quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Radialistas comunitários temem normas para reserva de mercado no setor


Com a aprovação da PEC 33/09 pelo Senado, que restabelece a exigência do diploma de curso superior em Jornalismo como condição para o exercício profissional, setores sindicais dos radialistas já se movem para lutar pela reserva de mercado também para esses profissionais da comunicação. A norma da exigência do diploma de jornalistas vigorava desde 1969, uma forma da ditadura de então afastar os jornalistas veteranos de oposição ao sistema.
Os comunicadores comunitários, formados na prática do dia-a-dia, estão impedidos de editar seus jornais de bairro e atualizar seus sites. Para os rádio-jornalistas, aqueles que exercem atividades jornalísticas, de produção e divulgação de notícias no rádio, é necessário agora o diploma de ensino superior em jornalismo, o que significa mais um empecilho para a democratização das comunicações. “Já somos perseguidos pela Anatel, agora teremos que ficar de olho nos sindicatos de jornalistas que também irão nos denunciar”, disse Marcelo Ricardo, da Rádio Comunitária Diversidade, de João Pessoa.
Nos Estados Unidos e na Europa ninguém precisa de diploma de jornalista para trabalhar na mídia. “Tudo que o jornalista precisa é ser curioso e saber farejar uma boa história. E mesmo dominando a gramática, só se aprende a escrever escrevendo”, afirmou Andrew Marr no seu livro My Trade (Pan Books, 2005, 300 págs). Marr é jornalista de mão cheia, ex-editor do diário The Independent e da Economist. Para ele, diploma de jornalista só serve para enfeitar parede. No Brasil, serve também para impor limites ao direito de expressão.

Cássio Cunha Lima, Cícero Lucena e Vital Filho, senadores pela Paraíba, votaram a favor da PEC 33/09, que renova o decreto assinado em 1969 pelo Marechal Castelo Branco.  


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