Barata inventa cachaça sem álcool e revoluciona
o mundo dos pinguços
RÁDIO BARATA NO AR – 428
Barata inventa cachaça sem álcool e revoluciona
o mundo dos pinguços
RÁDIO BARATA NO AR – 428
Setembro multicor
10 MINUTOS NO CONFESSIONÁRIO
https://www.radiodiariopb.com.br/setembro-multicor-dez-minutos-no-confessionario-episodio-123/
Nesta quinta-feira (21), a Escola Maria Caxias
de Lima, de São José dos Ramos, realizou desfile cívico onde foram apresentados
pelotões homenageando artistas de Itabaiana, representantes das sete artes,
entre eles os atores remanescentes do Grupo Experimental de Teatro de
Itabaiana, Fred Borges e Normando Reis que apresentaram cenas da peça A
peleja de Lampião com o Capeta, texto de Fábio Mozart. O Grupo, fundado em
1977, é agregado à Associação Cultural Poeta Zé da Luz, que comemorou 46 anos
de atividades. A bailarina e atriz Suely Sousa também participou do desfile,
apresentando a ciranda.
O professor Eduardo Nask, membro da Associação
Zé da Luz, foi responsável pela indicação do teatro amador de Itabaiana para
fazer parte do desfile, incluindo encenação ligeira ao final do percurso. Para
ele, além de fortalecer os laços culturais com a cidade irmã, também se
pretendeu levar o incentivo às artes cênicas, “tão importantes para a formação
de pessoas críticas e reflexivas”.
O veterano ator Normando Reis reside atualmente
em São José dos Ramos. Para ele, foi gratificante relembrar sua participação na
comédia de Fábio Mozart, juntamente com Fred Borges. “As pessoas gostaram de
nossa atuação e eu fiquei feliz porque pude vestir de novo a personagem Lampião
e rememorar aqueles tempos de resistência à censura e à repressão do regime militar”,
disse ele.
Barata imbecil e pastoril não toma Rivotril e
toma conta do Brasil
RÁDIO BARATA NO AR – 427
Relógio de
aposentado
10 MINUTOS NO CONFESSIONÁRIO
– 122
https://www.radiodiariopb.com.br/relogio-de-aposentado/
Barata faz delação premiada e Madame
Preciosa serve churrasco exotérico
RÁDIO BARATA
NO AR – 426
O poeta cordelista Massilon Silva, de Aracaju, Sergipe, reúne poemas e crônicas
fesceninas com o título “O livro vermelho da putaria”, obra a ser lançada em
outubro. O texto de apresentação fica por conta do
cordelista Fábio Mozart, Presidente da Academia de Cordel do Vale do Paraíba,
de Itabaiana (PB).
Conforme Massilon, o título da obra pretende ser uma paródia do
famosíssimo “Livro Vermelho de Mao”, com citações de reflexões do líder chinês
Mao Tsé-Tung, o segundo livro mais vendido na história, atrás apenas da Bíblia, tendo aproximadamente 900 milhões de cópias impressas. “Meu livrinho não chegará perto disso, mas faz parte da minha revolução
cultural, colocando a obscenidade e o erotismo como arte fora do círculo do
marginal ou proibitivo, contando com artistas fesceninos como o poeta Vavá da
Luz, da Paraíba, um clássico nessa linha temática” comenta o autor.
Fábio Mozart informou que o Livro Vermelho de
Mao teria sido escrito por Hu Qiaomu, ajudante de ordens de Mao por 25 anos. “Muitos anos
depois, ajudantes de ordens também são acusados de outras safadezas, sendo, no entanto,
a obscenidade do livro de Massilon de outra espécie, muito mais decente e
orgiástica”, comentou Mozart. Para ele, a obra de Massilon Silva é irreverente
e burlesca, um tanto simples como é o humor nordestino, ponto basilar na cultura
desta região.
