Formada a confusão na
Assembléia Legislativa da Paraíba para votar empréstimo da Cagepa. “Quem for
contrário, fique de pé”, disse o Presidente Marcelo Ricardo. O pastor Jutahy
ficou de pé, depois sentou, isto é, votou contra e a favor ao mesmo tempo.
Depois, na contabilidade
geral, faltou um voto para o Governo ganhar a parada. Como bom adesista, o
pastor se apresentou dizendo que havia votado a favor, e a Mesa contabilizou seu
voto contrário. “Foi um equívoco, exijo recontagem”, reclamou o pastor da
Igreja Universal. O deputado Marcelo Ricardo mandou passar o vídeo gravado da
sessão, onde aparece o pastor Jutahy animado, em pé, votando contra o Governo
e, por tabela, contra a Cacepa e suas águas turvas.
O episódio grotesco
lembrou meu tio Gonzaga, que já viajou para o andar de cima. Pastor evangélico
desses de resultado, o Missionário Gonzaga não dormia no dia em que não
salvasse pelo menos uma alma do inferno. Seu método era direto e, de certa
forma, um golpe baixo na psicologia das pessoas simples dos seus auditórios
salvacionistas. No final do culto, ele gritava para a platéia:
--- Quem quer ir para o
céu, levante a mão!
Com a assistência em peso
na fila do céu, tio Gonzaga arrematava o golpe:
--- Agora, quem quiser ir
para o inferno, baixe a mão!
Claro que ninguém baixava
a mão. Ele então descia ao auditório e catava os visitantes, “novos
convertidos” pelo método nada ortodoxo do pastor.
Diga-se em favor do
pastor Gonzaga que ele morreu pobre. Naquele tempo, não havia ainda a febre das
igrejas neopentecostais “pegue pague” e seus pastores salafrários,
estelionatários espirituais. Ser pastor naquele tempo era não ter outro
interesse senão pregar sua doutrina sem se envolver nos negócios deste mundo.
Certos missionários e padres de hoje buscam mais riquezas, fama e posição.
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