Maranhão beija mão de eleitora em subúrbio de João Pessoa |
José Targino Maranhão nasceu
em Araruna, em 1936. Ele é advogado, empresário e, desde 1954, político. Sua
primeira experiência na área foi de deputado estadual, reeleito por mais três
legislaturas.
Seus direitos políticos e o
mandato na Assembléia Legislativa foram cassados pelo regime militar por mais
de dez anos, em 1969. Na disputa pela prefeitura de João Pessoa, ele tem como
concorrentes meninos novinhos como Renan Palmeira, cobras criadas como Cícero
Lucena e incendiários do feitio de Radical. Mas nenhum dos seus adversários
pode ostentar o “galardão” de ter sido cassado pela ditadura. Nenhum deles
também o excede em resistência física. O veterano homem público tem saúde de
ferro e velhice de aço. Seu único vício: política.
O mundo de Zé é a política,
seus aviões, suas fazendas e sua fortuna cada vez maior. Conhecido pela
avareza, Maranhão se gaba de usar paletó sem bolso. Esse riquíssimo paraibano,
acostumado com a psicologia do povão, conhece todas as manhas do eleitor e não
se acanha de sair pelas ruelas das periferias beijando as mãos sujas e
calejadas das pessoas simples. Muito embora talvez lave as mãos com
desinfetante quando chega em casa, mas vale o sacrifício no garimpo do maior
bem que Maranhão possui, seu cabedal de votos. Sem votos, Zé certamente não
sobreviveria. É como o ar para seus pulmões. Em 58 anos, jamais esteve fora de
uma eleição.
Paraíba foi berço de outro
empresário muito rico, o famoso Assis Chateaubriand, sujeito absolutamente
desprovido de qualquer resquício de ética. Usou a Paraíba como trampolim
político, mas nunca gostou do seu povo. Maranhão é dez vezes mais importante e
mais merecedor do respeito da Paraíba do que o jornalista Chatô. São 58 anos de
convivência íntima com o povão, afinando sua visão prática de empresário com a
vocação política. Cigano pra fazer negócio com Zé ainda tem muito o que
aprender. E na política, ele beija a mão até de Biu Penca Preta que um dia o
louvou:
--- Esse Zé Maranhão, pelo
que gosta de voar, já não é mais um Maranhão, é o carai de asa!
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