Lia Almeida, meu irmão Nôca, Nô Almeida e meu pai, Arnaud Costa |
Lembro
dos nomes de nosso círculo de amizades dos antigamentes, entre eles a família
de Nô Almeida, a sua casa sempre cheia de amigos, comandada com mão de fada
madrinha pela esposa, a incansável Lia.
Lembro
dos dias de carnaval na rua de Nô, olhando passar a tribo indígena de mestre
Mocó ao som do pífano de Risadinha, o compasso da música, estranho e
encantador, o estandarte enorme, o cocar de pena do pajé. Tempos em que
Itabaiana do Norte tinha líderes iguais a Nô Almeida, gente que era povo, que praticava
a solidariedade por obrigação do coração e não pela hipocrisia da política
clientelista.
Com
respeito, reverência e alegria, saúdo os filhos de Nô, Rosane e Renato. Pela
vontade do destino serão continuadores do estilo de vida dos pais, pelo menos no
que concerne ao amor pela sua terra e seu povo.
Agradeço
ao Artur pela remessa da foto. Eu, de minha parte, fico torcendo esperançoso para que Rosane receba os troféus da
consideração geral em forma de votos e assuma uma cadeira na Câmara, aquela que
foi do seu pai, porque Itabaiana do Norte deve essas considerações ao político,
animador cultural e grande figura humana que foi Nô Almeida.
A tribo
de índios já se esconde na esquina do tempo. O pelotão cambaleante, de
esquisita harmonia, desapareceu na duração relativa das coisas. Entretanto,
mesmo diante da fratura generalizada de nossa cidadania nesse momento/acidente,
o estandarte de líderes imortais ainda é visível nos carnavais eternos do
inconsciente coletivo. Agora, um cordão de aproveitadores faz terra arrasada
onde antes havia delicadeza e respeito ao irmão daqui. No meio do pelotão da
resistência, estandartes com figuras iguais a Nô Almeida a lembrar que
Itabaiana do Norte é eterna, teimosa e fortalecida na memória dos seus filhos
ilustres, presentes na ronda coletiva dos sonhos que quase não existem,
abafados pela mediocridade dessa vida.
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