terça-feira, 13 de setembro de 2011

Novo escritório




A Toca do Leão agora está em ambiente mais saudável, amplo, ventilado e limpo. Mudei de escritório. Já apresentando um histórico de saúde frágil, e agora sem quase mobilidade por causa da artrose no joelho, encontro meu divertimento relaxante na minha toca, com meus livros, discos e o mundo online. Recluso no quarto que me serve de escritório, dedico-me aos estudos e ao planejamento de projetos mirabolantes, virtualmente impossíveis, mas que cabem no meu imaginário romântico.

A vida do sujeito, de qualquer pessoa, não passa de uma tolice, uma piada. Eu acho que só se vive bem quando se nutre a existência daquela essencial autocrítica. Você se olhar sempre e se vê como uma pessoa bem humorada e despretenciosa, que está sempre se reiventando. Gosto de estar neste novo ambiente, com mais luz, mais ventilação. Peço licença aos meus seis ou sete leitores para mostrar este meu novo espaço, com uma TV que ainda não se livrou do lacre e, em primeiro plano, a estante de aço necessitada de uma mão de tinta, com o adesivo do Centro Cultural Piollin e da minha Itabaiana do Norte. Este é meu universo cultural visto em perspectiva pelo fotógrafo Max. Ao fundo, a gravura do “glorioso”.

Notar o primeiro livro da segunda prateleira da estante: “Peste e cobiça”, do meu compadre Tião Lucena. E no centro da cena, a rede velha do leão descansar dessa vida dura.

Sentindo-me confortável, fico meditando nos mistérios e aventuras da existência, perdido na incerteza de ver um jogo do Barcelona ou acabar de escrever essas tolices para “encher linguiça” da Toca. 

O grande lutador é aquele que compete consigo mesmo. Todo dia estou me alterando, mudando a lei da natureza que decreta que nada será mudado, nem um til da Grande Lei. Enfim, filosofia barata para mostrar meus novos aposentos, palavra que vem de aposentado, minha condição atual.

Antigamente não se aconselhava mostrar toda a casa aos convidados. Para os amigos mais íntimos, deve-se mostrar apenas os cômodos mais “públicos” como sala e cozinha. Minha mãe não mostrava o quarto de dormir às visitas. Minha vó esperava as visitas saírem e dava um banho de sal grosso nas paredes da casa nova, para espantar olhares invejosos.

Por via das dúvidas, vou acender um incensozinho...

Um comentário:

  1. Oi Fábio: Estou vendo que você é do clube de Zeamérico, ou seja dos apaixonados por rede. Em sua casa não havia menos de cinco espalhadas pelas salas, terraços, gabinete e até na copa onde fazíamos as refeições, quando não havia visitas.Todos os seus trabalhos, depois que deixou as funções públicas, foram ditados de dentro desse dispositivo malha ou tecido com fios. Para cochilar a rede era a preferida para o sono reparador, só a cama lhe convinha.
    Qual o estado do seu joelho? Mande-me noticias. Um abraço cordial de
    Lourdinha

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