FINAL DO CICLO
(Leão moribundo)
Eu estou doente, mas quem não anda enfermo?
Moléstia original, um mal que não tem cura,
Final racional, normal e sem frescura,
Morte sem mistério, levada a bom termo.
Um fim burocrático selará em breve
A vida relativa de um sujeito só
Que no isolamento fechou o paletó
Em busca de repouso, que o pó lhe seja leve.
Aqui descansa em paz um velho e bom ateu
Que desejou morrer vivendo a cada passo
Repleto de incertezas, fugindo do fracasso
De ter que enfrentar a morte jubileu
A morte por velhice, aposentadoria
Caduca e esquecida, malsã e entrevada
Refém de um mal súbito, ou morte anunciada
Angustiante e vã vida de fancaria.
Fábio Mozart
parabéns..para mim que lido com a velhice está uma visão lúcida de tempo futuro.isabella Grandi
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