram seu primo sem informar seu paradeiro.

Andrezza aponta a Tenente Viviane, suposta comandante da operação, conhecida pela forma desrespeitosa e autoritária com que trata a população das periferias da capital paraibana. “Anotei o número de todas as viaturas e vou pedir providências. Que polícia é essa que chega batendo e humilhando as pessoas, tendo prazer em torturar mulheres indefesas? Chega de tanta repressão”, protesta a radialista e educadora. Para ela, quem não vive nas comunidades não sabe o que de fato está acontecendo, e só vê o lado negativo por causa da forma sensacionalista com que a mídia comercial mostra essas áreas pobres. 

Mirley Jonnes, educador e ex-aluno da Casa Pequeno Davi, afirmou que encaminhou ofício para o Secretário de Segurança do Estado, notificando o fato e pedindo providências. “Particularmente acredito nas boas intenções dele, pelas interações que tivemos aqui no Roger no processo de mobilização pelo policiamento comunitário no bairro, pessoa que me transmitiu muita confiança e que certamente não comunga com esse tipo postura policia”, afirmou. Para ele, é o mínimo que o movimento social da Paraíba pode fazer, “tanto pela violação dos direitos do adolescente, como pela história e exemplo de vida e o sacerdócio de Andrezza na construção da cidadania na comunidade do CITEX”, acrescentou. 


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