Em 29 de abril de 1991, portanto há vinte anos, morria Gonzaguinha, cantor e compositor filho de Luiz Gonzaga, artista ligado ao meio universitário e um crítico da ditadura militar. Foi um artista independente.
Morreu aos 45 anos, de acidente de carro, encerrando uma carreira fascinante no mundo da música brasileira.
Dia desses, catando discos em uma dessas raríssimas lojas que vendem produtos de qualidade do mercado fonográfico em João Pessoa, pesquei um CD de Gonzaguinha com o conteúdo de dois trabalhos: “Plano de vôo” e Caminhos do Coração”. Beleza pura! No “Caminhos do coração” tem a conhecida “O que é o que é”, rara experiência do cara no mundo do reggae. As músicas que mais gosto: “Grito de alerta”, “Comportamento Geral”, Espero por mim, morena”. “Começaria tudo outra vez”, “Lindo lago do amor”, “Mamão com mel”, “Guerreiro menino”.
Quando eu tocava violão em mesa de bar, depois da segunda meiota de Pitu, interpretava “Guerreiro menino”: “Um homem se humilha/Se castram seu sonho/Seu sonho é sua vida/E vida é trabalho.../E sem o seu trabalho/O homem não tem honra/E sem a sua honra/Se morre, se mata...” Passional que sou, muitas vezes chorei de impotência ao cantar o drama do povo, do homem desempregado e sujeito a se meter no universo tenebroso da violência e do crime por falta de uma oportunidade de trabalho.
No dia três de dezembro de 1990, quatro meses antes de morrer, disse Gonzaguinha em uma entrevista: “Eu acho que estou aprendendo aos poucos... né? Eu espero que agora eu agrida menos as pessoas do que há alguns anos atrás, quanto menos eu agredir as pessoas no futuro, para mim é melhor! Isso é o que eu acho que eu devo conseguir, e que aos poucos eu vou conseguindo, eu ainda tenho muita coisa pra aprender... devagar... e tal. Mas um dia quem sabe eu chego lá, quem sabe daqui a uns vinte anos... quem sabe?... Eu tenho paciência para aprender...”
Vinte anos depois, eu olho pra trás e vejo que vou conseguindo ser mais benevolente com meus semelhantes, vou aprendendo... Quem seria Gonzaguinha hoje, se vivo fosse?
Oi Fábio: Gonzaguinha, se vivo fosse, hoje seria maior, com certeza. Fora um grande musico/cantor e sua vocação se aperfeiçoaria cada vez mais.
ResponderExcluirQuanto à Estrada de Ferro tenho saudades dela. Vim muito de Alagoa Grande até aqui, numa Maria Fumaça, "a mais pitoresca do Nordeste", segundo Ascenço Ferreira, para o inicio das aulas em João pessoa. O trajeto de Areia até Alagoa Grande do Paó se fazia de onibus. Na sai de m inha mednte o resfolegado das máquinas sobre os trilhos, assim como não esqueço minha juventude. Um fim de semana tranquilo na paz de Deus.
Lourdinha