União de Itabaiana na década de 60 |
HENRIQUETA
João de Henriqueta era
marchante em Sapé e centro-avante do time Confiança. Forte como um touro,
derrubava boi com um murro. O árbitro José Maria Fontenelli, de João Pessoa,
anulou um gol de João. Levou tremendo soco que desmaiou em campo.
JUIZ EXPULSO
Em outra partida em Sapé,
Tiba tomou o cartão vermelho do árbitro e o expulsou. Depois, jogou o cartão na
cerca de avelóz que circundava o campo.
BODEIRO
Bodeiro apitava os jogos no
campo da Mangueira, no sítio Entroncamento, município de Cruz do Espírito
Santo. Reunia os dois times no meio do campo e rasgava o cartão amarelo. “Só
trabalho com o vermelho”, explicava.
CAVEIRINHA
Caveirinha atuava no quadro de
árbitros da Liga Mariense de Futebol. Bateu todos os recordes de agressão a
juiz de futebol. Em um só dia, apanhou três vezes em três partidas diferentes.
Pela manhã, levou uns cascudos na pelada de veteranos. À tarde, foi chutado por
um atleta violento na preliminar do campeonato local, e à noite levou uns tapas
na quadra de futebol de salão.
IVAN BEZERRA
É um dos maiores
comentaristas de futebol da Paraíba de todos os tempos. Ainda hoje atua na
Rádio Tabajara. É itabaianense da gema, filho de João Mazu. Seu pai era gerente
da “Casa do Povo”, do ex-prefeito Pinto Ribeiro. Ao falecer, Ribeiro deixou sua
loja para o pai de Ivan, como indenização.
JOÃO CAVALCANTE
João Cavalcante era
presidente do União de Itabaiana. Criava umas vaquinhas, as quais botava para
pastar no estádio Severino Paulino, campo do União. Seu filho, Joãozinho,
jogava no time rival, o Vila Nova. Meia esquerda valente, Joãozinho se superava
quando jogava contra o time do pai. “A vontade é dele, joga onde quer”,
respondia João Cavalcante a quem censurava sua liberalidade doméstica.
CRISE DE IDENTIDADE
Martins Júnior era o narrador
esportivo da Rádio Cultura de Guarabira, maior rival da Rádio Rural da mesma
localidade. Em certa transmissão, Martins trocou os nomes das emissoras no ar.
Falou na rádio Rural no microfone da Rádio Cultura. O empresário João Rafael
mandou tirar o locutor do ar por tamanha gafe. Detalhe: João é dono das duas
estações de rádio.
CHAMA O SARGENTO (1)
Sargento Zé Avelino era
delegado de Mogeiro. Jogo entre o Mogeiro Futebol Clube e Vila Nova de
Itabaiana, pênalti mais que duvidoso contra o time visitante assinalado pelo
árbitro Nivaldo Veiga. Confusão habitual na área, o juiz mandou chamar a
autoridade máxima, o sargento Avelino que não entendia nada de futebol. Depois
de ouvir as explicações do árbitro e dos atletas, o sargento indagou: “É contra
ou a favor de Mogeiro? Se for a favor, eu autorizo”.
CHAMA O SARGENTO (2)
O goleiro do Vila Nova
defendeu duas vezes o pênalti. Na terceira tentativa, a bola bateu na trave. O
juiz mandou executar a falta máxima novamente, alegando irregularidade. Zé
Avelino entrou em campo empunhando sua pistola Parabellum e mandou o goleiro sair do gol. O pênalti, enfim, foi
convertido para o time local.
BIU AMARELO
Outro juiz de futebol de
Mari, Biu Amarelo era exímio jogador de baralho. Seu bandeirinha era Pajeba,
também ás do carteado. “Hoje, vamos jogar sueca”, disse Biu ao seu auxiliar, em
determinada partida. Tradução: era para ficar de olho nos meias e no
centro-avante do time visitante. É que o baralho de sueca não contém as cartas
"8", "9" e "10".
SINEZINHO
Sinezinho gostava também do
carteado e jogava na meia cancha do Picolé Futebol Clube de Mari. Eterno
reserva, certo dia foi escalado pelo técnico Nequinho, que explicou: “Sinezinho
é bom de biriba, onde sempre tem uma carta do lixo que serve pro nosso jogo.”
DILÚVIO
União de Itabaiana foi jogar
em Timbaúba contra o esquadrão do Estudantes Futebol Clube. Ocorre que não foi
possível a realização da peleja por causa de fortes chuvas caídas na cidade
pernambucana. O zagueiro Índio exagerou: “choveu tanto que a Rádio Clube dava a
notícia enquanto minava água do meu rádio ABC
A Voz de Ouro.”
TREINAMENTO
Atletas do União, sob o
comando do Cabo Totô, saíram praticando exercícios físicos pelas cercanias da
cidade. Índio desapareceu do grupo, vindo a se apresentar no dia seguinte.
Explicou: “na carreira que eu vinha, fui parar em Cabedelo. Aproveitei e
comprei quatro cordas de caranguejo Uçá, vim até Itabaiana tangendo os
bichinhos pela estrada com um pau. Só perdi três caranguejos”.
MANGUEIRA
O Mangueira Futebol Clube, de
Entroncamento, participou do campeonato amador de Cruz do Espírito Santo em
1991. Contabilizou 19 partidas, com 19 derrotas, apenas 4 gols marcados e 88
gols sofridos. Números de causar inveja até mesmo ao famoso Íbis do Recife.
SEM ORDEM
João Peão era árbitro em
Mari. Mandou seu auxiliar Bibiu ler os nomes dos atletas por ordem alfabética.
“Só se for por ordem analfabética, porque eu não sei ler”, disse Bibiu.
(Do livro "Fatos pitorescos do futebol", de Arnaud Costa, inédito)
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