terça-feira, 31 de maio de 2011

Fui convidado para ser imortal

Se você fosse convidado para ser imortal, recusaria? Eu não aceitei a distinção, por falta de míseros 400 paus. É que minha comadre Jô Alcoforado, sendo delegada brasileira da Academia de Letras y Artes de Valparaiso del Chile, indicou-me entre os dez nomes de escritores brasileiros para fazer parte dessa instituição. Fiquei honrado com o convite, mas esbarrei no quesito money. A Academia cobra 400 paus aos seus novos integrantes, e estou momentaneamente sem numerário porque investi toda minha fortuna num lance de alto risco, que depois eu revelo.

O camarada liso só presta pra ser transitório, efêmero, e não imortal. Sem padrinho que me favoreça, fico fora da imortalidade acadêmica. Além da jóia de admissão, ainda teria que comprar o pelerine, que é a capa godê, de fina renda e magnífica seda usada pelos acadêmicos. Sem falar na passagem ida e volta, com hospedagem, para o Chile, a fim de tomar posse na eternidade das letras e artes, com direito a me abancar junto aos maiores romancistas, poetas, prosadores, historiadores, ensaístas, cronistas, jornalistas e arte-educadores da América do Sul. É muita areia pro meu caminhãozinho, atolado até o semi-eixo na lama da inadimplência.

Porém, com esse meu jeito desmantelado, achacadiço e sem robustez financeira, estou mais para morto vivo do que para imortal. Agradeço o convite da poeta Jô Alcoforado, mas acho que vou me contentar em entrar sem-cerimoniosamente na Academia dos Pé Rapados do Bar de Zé, que é o lugar de falso intelectual e autêntico pé-de-cana, falador da vida alheia e filósofo de mesa de bar. Lá, pelo menos eu posso garantir um fiado.

 Só a título de brincadeirinha, sem querer achincalhar, cito o humorista Grouxo Marx: “jamais entrarei para um clube que me aceite como sócio”.

Contemporâneo de Arnaud Costa

Meu caro jornalista:


Fiquei feliz em saber que meu irmão e amigo Arnaud Costa lançou seu livro na terra do mágico Sivuca e do poeta Zé da Luz. Trabalhei nessa importante cidade entre 1965/1969, sou Auditor da Secretaria da Receita na Paraíba. Logo depois fui trabalhar em Pilar, onde permaneci até 1971. Tenho duas filhas nascidas aí, precisamente no Hospital de Itabaiana, pelas mãos do dedicado médico Lindonor Pires, hoje falecido. Fiquei surpreso com a administração desastrosa da cidade, que está um caos, conforme leio nos blogs daí. Lamento que Itabaiana tenha regredido nesses anos.


Voltando ao estimado colega Arnaud, rábula de escol de quem, como advogado militante me considero, com muita honra, seu colega, desejo adquirir um exemplar do seu livro “Confissões esparsas de um rábula”. Você pode me conseguir ou indicar a livraria que providenciarei a aquisição. Vou muito em breve a Sapé fazer-lhe uma visita. Trata-se de um amigo a quem tenho por ele afeição e sentimento de irmão. Fomos companheiros na administração do time do União, eu como seu presidente coadjuvado por Arnaud. Indio e Dolfo ainda vivem?


José Hiram de Castro Veríssimo
Advogado em João Pessoa

QUEM LÊ MEU LIVRO



Compadre Brão

O nome dele é Ronaldo, mas só o conhecem pelo apelido: Brão. Nos antigamentes, ele também atendia pelo cognome de Sabugo, quando era magrinho. Brão é o gráfico mais antigo em atividade na cidade de Itabaiana do Norte. Trabalhou com meu pai Arnaud Costa na tipografia A FOLHA, sob o comando do comunista e cachacista Nabor Nunes de Figueiredo, já falecido.

Encontrei meu compadre Brão no lançamento do livro do seu colega Arnaud, na noite deste sábado. Dediquei ao mestre Brão o livro “Biu Pacatuba”, que fala de outro socialista, lutador das guerras do povo. Mas Brão não é socialista, e sim carnavalesco. Fundou o bloco “Nó Cego”, que depois virou empresa e saiu do seu controle. Para não ficar parado, organiza o bloco “Os quebrados”, juntando todos os cachacistas itabaianenses que estão falidos.

Recentemente, o compadre Brão nos deu um susto: caiu doente e quase vai brincar o carnaval no céu. Mas se recuperou, deixou de fumar os 60 cigarros que aspirava diariamente e está se reabilitando para comandar “Os quebrados”.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

DO FUNDO DO BAÚ

Prefeito Antonio Santiago entrevista Sivuca ao lado do Padre Antonio Kemps, Zé Maria de Almeida e Margaret Bandeira

Sivuca sendo entrevistadso pelas belas repórteres ocasionais Margaret Bandeira e Terezinha Queiroga

No dia 26 de maio foi o aniversário de nascimento do maestro, compositor e arranjador Severino Dias de Oliveira, o Sivuca. 

