sexta-feira, 29 de setembro de 2023

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

São José dos Ramos destaca teatro amador de Fábio Mozart

 


Nesta quinta-feira (21), a Escola Maria Caxias de Lima, de São José dos Ramos, realizou desfile cívico onde foram apresentados pelotões homenageando artistas de Itabaiana, representantes das sete artes, entre eles os atores remanescentes do Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana, Fred Borges e Normando Reis que apresentaram cenas da peça A peleja de Lampião com o Capeta, texto de Fábio Mozart. O Grupo, fundado em 1977, é agregado à Associação Cultural Poeta Zé da Luz, que comemorou 46 anos de atividades. A bailarina e atriz Suely Sousa também participou do desfile, apresentando a ciranda.  

O professor Eduardo Nask, membro da Associação Zé da Luz, foi responsável pela indicação do teatro amador de Itabaiana para fazer parte do desfile, incluindo encenação ligeira ao final do percurso. Para ele, além de fortalecer os laços culturais com a cidade irmã, também se pretendeu levar o incentivo às artes cênicas, “tão importantes para a formação de pessoas críticas e reflexivas”.

O veterano ator Normando Reis reside atualmente em São José dos Ramos. Para ele, foi gratificante relembrar sua participação na comédia de Fábio Mozart, juntamente com Fred Borges. “As pessoas gostaram de nossa atuação e eu fiquei feliz porque pude vestir de novo a personagem Lampião e rememorar aqueles tempos de resistência à censura e à repressão do regime militar”, disse ele.

 

RÁDIO BARATA NO AR – 427

 


Barata imbecil e pastoril não toma Rivotril e toma conta do Brasil

RÁDIO BARATA NO AR – 427

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domingo, 17 de setembro de 2023

terça-feira, 12 de setembro de 2023

Fábio Mozart prefacia livro de poeta fescenino de Sergipe

 



O poeta cordelista Massilon Silva, de Aracaju, Sergipe, reúne poemas e crônicas fesceninas com o título “O livro vermelho da putaria”, obra a ser lançada em outubro. O texto de apresentação fica por conta do cordelista Fábio Mozart, Presidente da Academia de Cordel do Vale do Paraíba, de Itabaiana (PB).

 

Conforme Massilon, o título da obra pretende ser uma paródia do famosíssimo “Livro Vermelho de Mao”, com citações de reflexões do líder chinês Mao Tsé-Tung, o segundo livro mais vendido na história, atrás apenas da Bíblia, tendo aproximadamente 900 milhões de cópias impressas. “Meu livrinho não chegará perto disso, mas faz parte da minha revolução cultural, colocando a obscenidade e o erotismo como arte fora do círculo do marginal ou proibitivo, contando com artistas fesceninos como o poeta Vavá da Luz, da Paraíba, um clássico nessa linha temática” comenta o autor.  

 

Fábio Mozart informou que o Livro Vermelho de Mao teria sido escrito por Hu Qiaomu, ajudante de ordens de Mao por 25 anos. “Muitos anos depois, ajudantes de ordens também são acusados de outras safadezas, sendo, no entanto, a obscenidade do livro de Massilon de outra espécie, muito mais decente e orgiástica”, comentou Mozart. Para ele, a obra de Massilon Silva é irreverente e burlesca, um tanto simples como é o humor nordestino, ponto basilar na cultura desta região.   

 

Mozart cumprimenta o poeta Massilon em nome de Antonio Xexéu, poeta fescenino de Itabaiana. Admirador do grande Manoel Xudu. Xexéu um dia encontrou-se com Heleno em uma venda, na fazenda Taumatá. Depois de engolidas algumas lapadas de mel de abelha com cachaça de cabeça, os dois vates começaram a cantar safadeza, aqueles versos fesceninos, um bocado licenciosos. Heleno Alexandre é um sujeito erudito, escolado, longe do padrão dos poetas repentistas analfabetos do Nordeste. Ele faz questão de esclarecer que na Roma antiga que falava   latim, os versos fesceninos eram populares, porque se acreditava que a obscenidade tinha o poder de afastar o mau-olhado. Antonio Xexéu é também cantor da trova libidinosa, mas sem a erudição do companheiro. Afinal, “só terminou a cartilha do ABC e a tabuada”. Começaram a cantar um “trocado”, quando Heleno falou de suas façanhas masturbatórias:

 

Eu trabalho atualmente

Na Fazenda Santa Esther

Meu patrão tem uma mulher

Que é o satanás em gente

Quando ele está ausente

Ela chega no terreiro

Passa a mão no corpo inteiro

Aumentando o meu tesão

Eu vou me acabar na mão

Feito colher de pedreiro.

 

Xexéu aproveitou a passagem de um casal de caprinos para cantar:

 

A cabra ensinou ao bode

A demonstrar compostura

Acabar com essa frescura

De comer cu, que não pode!

Eu faço barba e bigode

Disse o bodinho tarado

Já ficando aperreado

Com o cacetinho duro

Encostou no pé do muro

Dizendo: fode ou não fode?

 

Meu nobre amigo Massilon Silva, vai aqui este prefácio em forma de notícia para sua poesia de sacanagem, salientando que o verso fescenino é usado com fidalguia e elevação, sendo que até poemas religiosos rezam pela oração do erotismo. A alegria, o despudor e o prazer do desejo estão presentes em Goethe, Baudelaire, Rimbaud, Apollinaire, Valéry, Kafávis e outros monstros sagrados da “jubilosa transgressão”, no dizer de Georges Bataille. Recentemente, tive o desprazer de ver folheto do meu amigo Vavá da Luz ser censurado por uma editora universitária por ser muito apimentado no tempero de Eros. O meritório e liberal veio poético de Vavá não obteve o passaporte da cultura oficial. É como se tivessem censurado Gregório de Mattos, Carlos Drummond de Andrade, Glauco Matoso, Bernardo Guimarães, Osvald de Andrade e até Olavo Bilac, com aquela cara de Príncipe virgem, mas praticante também das licenciosidades literárias eróticas-fesceninas. Seu Livro Vermelho da Putaria vai para um reservado na minha estante onde guardo com a tradicional e fingida invisibilidade as obras libertinas como “Baú de putaria”, um livro libertino do casto poeta amigo Rui Vieira, de Campina Grande.