Mozart cumprimenta o poeta Massilon em nome de Antonio
Xexéu, poeta fescenino de Itabaiana. Admirador do grande Manoel Xudu. Xexéu um
dia encontrou-se com Heleno em uma venda, na fazenda Taumatá. Depois de
engolidas algumas lapadas de mel de abelha com cachaça de cabeça, os dois vates
começaram a cantar safadeza, aqueles versos fesceninos, um bocado licenciosos.
Heleno Alexandre é um sujeito erudito, escolado, longe do padrão dos poetas
repentistas analfabetos do Nordeste. Ele faz questão de esclarecer que na Roma
antiga que falava latim, os versos
fesceninos eram populares, porque se acreditava que a obscenidade tinha o poder
de afastar o mau-olhado. Antonio Xexéu é também cantor da trova libidinosa, mas
sem a erudição do companheiro. Afinal, “só terminou a cartilha do ABC e a
tabuada”. Começaram a cantar um “trocado”, quando Heleno falou de suas façanhas
masturbatórias:
Eu trabalho atualmente
Na Fazenda Santa Esther
Meu patrão tem uma mulher
Que é o satanás em gente
Quando ele está ausente
Ela chega no terreiro
Passa a mão no corpo inteiro
Aumentando o meu tesão
Eu vou me acabar na mão
Feito colher de pedreiro.
Xexéu aproveitou a passagem de um casal de caprinos para cantar:
A cabra ensinou ao bode
A demonstrar compostura
Acabar com essa frescura
De comer cu, que não pode!
Eu faço barba e bigode
Disse o bodinho tarado
Já ficando aperreado
Com o cacetinho duro
Encostou no pé do muro
Dizendo: fode ou não fode?
Meu nobre amigo Massilon Silva, vai
aqui este prefácio em forma de notícia para sua poesia de sacanagem,
salientando que o verso fescenino é usado com fidalguia e elevação, sendo que
até poemas religiosos rezam pela oração do erotismo. A alegria, o despudor e o
prazer do desejo estão presentes em Goethe, Baudelaire, Rimbaud, Apollinaire,
Valéry, Kafávis e outros monstros sagrados da “jubilosa transgressão”, no dizer
de Georges Bataille. Recentemente, tive o desprazer de ver folheto do meu amigo
Vavá da Luz ser censurado por uma editora universitária por ser muito
apimentado no tempero de Eros. O meritório e liberal veio poético de Vavá não
obteve o passaporte da cultura oficial. É como se tivessem censurado Gregório
de Mattos, Carlos Drummond de Andrade, Glauco Matoso, Bernardo Guimarães,
Osvald de Andrade e até Olavo Bilac, com aquela cara de Príncipe virgem, mas
praticante também das licenciosidades literárias eróticas-fesceninas. Seu Livro
Vermelho da Putaria vai para um reservado na minha estante onde guardo com
a tradicional e fingida invisibilidade as obras libertinas como “Baú de putaria”,
um livro libertino do casto poeta amigo Rui Vieira, de Campina Grande.
Eu escrevi o cordel “Dicionário Vavá da Luz de
Safadezas e Ideias Afins”, que pretendia ser sarcástico, irreverente, satírico,
burlesco, escabroso e chulo, mas foi humilhado pelo “Livro Proibido de Vavá da
Luz”, outra obra prima safada questionadora dos códigos morais, a que se junta “O
livro vermelho da putaria”, desse grande obsceno e talentoso poeta Massilon Silva,
seguidor de Bocage, o príncipe da literatura fescenina. Como diria Vavá, receba
meu abraço por trás e boa devassidão nos caminhos escandalosos das licenciosidades
literárias.