Aproveitamos para postar fotos dos anos 70, quando o grande itabaianense, ainda morando no exterior, visitou Itabaiana. Na residência do casal Zuquinha e Eleide Tavares  recebeu homenagens e foi entrevistado pelo Prefeito Antonio Santiago e  pela professora Teresa Queiroga. Estavam presentes, entre outros, o Vigário Padre Antonio Kemps, José Maria de Almeida, Margaret Bandeira e José de Alencar Araújo.. 

Naquele momento, mesmo com o sucesso que fazia na Europa, Estados Unidos e África, Sivuca já demonstrava o seu forte desejo de que oportunidades surgissem para que pudesse voltar a morar no Brasil.

Esperamos que, a partir do próximo ano, nas comemorações do aniversário de Itabaiana, que também transcorre no dia 26 de maio, sejam incluídas homenagens ao virtuoso itabaianense.  Todos nós, que trabalhamos pela preservação da cultura e memória da cidade, já ficamos, de antemão, alertas para que o aniversário do grande ídolo não passe despercebido.

Eu tenho pena de você...

Arnaud Costa, atriz Das Dores Neta, professora Terezinha Queiroga e uma amiga comum

Sábado passado fizemos o lançamento do livro “Confissões esparsas de um rábula”, do mestre Arnaud Costa, na cidade Itabaiana do Norte. Encontrei com um velho amigo, a quem fiz o convite para o lançamento da obra. Ele pediu mil desculpas, mas foi sincero: “Não posso ir, porque trabalho na Prefeitura e certamente vão dizer à prefeita que estive numa festa do 40, posso perder o emprego”. A princípio, fiquei sem saber o que diabo vem a ser esse 40 que tanto medo e raiva provoca na chefona da Prefeitura. Depois ficou claro que se trata do lado oposicionista, simbolizado pelo número 40, do Partido Socialista Brasileiro. É a exposição às claras das ideias preconcebidas, arcaicas e estúpidas de uma elitezinha provinciada que está levando minha cidade ao buraco profundo do atraso.

Meu pai Arnaud Costa, o homenageado da noite, foi advogado da senhora dona prefeita e seu finado marido, quando o casal esteve envolvido em tentativa de assassinato de juiz da Comarca há umas décadas passadas. O juiz de Pilar decretou a prisão preventiva da atual prefeita e seu cônjuge, prefeito na época. Meu pai quebrou lanças, fez de tudo que esteve ao seu alcance e conseguiu anular a decisão judicial. Depois, continuou as demandas judiciais em defesa do casal indiciado. Hoje, um servidor municipal diz temer a reação da prefeita se ela souber que o rapaz compareceu a uma homenagem ao seu antigo defensor.

Mas eu acho que é um caso de pavor injustificado. A prefeita não tem porque odiar o mestre Arnaud Costa que foi seu aliado incondicional. O causídico Arnaud Costa sempre foi um demandista democrático do progresso e pluralidade moral. Não tem inimigos em sua terra ou em parte alguma. A obtusidade politiqueira do nosso interior é que concebe esse tipo de fraqueza moral.

Mesmo diante de situações ridículas desse tipo, não me deixo iludir pelo catastrofismo do “tudo está perdido”. Tampouco assevero a opinião de certa maioria de itabaianenses que consideram a situação política da minha cidade um caso perdido. No caso da prefeita do lugar, se conseguir achar a compostura perdida, ainda terá tempo de se reabilitar perante seus munícipes, ser mais humilde, frequentar mais a comunidade e liberar os funcionários municipais para que livremente possam viver suas vidas interioranas, sem medo de dar um abraço em um amigo, só porque esse companheiro não vota na senhora prefeita.

Penso até que a prefeita não compareceu ao lançamento do livro de Arnaud Costa por motivo de doença ou choque de agenda. Tanto que enviou sua Secretária, nossa estimada amiga professora Terezinha Queiroga, para dar um abraço no seu conterrâneo. Terezinha demonstrou sua amizade com um forte amplexo no autor de “Confissões esparsas de um rábula”, sem medo de represálias, o que prova que aquele amigo paranóico sofreu de graça. Portanto, meu compadre medroso, eu tenho pena de você, porque sua prisão é interior, vem de dentro, seus medos são construídos pela sua falta de atitude em se construir como pessoa humana independente, gozando na plenitude dos seus direitos civis e políticos. Não culpe a prefeita por você não conseguir ser protagonista de sua própria vida.  

Faleceu artista plástica itabaianense, mestra da pintura de Arte Naïf no Brasil


Faleceu neste sábado (28), em Barra de São João (RJ) a artista plástica Alba Cavalcanti, irmã do também pintor Otto Cavalcanti.

