domingo, 28 de outubro de 2018

POEMA DO DOMINGO




Poeta na eleição


“Não queres a ditadura
Da burguesia no ar?”
Eu respondo: criatura,
Só aprendi a amar!
“Queres higienizar
E matar os malfeitores?”
Eu respondo: por amar
Jesus sofreu tantas dores
“Não queres a tua igreja
Respeitada no poder?”
Respondo: essa peleja
Não vem do Divino Ser
“Não queres outro Brasil
Matando quem te afeta?”
Eu respondo: sou civil
E Jesus me fez poeta
“Tu não queres te livrar
Do sujeito diferente?”
Respondo: só sei amar
Sou poeta dessa gente
“Tu não queres extinguir
Essa gente do pecado?”
O meu Deus me faz convir:
Sou jambuzeiro enxertado
“Teremos um Brasil novo
Sem pobre pra nos cercar!”
Jesus ama esse povo
E me ensinou a amar
“Poeta, a tua palavra
Aqui não tem consistência!”
Vem de Deus, da Sua lavra
“Nem força, nem violência...”
“És a favor do aborto,
Oh, poeta solitário?”
Sou contra! Nada de morto!
No ventre, nem no calvário!
“E, aí, como é que fica
No dia da eleição?”
Eu: co’o Amor que edifica
Tu: co’a mortal munição


sexta-feira, 26 de outubro de 2018


MULTIMISTURA especial pré-eleitoral e pré-menstrual com tudo que você deve saber sobre o vazio absoluto da estupidez messiânica

DIÁRIO DO AMEBA



Alô alô marciano, aqui quem fala é da terra e pra variar estamos em guerra, como cantava Elis Regina com sua voz de guerra santa. E como dizia Margarida Maria Alves: medo nós tem, mas não usa. 

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As lindas madames pequeno burguesas, “belas, recatadas e do lar”, agora querem ser belas, recatadas e do quartel. Involução da espécie. Tem uma dona que é professora, acadêmica, já foi primeira dama e agora é uma dama qualquer, que já se apresentou no quartel: “fulana de tal, soldada se apresentando!” Ta soldada, mas vai quebrar na emenda. Quem viver verá!

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O filho do candidato dos soldados e das soldadas ameaçou o STF: “Pra fechar aquele cabaré só precisa de um cabo e um soldado”. O pai do deputado, o aprendiz de ditador, senhor Capitão Caverna, disse no Twitter: “Quem fala que vai fechar o STF precisa de um psiquiatra.” Eu concordo. Aliás, a família toda do Capitão Caverna precisando de um tratamento para doentes mentais. Paroxetina, fluoxetina e bromazepam pra começar a já ir se tratando.

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SOBRE PSIQUIATRIA, no começo os médicos psiquiatras usavam métodos de tortura em geral para dar porrada nos loucos e deixá-los calmos, mas depois de um tempo, quando isso passou a funcionar não tão bem, eles começaram a "pesquisar" novos métodos de cura. No entanto, o Capitão Caverna deve estar mais familiarizado com o tratamento antigo... 

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PLANO DE GOVERNO DO CAPITÃO CAVERNA – Saúde: pegar pesado nisso daí – EDUCAÇÃO: Vamos mudar isso daí – SEGURANÇA PÚBLICA: Vamos dar um jeito nisso daí – ECONOMIA, não sei o que isso daí, mas Paulo Guedes sabe e vai dar um jeito nisso daí – MEIO AMBIENTE E CULTURA: Não vai existir isso daí.

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LAU SIQUEIRA ta puto com o Capitão Caverna: “Sou gremista roxo e esse fresco me obriga a vestir vermelho!” Pra quem não sabe, o vermelho é a cor do Internacional de Porto Alegre. Aqui a gente tem que explicar direitinho a piada porque nossos ouvintes são meio assim, como diria, marcha lenta... Tipo Sonsinho... (É brincadeira, leve a mal não!)

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Todo mundo já sabe dos podres de todo mundo, as fakes news já fizeram os estragos, agora quem quiser que se lasque no dia eleição, vote em quem quiser, vote na mãe de calor de figo, vote no caray alado, mas não me encha o saco mais com essa fuleragem. E pronto. E tem mais: todo mundo tem o rabo preso, e a questão é saber quem prende o rabo de quem. Eu desconfio, mas não digo.

