Como bem define o poeta Jessier
Quirino, “conversa de político é igual a coceira: só quer um pezinho e
pronto. Quando em campanha o candidato “aperta até mão de cotó”, prometendo uma
infinidade de realizações , caso seja eleito: postos de saúde, hospitais,
moradia, emprego, segurança e educação da melhor qualidade para todos.
Mas falando sério, não vejo nas
manifestações de nenhum dos pré-candidatos a prefeito de Itabaiana, falar
em saneamento básico para o município. Talvez seja porque seja um tema sem
futuro: as obras demoram muito a acontecer, os operários trabalham, em sua
maioria, submersos, a obra não aparece para o povo, não rende
votos, e quando da inauguração, apenas o prefeito lá se encontra próximo à
tampa de ferro, sem discurso, ladeado por alguns
puxa-sacos.
O tema vem à baila porque desde que
me entendo de gente, e isso já faz mais de trinta anos, não vejo uma obra de
realce voltada para minorar os graves problemas de falta de saneamento,
principalmente nas ruas que cortam a cidade, podendo mencionar aqui o bairro do
Cochila, Rua das Fores, Praça da Igreja, Rua da Cadeia, até desembocar no Rio
Paraíba, que recebe todos os dejetos que lá deságuam, inclusive o lixo
hospitalar.
Segundo dados publicados pelo IBGE no
ano de 2010, cinqüenta por cento da população brasileira não é servida por rede
de esgotos. Em Itabaiana a situação é mais grave ainda, porque esse índice
chega a cem por cento. Isso é alarmante. As conseqüências dessa falta geram
prejuízos à saúde dos munícipes, notadamente as crianças com o aumento de
internações que poderiam ser evitadas para os casos de diarréias, verminoses,
gastrenterites etc.
Apesar dos males causados à saúde com
essa falta de saneamento, os nossos gestores enxergam o assunto como uma
despesa desnecessária, mas na verdade é um investimento. A Organização Mundial
de Saúde preconiza que cada real gasto em saneamento corresponde a uma economia
de quatro reais com saúde. Isso fica visível no número de crianças atendidas
nos ambulatórios e nas unidades hospitalares do município. Quem tem filhos em
tenra idade sabe do que estou falando. Se tiverem dúvidas perguntem aos
pediatras que atendem diariamente os bambinos daqueles que residem nas
proximidades das áreas mais críticas a que me referi.
Alguns poderão dizer o quanto é
chato tratar de excrementos e sua destinação neste espaço, mas acho
necessário, a título de contribuição para iniciar um debate em
torno do assunto: esgoto sanitário – obra que não se vê, mas pode muito bem
fazer uma grande diferença, quando daqui a um determinado tempo as novas
gerações passem a comemorar uma queda nos índices de internações em
unidades de saúde e, consequentemente, uma diminuição na
mortalidade infantil.
Joacir Avelino
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