terça-feira, 1 de março de 2011

ZÉ BUCHUDO APARECEU

A foto, de péssima qualidade, mostra Luciano no papel de Zé Buchudo, em anúncio no nosso Jornal Alvorada em junho de 1989:

VOTE PARA PRESIDENTE

ZÉ BUCHUDO

O Coletivo Dramático de Mari – CODRAMA – decidiu usar seu teatro para afirmar-se como um grupo comprometido com as grandes questões sociais do nosso tempo. Neste ano de eleição, apresentamos o candidato Zé Buchudo e seu companheiroZé da Silva, os tradicionais perdedores. Nesta comédia está colocada toda tragédia do povo brasileiro que ri de sua própria desgraça. Na foto, o ator Luciano Lima – A peça estréia em 22 de junho de 1989 no Salão Paroquial de Mari.

Mais um pupilo do velho Leão se apresenta

Outro dia falei aqui do prazer que tenho, aos 55 anos, de ver brotar tantas vidas úteis, tantas mentalidades sadias e nobres, de antigos alunos e amigos meus, pessoas que vi no desabrochar da vida e com quem tive o prazer de dividir emoções, saberes e lutas pela vida afora. Hoje, recebo mensagem de Luciano Lima, jovem que participou comigo do Coletivo Dramático de Mari na década de 80/90. Com Luciano fizemos teatro, jornal e militância política na terra do professor Josa, o primeiro candidato a vereador pelo Partido dos Trabalhadores naquele lugar que é o portal do brejo paraibano.

Luciano Joaquim de Lima hoje é um pensador, filósofo e principalmente homem de bem. O rapaz tem até um blog (www.atitudesocultas.blogspot.com) onde informa que é aparentado com o Rei D. Afonso Henriques de Portugal, vegetariano e com sangue mesclado dos índios Tabajaras, africanos e europeus.

Faz mais de quinze anos que não vejo meu compadre Luciano Joaquim. Um menino pobre, morador da periferia de uma cidade paupérrima praticando ações mágicas de teatro e literatura, aprendendo a gostar das letras e das artes e se transformando em cidadão consciente faz o velho Leão evocar lembranças boas de bons combates travados pela vida afora e afirmar consigo mesmo: valeu a pena.

Ele lembra de nosso espetáculo “Zé Buchudo para Presidente”, que não vingou, e do nosso jornal Alvorada, que eu editava em Mari, do qual Luciano foi gazeteiro. Escreveu uns versinhos de cordel que eu transcrevo com muito orgulho:

Ao Fábio Mozart, teimoso notável

Neste momento importante / Me congratulo animado / Com este homem teimoso / Que hoje é homenageado / Pois conheço sua história / Com ele conheci glória / E fui privilegiado.

Nos palcos, nas cantorias / Na linha ferroviária / Era figura presente /
Na questão humanitária / Defendendo os marienses / Enfrentava os poderosos / Pra implantar reforma agrária.

Pelas portas da cidade / O “Alvorada” adentrava / Abracei a entregá-lo, / Sem saber que se tratava / Da perturbação dos mandantes / Pois todos a todo instante / Bem distante o desejava.

No terreno da cultura / Muita árvore semeou / Mari, Araçá e outras tantas / Mas, Zé Buchudo não vingou / Elegemos o Presidente / Indo contra muita gente / Mas a luta não cessou.

“Fabio Mozart, me sinto honrado por ter participado de suas idéias”

Luciano Joaquim de Lima

ljlimma@gmail.com

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