domingo, 19 de agosto de 2012

POEMA DO DOMINGO




SAL DA TERRA
 
F. Mozart

Olhai o mundo astuto
vetusto
será por fim o olhar
do eterno sobre o novo. 
 
Põe o pé na terra
dissoluta
será o contato do unigênito
com a velha mãe. 
 
Tu és o sal da terra.
Tu és Deus,
premido pela necessidade
da modéstia,
humilhado pela hegemonia
do usurário. 
 
Aspirando um ar sempre novo
apesar do cheiro do domador,
criando prazeres e distribuindo,
entre os necessitados,
pérolas,
apesar do grotesco dos porcos. 
 
Pulverizando milagres,
apesar do martírio desse instante anacrônico,
apesar da tortura desse momento-acidente.

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