quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Viva o músico brasileiro


Max Robespierre


O músico é um profissional mal pago e desprestigiado. “Festa acabada, músicos a pé”, diz um verso de Chico Buarque. Dida Fialho me conta que em São Paulo os músicos da noite ganham bem, são servidos com boa comida nos restaurantes e boates, dispõem de som digno. Aqui em João Pessoa, os equipamentos de som em barzinhos e boates são indecentes, os músicos trabalham quase de graça, empresários roubam a maior parte do couvert artístico dos caras e dão para comer pescoço de galinha com pão dormido.

Tenho dois filhos que vivem da música: o saxofonista Arnaud Neto e o baixista Max Robespierre Mozart. Vivem ralando com uma banda baile, tocam em shopping e barzinhos. Gostam da profissão. Para exercer a atividade artística, tiveram que tirar carteirinha de uma tal de Ordem dos Músicos do Brasil, uma entidade que vive de cobrar taxas absurdas e inventar empecilhos que dificultam a contratação dos artistas. É mais um absurdo neste país, o cara ser obrigado a se filiar a uma entidade. Correndo por fora, tem o ECAD que cobra para você cantar/tocar as músicas dos outros. Para onde vai o dinheiro, não se sabe. Para o bolso do compositor, muito pouco. Enfim, ser músico no Brasil é sola.

Outro amigo músico sofre com a dependência química. Não sucumbiu ainda por causa da música. A música salva, redime, melhora a saúde, dá sentido a uma vida. É verdade e eu dou fé.

Ontem, 21, foi o aniversário do músico Max Robespierre Mozart, meu caçula. Até agora estou gostando do produto que leva a minha marca. Eu, particularmente, queria que ele fosse um bom pedreiro, ou garçom, fabricante de sorvete, gráfico, motorista ou coveiro, menos músico. Mas, e sempre tem um porém, “a gente é pra o que nasce”. Músico ganha pouco, mas se diverte, pensa muita gente. Engano! Trabalha duro, dorme mal, come pior, ganha uma miséria. Vale viver a vocação, entretanto.

No dia do músico, parabéns aos artistas do som e ao contrabaixista Max Robespierre Mozart.

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