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SOBRE SONSINHO, fazer aqui uma analogia ocasional: diz que Sonsinho foi acunhar a manjuba na castanha de Madame Preciosa. Ela deu pra trás, ficou temerosa com a envergadura da manjuba de uns 30 centímetros do Sonsinho. Aí Sonsinho, pra sossegar dona Preciosa, disse: “Não se preocupe, se não der certo a gente tira”. Não sei porque, me lembrei de umas postagens que eu vi no Facebosta sobre uma certa eleição. Razão tem meu compadre Maciel Caju: “Jamais a palavra ‘patriota’ rimou tanto com ‘idiota’.

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Crânio de Luzia foi encontrado nos escombros do Museu Nacional. Já o cérebro daquele candidato ainda é uma incógnita.

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DEPOIS DA ELEIÇÃO, você faça as pazes com os inimigos, inclusive os que morreram na guerra do fake News. Se o dito cujo não morreu ainda, fazer gestões para acelerar o processo.
Parte superior do formulário

AÍ O MANÉ DISSE: Abrace uma causa nessa eleição! Ameba, que sou eu mesmo,  responde machistamente: eu abraço, principalmente se a causa for um ser humano do sexo feminino.

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VOLTANDO À VACA MORTA DA ELEIÇÃO, diz que o Capitão Caverna no 1º turno dizia: “Eu odeio gay!” No segundo turno ele ta falando que gay são pessoas normais. Se tivesse terceiro turno ele diria: eu sou gay!

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Pode se lascar o candidato e seus eleitores. Eu não preciso de ninguém. Só precisei de minha mãe até nascer e sobre meu pai, dei um frasco de espermatozoide a ele e disse: “Ponto, estamos quites! Não lhe devo nada!”

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TEM JEITO NÃO! Tem que falar nessa porra de eleição o tempo todo que só é o babado que se ouve nas quebradas. Diz que no banco a mocinha atendente chamou a senha 17. Aí um zé ruela gritou: “Bolsonaro!” E a mocinha: Caixa 2!
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HORÁRIO DE VERÃO ENTRA ERRADO e Brasil atrasa em 50 anos.
Boa parte do Brasil acordou 50 anos atrasado hoje por causa de um erro nos celulares. O horário de verão acabou estreando em alguns celulares, computadores e decodificadores de TV antes do dia previsto e causou a confusão. O problema aconteceu porque tradicionalmente o horário de verão começa à meia-noite do terceiro domingo de outubro. Este ano o início foi adiado para 4 de novembro – primeiro domingo após o segundo turno das eleições. O governo chegou a pensar em adiar um pouco mais para não atrapalhar o Enem, mas desistiu.
O atraso de 50 anos só deve acontecer no próximo domingo.
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OUTRA FULERAGEM SOBRE O APRENDIZ DE DITADOR: Diz que o Capitão Caverna vai propor mudar o hino nacional na parte que diz “nosso céu tem mais estrelas”, mudar pra “nosso céu tem cinco estrelas”.
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JESSE BEZERRA MANDA DIZER; Temos que ter muito cuidado com as pesquisas eleitorais, pois elas nem sempre refletem a tendência do eleitorado. Ontem fiz uma pesquisa por conta própria, telefonei para 1235 pessoas, entre 2 e 4 da madrugada, e perguntei:

"Em quem você votaria para presidente?"
Resultado: 68% responderam “Na tua mãe, filha da...", ou seja, a minha mãe seria eleita no 1° turno. Fiquei preocupado, pois a minha mãe nem é candidata. 

domingo, 21 de outubro de 2018

POEMA DO DOMINGO

Lamento da gaivota (Graca Morais)


Poemas lamentáveis


Só lamento
essa vida em constante
zona de rebaixamento

***

Nada mais nos comove
nem a novela das oito
que sempre começa às nove

***

Esfacelou amizades
espalhou o ódio
estuda “Humanidades”

***

E aí, meu prezado?
já descolou seu habeas corpus
ou foro privilegiado?

***

Atenção, não tema
esses dias loucos
é uma falha no sistema

***

Você não abomina
quem chama carne
de proteína?

***

Por favor, não me chutem
porque meu poema
não contém glúten

***

Um herói com estrabismo
queria salvar a pátria
errou, votou no fascismo

***

Virou o bem contra o mal
porém, acima de tudo,
sempre será carnaval

***

Sinceramente, lamento
guerra de cabeça oca
contra moinho de vento



F. Mozart




sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Bula de remédio



Lendo “Dentes ao sol”, de Ignácio de Loyola Brandão: “As pessoas andam descuidadas, não leem mais bula de remédio. É um perigo muito grande. Uma displicência tão mortal que vou escrever uma carta ao Flávio Andrade sugerindo que ele proponha uma lei na Câmara. Não sei que tipo de lei. O Flávio que resolva, ele entende disso. Deve ser qualquer decreto que comece na escola. Ensinando a ler bulas, coisa nada fácil. Elas têm uma linguagem especial, uma espécie de código. Há os nomes científicos, as quantidades, a posologia, as indicações e contraindicações, os efeitos colaterais. Se a gente tivesse o hábito de ler bulas desde criança, tanto mal podia ser evitado. É uma coisa que me diverte, um emprego que gostaria de ter. Escrever bulas”.

