HOMEM MOLEQUE
Pela cruz ou pela espada,
Por trinta tostões ou nada,
Desconfio de quem manda
Pelo vinho ou por carinho,
Pelo circo ou pelo pão,
Desconfia hoje e sempre
Do pastor e do patrão,
Pela ordem na desordem
Pelos malditos benditos,
Desconfia dos seus ritos,
Não confia nos seus mitos,
Pelo valor que te dás,
Pelo valor que te dão,
Desconfia de ti mesmo,
E confia no ladrão.
Pela liberdade ousada,
Por perdões imperdoáveis,
Desconfia e não perdoa
A quem te quer perdoar.
Confia, se tu quiseres,
Na tua própria vontade
E ainda assim desconfia
Por pura e simples mania.
Pode ser um desatino,
Na felicidade um breque,
Mas assim, talvez, consigas
Tornar-te um homem-moleque.
Sérgio Faciola de Souza Mendonça
Nascido em 18 de dezembro de 1949, em Belém do Pará.
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