O EQUILIBRISTA
Ser brasileiro é viver se
balançando num pêndulo
Entre o vau turbulento das
carências
E a alegria da cadência do
insustentável.
O brasileiro obedece a uma
estranha lei
Da física que produz música,
imagem e energia
Sem nenhuma pretensão de
obedecer.
O brasileiro, equilibrista
nato,
Pela extensão variável de
suas rotas
Traça estratégias confusas de
sobrevivência.
O brasileiro, de forma
displicente
E calculadamente aleatória,
Desequilibra o medo e o
estupor.
O brasileiro, mero
equilibrista,
Não vira a cara na rua,
indiferente,
Andando no arame da
necessidade.
O brasileiro vagueia pelas
ruas
Qual saltimbanco sumário e
inevitável
A confundir as rotas dos
planetas.
F. Mozart
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