Gostei da ideia e passei a reescrever as bulas. Pegue um produto qualquer, digamos, cloridrato de fexofenadina, eu começaria examinando logo o nome do princípio ativo. Esse tal cloridrato lembra o quê? Fexofenadina poderia ser uma mulher, dona de uma grandeza paradoxal que reúne absoluta falta de juízo e horror à mediocridade. Ninguém que se chame Fexofenadina é uma pessoal normal. Dada o efeito antihistamínico, essa moça não tem alergia a nada. Sua função reguladora na fisiologia intestinal preserva-a do mau hábito de espirrar, evacuar e tossir sem motivo aparente. Nada de  cólicas abdominais, dor de estômago, diarreiaflatulência, prurido e urticáriadores de cabeçaasma e dificuldade para respirar, nariz entupido, irritação e sensação de coceira nos olhos, taquicardia e tonturas. Dona Fexofenadina é uma pessoa quase perfeita, se esquecermos seu nome esquisito. Todos têm altos e baixos, mas Fexofenadina está acima da média. Enfim, uma mulher sem intolerância.

A composição do produto leva excipientes de celulose, ferro vermelho, ferro amarelo e água purificada, perdida durante o processo. Quer dizer, é madeira, ferro e água benta que jamais chegará ao céu porque “foi perdida durante o processo”. Juro que não entendi que processo seria este. Fico a matutar com minhas alergias e idiossincrasias: por que usar água purificada se ela será, ou foi antecipadamente perdida durante o processo? E que processo seria esse? Na advertência da bula, um aviso quase esclarecedor: “Recomenda-se o uso do medicamento ingerido com água, evitando tomar junto com suco de frutas.”  A água deve servir para substituir a outra, pura, que foi “perdida durante o processo”.

O que fazer em caso de ingestão maior que a dose recomendada? A bula confessa que tem informações limitadas sobre esse pequeno e inesperado acidente. E ainda revela, rigorosamente dentro da ética: “ainda não estabelecemos qual dose máxima tolerada pelos pacientes”. Em outras palavras, somos todos cobaias da tal Fexofenadina. Sem estabelecer a dose máxima, você vai tomando suas miligramas até aparecer um “evento adverso”, que pode ser um desencarne. Aí tudo bem, porque também não há estudos dos efeitos da Fexofenadina em defuntos.

Quem não deve usar esse medicamento? Todos os que fumam, porque o fumo acelera o fígado e as enzimas que metabolizam as substâncias. Os que não fumam, porque não conhecem as propriedades químicas dos fármacos e as bulas não esclarecem quase nada. Podem rolar interações perigosíssimas. É expressamente recomendável que você não se intoxique, pare de se sentir clinicamente ou psicologicamente doente. Jamais confie em dona Fexofenadina e outras malandragens da indústria dos remédios. Há 50 anos Aldous Huxley já disse que “a investigação médica está fazendo um progresso tão extraordinário, que em breve nenhum de nós ficará bem.” E o que fazer se cair enfermo? Parta para terapias alternativas tipo acupuntura, reflexoterapia e, para os mais espiritualizados, a cura pela fé. Se nada der resultado, deixe se apagar a chama com dignidade e sem substâncias tóxicas nas veias. Porque, quem acha que essa vida é fácil nasceu no planeta errado.










Fake News com credibilidade é aqui no MULTIMISTURA. Confira no RadioTube:








sexta-feira, 12 de outubro de 2018



MULTIMISTURA mistura rock psicodélico do Pink Floyd com a capoeira de Welllington Sariê e manda a mundiça do Bolsa tomar no centro gravitacional, mas com anal técnico

No RadioTube: 

BLOCO 1

BLOCO 2

BLOCO 3 

BLOCO 4





domingo, 7 de outubro de 2018

POEMA DO DOMINGO



Proibido ir e vir.
Cuidado com o que deseja,
você pode conseguir. 

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RECADO

De um bolsomínio oco
para o mestre Lau Siqueira:
cultura para quem curte
é só deixar o iogurte
de fora da geladeira.

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TV MUNDO CÃO

Em decomposição
o corpo espera para ser
a próxima atração.

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Cenário atroz
a fila de gado manso
escolhendo seu algoz