 

Eu escrevi o cordel “Dicionário Vavá da Luz de Safadezas e Ideias Afins”, que pretendia ser sarcástico, irreverente, satírico, burlesco, escabroso e chulo, mas foi humilhado pelo “Livro Proibido de Vavá da Luz”, outra obra prima safada questionadora dos códigos morais, a que se junta “O livro vermelho da putaria”, desse grande obsceno e talentoso poeta Massilon Silva, seguidor de Bocage, o príncipe da literatura fescenina. Como diria Vavá, receba meu abraço por trás e boa devassidão nos caminhos escandalosos das licenciosidades literárias.

 

domingo, 10 de setembro de 2023

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

RÁDIO BARATA NO AR – 425

 


Barata enche a fralda, fecha a conta e passa a régua – Programa Rádio Barata no Ar – Edição nº 425

RÁDIO BARATA NO AR – 425

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quinta-feira, 7 de setembro de 2023

POETA NA FEIRA DE CORDEL

 


O poeta vai à feira

Perde no canto e na beira

Sem ter um freguês que queira

Comprar sua criação

Mas ele não desanima

Fortalece a autoestima

Se ergue e não se vitima

Nos oito pés de quadrão

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Cordel do ChatGPT

 


O Promotor de Justiça Adelmo Pinho, de Araçatuba, São Paulo, gosta da literatura de cordel, escreve seus versos, porque cordelista nasce como capim nessas quebradas brasileiras, do sul ao norte, cada qual com sua pegada. Ele garante que não é refratário à tecnologia, respeita a Inteligência Artificial, mas “não venha botar gosto ruim de androide no meu poema”. Para ele, um robô não se equipara ao ser humano, que possui cognição, sentimento, relaciona-se com outras pessoas, animais e plantas. E de quebra a autora ou autor de carne e osso aprecia muito bem o sabor de um caldo de mocotó com cachaça de cabeça, coisa que o robô jamais conhecerá, sendo que essa gustação e outros prazeres da carne, ou aperreios da vida, fazem muita diferença na hora da onça beber água e do poeta poetar suas paixões e ardores da vida real. Essa ferramenta serve pra ajudar a programar e potencializar os negócios dos empresários, produzir textos jornalísticos e até imitar o estilo de um Fernando Pessoa. Mas, para criar um produto artístico, terá que comer muita farinha de dados e analytics.

Reconheço que sou ignorante até mesmo no trivial, quando se trata de dialogar com o computador. Minha conversa com a máquina é cheia de falta de intimidade. Por isso mesmo me nego a ser aquele palpiteiro que diz tolices nas redes sociais, sem pesquisar nada e sem saber do que está tratando. Enfrentar a eloquência e a sabedoria de uma máquina metida a pensar como seres humanos está muito acima de minha capacidade. Não tenho maiores restrições à IA. No entanto, surgem as primeiras reclamações sobre a falta de gentileza e cortesia da Inteligência Artificial. O usuário perguntou porque não existe bebida alcoólica sem calorias. “Porque o próprio álcool tem sete calorias por grama, seu imbecil!”, respondeu sem adestramento de civilidade o multisciente e mal educado equipamento.

Outro dia meu filho Erich Mozart me apresentou à Inteligência Artificial. Nada mais é do que o software, uma espécie de cérebro comandando feito um febrento mágico os tais algoritmos. Depois do bicho sequenciar as instruções, operações e raciocínios que orientam o funcionamento do software, o praga é capaz até de ganhar uma partida de xadrez contra o Mestre Mundial.

Falando sério e sem querer atemorizar, Yuval Harari, historiador, alerta que o uso da IA para o mal pode formar governos de ditaduras digitais, com o controle absoluto das pessoas. O risco, porém, está na intenção de quem controla a tecnologia (governo e as grandes empresas do ramo). O próprio Elon Musk confessou que a IA pode ser o instrumento de “destruição da civilização”. O Brasil quase teve sua democracia atropelada não faz muito tempo, por causa do populismo digital de certa personalidade muitíssimo controversa.

Meu filho explicou que o ChatGPT foi programado para realizar diferentes atividades. Sua capacidade vai desde criar respostas, produzir conteúdos e até entender a linguagem humana. “Ele sabe escrever cordel?” “Claro que sim! É só dar a ordem”. “Crie um cordel com estrofes em sextilha sobre o Romance do Pavão Misterioso", ordenei. No instante imediato, a Inteligência Artificial despejou a seguinte baboseira:

No sertão nordestino,

Há uma lenda tão antiga,

Do pavão misterioso,

Que deixa a todos intrigas.

 

E foi assim que José Américo,

Com sua pena de ouro em mãos,

Escreveu o Pavão Misterioso,

Uma história de amor e paixões.

 

Rosinha, a moça mais linda,

Do sertão onde a história se passa,

Encanta os corações dos homens,

Com sua beleza que não tem farsa.

 

Mandei a IA catar coquinho e fui dormir pensando se, em algum momento do que me resta de vida, iria ver a Inteligência Artificial chegar aos pés de Silvino Pirauá, gênio nascido em Patos e criador do martelo agalopado.  

 

 

sexta-feira, 1 de setembro de 2023