Desde a mais remota antiguidade aos dias correntes, a profissão de prostituta é amaldiçoada e ao mesmo tempo reconhecida. A cartomante Madame Preciosa, envergando os paramentos de grande dama do ocultismo, lendo seu próprio passado, viu que já foi Messalina e Teodora, duas prostitutas a quem a História não esqueceu, duas fêmeas que mudaram o seu mundo pela força de sua personalidade ímpar. Para o bem ou para o mal, conforme as convicções de cada um.
No papel de Teodora, Madame Preciosa volta no tempo há 15 séculos atrás, quando foi adorada pelo príncipe Justiniano, que ofereceu a ela simplesmente o trono de Imperatriz bizantina. A Imperatriz Teodora salvou o império do oriente e os chifres do seu covarde marido, pressionado e ameaçado por violentas rebeliões em 532, quando esteve em vias de ser despojado do cargo vitalício e ter os ovos assados pela turba revoltada. Na falta de um xerife mundial e de olho grande nas riquezas da terra (vide rebelião na Líbia de Kadafi), o Império bizantino conseguiu se segurar graças à garra e força de ânimo, valor moral e pulso da Imperatriz Teodora.
“Eu tenho a cabeça no lugar, só não sei em que lugar...”, confessa a mestra da cartomancia. Na verdade verdadeira, todos somos dois. Cada um tem na frente Oxalá e Omolu e atrás a Pomba Gira e o Exu Caveira. No caso da Madame, ela prefere a Pomba, girando ou não. Por ser réplica do bem e do mal, Preciosa já foi Messalina, a Imperatriz que se prostituiu e acabou com a moral do marido Cláudio I, Imperador romano, nas primeiras décadas da era cristã.
O nome dela: Valéria Messalina, a prostituta mais solicitada de Roma. Dizem que conseguia satisfazer 20 amantes em uma só noite. Aliás, a história só registra mais duas mulheres com o mesmo furor sexual: Cleópatra e Catarina, a Grande. Nos dias que correm, o recorde de Messalina é quebrado rotineiramente pela nossa Madame Preciosa. Em noite de muito calor por baixo da saia, ela se gaba de ter feito sexo consecutivo 41 vezes com homens variados.
“Já fui uma índia brasileira, da tribo Funiô”, acredita Preciosa. Era uma indígena saudável que morreu de amor. A virgem filha do Pajé foi obrigada a copular com um soldado português. Gostou tanto que toda noite fugia da aldeia para os braços do Manoel. Com bastante apetite sexual, a índia Moema só pensava naquilo. Mas era fiel ao seu português. Sua libido era dirigida para esse único parceiro. Tanto que se lançou ao mar bravio, buscando seguir a nado o barco que conduzia seu amor de volta a Portugal. Morreu tentando. Já o soldado, dizem que exalou o último suspiro descabelando o palhaço, com saudades das estripulias de sua Moema debaixo dos pés de araçá, buriti, ingá, imburana, sucupira, pau brasil, jacarandá, ipê rosa e barriguda. Como se pode atentar pela lista de árvores nativas, a moça aborígine era chegada a uma madeira de lei.
Guiada por suas entidades, a paranormal madame Preciosa descobre que também viveu na pele de Maria Luiza de Parma, esposa do rei espanhol Carlos IV. Essa mulher era a luxúria em pessoa. O Imperador Napoleão, ao vê-la, observou: “Ta na cara que essa mulher é puta”. Na galeria das vidas passadas de Preciosa, ela garante que também foi Gala, a mulher do pintor Salvador Dali. Ele odiava o contato físico, ela adorava. Tanto que perdeu a conta dos amantes que teve. Aos 75 anos, Dalí ofereceu-lhe o Castelo de Púbol. Gala usou-o para todo o tipo de cerimônias sexuais (orgias incluídas) com adolescentes. “Também, com esse nome, queria o que?”, observou Ameba.
“O mundo só é bom porque é uma bola, pois se fossem duas seria um saco”, comenta Ameba, plagiando o finado Bussunda. E o que tem isso a ver com a história das ninfomaníacas antecessoras de Madame Preciosa? Vá entender a mente dos depravados!
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