Professor Lenildo Correia |
Elita Azevêdo Correia, viúva do professor itabaianense Lenildo Correia, mandou uma carta para a Toca do Leão (carta mesmo, escrita à mão como antigamente) encaminhando alguns trabalhos do seu marido, fundador da Associação dos Professores de Licenciatura Plena do Estado da Paraíba, estudioso da educação, ativista político e historiador. Essa expressiva figura do mundo intelectual e educacional do Estado foi um destacado militante no papel de combativo defensor de um país capaz de promover o bem estar físico, material, social e espiritual dos seus habitantes. Por causa desses ideais foi perseguido pela ditadura militar.
Pretendo rascunhar algumas linhas sobre a história de luta desse conterrâneo, cuja conduta muitas vezes gerou controvérsia entre seus próprios companheiros. Era um homem de forte personalidade, numa época em que a grande maioria dos homens públicos e formadores de opinião eram apenas caricaturas diante do opressor fardado. Muito sujeito fascinado por estrelas de brilho ativo, doidos por um bafejo verde-oliva naqueles tempos opressivos, hoje se arvoram de democratas e alguns até criticam personalidades como Lenildo Correia.
A tendência natural dos homens é degenerativa. Você pode ter sido uma pessoa de caráter, corajoso e destemido, mas no fim da linha mostra-se frágil, moralmente debilitado. O que fica, no entanto, é a história da sua luta essencial, o momento em que você se mostrou firme em seus princípios quando teve que se defrontar com a chamada situação-limite.
Vou anotar testemunho do professor Zenito Oliveira, colega de profissão e companheiro de Lenildo Correia nas lutas sindicais, entre outros contemporâneos do nosso mestre de Itabaiana, a exemplo do professor José Octávio de Arruda Melo. Malvisto pelos militares, Lenildo jamais abdicou de suas opiniões e da influência como líder inconteste dos professores. Era um homem correto, valente e honrado, além de grande historiador.
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