Meu considerado amigo Pedro Osmar começou a ler meu livro “A Voz de Itabaiana e outras vozes”, que inicia falando da difusora de João do Bode, chamada “A Voz de Itabaiana”. São mais de sessenta anos no ar, agora sob a direção do seu filho Raminho do Bode e do neto Hernandes, que não quer ser “do Bode”, mas de Jesus.
Pedro Osmar é aquele cara que nasceu pra provocar, ensinar, criar, modificar, atanazar, escandalizar, mexer e fantasiar. O músico Pedro Osmar já tocou ou fez músicas com e para Zé Ramalho, Elba Ramalho, Lenine, Vital Farias, Xangai, Chico César e Zeca Baleiro. O artista plástico Pedro Osmar cansou de realizar exposições individuais e coletivas com seus desenhos, pinturas, gravuras e instalações.
O cineasta Pedro Osmar um dia apareceu lá em casa com outro doido por nome Idalmo da Silva, ex revolucionário trotskista e hoje mestre holístico, para gravar depoimento meu sobre essa figura que foi meu professor em Itabaiana. Comecei a falar, sentado no birô, e Pedro Osmar passou a filmar minha estante, meus livros, o teto do escritório, meus pés, depois passeou com a câmera pelas paredes nuas, rodopiou pela sala, foi e veio, e nada de me focar. Fiquei meio encabulado, sendo personagem de um documentário que não mostrou minha cara uma só vez. Nessas horas, me acho um sujeito normal.
Pois é, meu livrinho vai assim correndo de mão em mão dessas pessoas de sensibilidade tão apurada, poetas, homens de letras, artistas, gente da melhor extração. Eu deixo o livro circular livremente no meio dessa elite, mas solto o bichinho também nas mãos dos estudantes de Itabaiana, Estou me preparando para fazer um circuito pelas escolas públicas do lugar, levando “A Voz de Itabaiana e outras vozes” para os alunos e professores.
Voltando a Pedro, é bom não elogiar muito a figura, que ele mesmo já disse:
Guardo os elogios
No vinagre
Dentro do poema
No sotão
No porão
Costurados na boca
Do sapo.
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