Barata enche a fralda, fecha a conta e passa a régua – Programa Rádio
Barata no Ar – Edição nº 425
RÁDIO BARATA NO AR – 425
O
poeta vai à feira
Perde
no canto e na beira
Sem
ter um freguês que queira
Comprar
sua criação
Mas
ele não desanima
Fortalece
a autoestima
Se
ergue e não se vitima
Nos
oito pés de quadrão
O Promotor de Justiça Adelmo Pinho, de Araçatuba,
São Paulo, gosta da literatura de cordel, escreve seus versos, porque
cordelista nasce como capim nessas quebradas brasileiras, do sul ao norte, cada
qual com sua pegada. Ele garante que não é refratário à tecnologia, respeita a
Inteligência Artificial, mas “não venha botar gosto ruim de androide no meu
poema”. Para ele, um robô não se equipara ao ser humano, que possui cognição,
sentimento, relaciona-se com outras pessoas, animais e plantas. E de quebra
a autora ou autor de carne e osso aprecia muito bem o sabor de um caldo de
mocotó com cachaça de cabeça, coisa que o robô jamais conhecerá, sendo que essa
gustação e outros prazeres da carne, ou aperreios da vida, fazem muita
diferença na hora da onça beber água e do poeta poetar suas paixões e ardores
da vida real. Essa ferramenta serve pra ajudar a programar e potencializar os
negócios dos empresários, produzir textos jornalísticos e até imitar o estilo
de um Fernando Pessoa. Mas, para criar um produto artístico, terá que comer
muita farinha de dados e analytics.
Reconheço que sou ignorante até mesmo no trivial,
quando se trata de dialogar com o computador. Minha conversa com a máquina é
cheia de falta de intimidade. Por isso mesmo me nego a ser aquele palpiteiro
que diz tolices nas redes sociais, sem pesquisar nada e sem saber do que está
tratando. Enfrentar a eloquência e a sabedoria de uma máquina metida a pensar
como seres humanos está muito acima de minha capacidade. Não tenho maiores
restrições à IA. No entanto, surgem as primeiras reclamações sobre a falta de
gentileza e cortesia da Inteligência Artificial. O usuário perguntou porque não
existe bebida alcoólica sem calorias. “Porque o próprio álcool tem sete
calorias por grama, seu imbecil!”, respondeu sem adestramento de civilidade o
multisciente e mal educado equipamento.
Outro dia meu filho Erich Mozart me apresentou à
Inteligência Artificial. Nada mais é do que o software, uma
espécie de cérebro comandando feito um febrento mágico os tais algoritmos.
Depois do bicho sequenciar as instruções, operações e raciocínios que orientam
o funcionamento do software, o praga é capaz até de ganhar uma
partida de xadrez contra o Mestre Mundial.
Falando sério
e sem querer atemorizar, Yuval Harari, historiador, alerta que o uso da IA para
o mal pode formar governos de ditaduras digitais, com o controle absoluto das
pessoas. O risco, porém, está na intenção de quem controla a tecnologia
(governo e as grandes empresas do ramo). O próprio Elon Musk confessou que
a IA pode ser o instrumento de “destruição da civilização”. O Brasil quase teve
sua democracia atropelada não faz muito tempo, por causa do populismo digital
de certa personalidade muitíssimo controversa.
Meu filho
explicou que o ChatGPT foi programado para realizar diferentes atividades. Sua
capacidade vai desde criar respostas, produzir conteúdos e até entender a
linguagem humana. “Ele sabe escrever cordel?” “Claro que sim! É só dar a
ordem”. “Crie um cordel com estrofes em sextilha
sobre o Romance do Pavão Misterioso", ordenei. No instante imediato, a
Inteligência Artificial despejou a seguinte baboseira:
No sertão nordestino,
Há uma lenda tão antiga,
Do pavão misterioso,
Que deixa a todos intrigas.
E foi assim que José Américo,
Com sua pena de ouro em mãos,
Escreveu o Pavão Misterioso,
Uma história de amor e paixões.
Rosinha, a moça mais linda,
Do sertão onde a história se passa,
Encanta os corações dos homens,
Com sua beleza que não tem farsa.
Mandei a IA catar coquinho e fui dormir pensando
se, em algum momento do que me resta de vida, iria ver a Inteligência
Artificial chegar aos pés de Silvino Pirauá, gênio nascido em Patos e criador
do martelo agalopado.
STF determina: só é sexta-feira depois da Rádio Barata no Ar
RÁDIO BARATA NO AR – 424