Com uma
câmera na mão e quase nenhum tostão no bolso, eu e Marcos Veloso nos propusemos
a produzir vídeo que falasse da condição feminina. Duas besteiras: uma, porque
só quem está habilitado a falar de mulher é a própria fêmea. Outra, que sem
grana não se vai a lugar algum neste planeta capitalista. Mas, quando a razão
se retira, é a emoção que assume. Pegamos os amigos, alugamos a paciência de
quem nos podia ajudar tecnicamente e fomos à luta. O resultado foi muito acima
do que esperávamos. Isso dá fôlego para projetos mais ambiciosos. Aguardem-nos!
A verdade é
que transformamos o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar em um espaço onde se transpira
e inspira cinema. Lá está rolando oficina, tem gente de montão fazendo suas
experiências no audiovisual, sendo hoje uma casa reconhecida como um marco
cultural da cidade de Itabaiana, trazendo artistas e técnicos do maior gabarito
para ensinar a moçada a fazer cinema, como é o caso do Torquato Joel e tantos
outros “cobras” que por lá passaram, com o intuito de formar novos talentos.
Na verdade,
a gente se superou na iniciação desta arte das imagens. Trabalhei com uma
personalidade de rica envergadura, de talento incomum, que é o videasta Rodrigo
Brandão. Peguei três atrizes amadoras de nosso cast, as comadres Das Dores Neta, Maria Helena Malheiros e Adriana
Felizardo e fizemos um trabalho decente, com suas limitações. Mas, afinal, cá
entre nós, quem acerta o tempo todo? Contrariando todas as expectativas, nossos
DOCs saíram e podem ser conferidos amanhã, no Sebo Cultural, às 19 horas.
Inquieto
artisticamente, eu vou por aí ajudando a construir nossa memória de luta pela
democratização das comunicações, fazendo um produto cultural de bom nível e
pronto para denunciar a problemática cena da mídia tradicional e mostrar os
avanços do povo em busca do direito de se comunicar, na visão das mulheres.
Quem quiser
conferir o trabalho, vá ao Sebo Cultural amanhã, quinta-feira, 19 horas, que
ainda leva de cortesia o folheto “O Sebo Cultural - templo do saber”, cordel de
Fábio Mozart que será lançado na ocasião.
O
documentário “Feminino Plural” recebeu patrocínio do Fundo Municipal de Cultura
- Fundação de Cultura de João Pessoa - Funjope.
A MÚSACA DESTE DOCUMENTÁRIO JA ESTÁ PRONTA E TEVE COMO AUTOR: ORLANDO OTÁVIO
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