Alba é considerada uma das melhores pintoras de Arte Naïf do Brasil. Alba Cavalcanti nasceu em Itabaiana, onde morou por muito tempo na Praça Epitácio Pessoa. Tinha mais quatro irmãos, sendo um deles o também artista plástico Otto Cavalcanti. Perdeu seus pais ainda criança e foi criada por Jane Cavalcanti, sua irmã mais velha. O seu curso secundário foi feito no Colégio Sagrada Família em Recife, onde estudou interna. Sua família mudou-se para João Pessoa e lá ela trabalhou como funcionária pública estadual. Em 1965 fixou residência no Rio de Janeiro.

Autodidata e dona de uma criatividade exuberante, foi uma costureira que criava os seus próprios modelos para suas clientes. Só em 1984 descobriu a sua tendência para a pintura quando, por acaso, as cinzas de um cigarro caídas em um papel formaram figuras estranhas. Isso despertou a sua criatividade para essa arte e passou a fazer desenhos com cinzas contornadas com carvão de pedra sobre papel. O próximo passo foi trabalhar com pastel seco colorido sobre papel e, em seguida, tinta acrílica sobre tela.

Alba Cavalcanti começou a expor em 1986 no Rio e outras importantes exposições se seguiram: Curitiba e Brasília e, no exterior, em Roma e Genova na Itália, Paris, Lagrasse e Béraut na França, Bratislava na Eslováquia, Tóquio no Japão, Figueras e Barcelona na Espanha, Lausanne na Suiça, Nova York e Washington DC  nos Estados Unidos, Porto Príncipe no Haiti, e também a participação da Copa do Mundo na Alemanha em 2006.

Suas telas em estilo naïf, são inspiradas em temas folclóricos nordestinos e cariocas, e estão expostas no MIAN – Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil, Rio de Janeiro, no Musée d'Art Naïf de Max Fourny, Paris, no Museu Banespa, São Paulo, no MAN –Museu d'Art Naïf de Figueras, Espanha e no Le Casino de Lagrasse, França.

DEU NA COLUNA DE ABELARDO JUREMA

Cavaleiros conduzem a bandeira de Itabaiana na Cavalgada da Integração João Duré
Cavalgada

O editor da coluna vai estar neste domingo, a partir das 13h00, em Itabaiana afim de assistir à chegada da primeira etapa da V Cavalgada da Integração João Duré que este ano vai homenagear o ministro Abelardo Jurema, que era itabaianense. A renda do tradicional evento, que é organizado por José Mário Pacheco, neto de João Duré, será destinada ao Ponto de Cultura Cantiga de Ninar que atende comunidades carentes.

INFORMAÇÃO DO BLOG:

No caso, o colunista quis se referir à partida da Cavalgada, que saiu de Itabaiana com destino a Macaíba, no Rio Grande do Norte. O evento está homenageando vários escritores itabaianenses, entre eles o ministro Abelardo Jurema. E o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar terá 10% da renda proveniente das camisas promocionais, vendidas pelos monitores do próprio Ponto, apoio cultural do Dr. José Mário Pacheco, membro honorário da entidade.

domingo, 29 de maio de 2011

Ponto de Cultura lança livro de jornalista itabaianense

Bom público prestigiou o lançamento do livro de Arnaud Costa

O autor agradece o carinho dos seus conterrâneos
A noite de autógrafos que marcou o lançamento oficial do livro “Confissões esparsas de um rábula”, do jornalista Arnaud Costa, foi prestigiada por grande público, ontem, (28/5), em Itabaiana/PB.

O evento contou com a participação do grupo de danças “Meninas do Rio”. Na ocasião, foi entregue o Prêmio Leonilla Almeida à nutricionista Patrícia Marsicano, jornalista Fabiana Veloso, líder comunitária Vilma Coutinho e à educadora Rosane Almeida. A apresentação do livro ficou a cargo do ex-prefeito e ex-vereador de Itabaiana, Edílson Andrade, que enalteceu o autor, narrando fatos de sua vida profissional e como político na cidade de Itabaiana. 

Durante o coquetel de lançamento, foram vendidos e autografados muitos livros. “Agradeço à equipe do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar por me proporcionar estas emoções, e estou muito satisfeito em rever minha terra e meus amigos”, disse Arnaud Costa, que atualmente é radicado na cidade de Sapé. “Ultrapassou as expectativas”, disse sobre o evento Clévia Paz, coordenadora do Ponto de Cultura.

Publicado pelo selo SARVAP, o livro já está em sua segunda edição e se encontra à venda no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, na rua Floriano Peixoto, 136, em Itabaiana/PB.

SOBRE O POEMA DE DOMINGO


Grande Mozart:

O poema ficou manero, como dizem hoje em dia. Gostei muito da referência ao Fernando Teixeira, ás do nosso Teatro. 


Sander Lee - João Pessoa





Por que não troca esse urubu por uma borboleta que dê cores à sua vida?

Luiza - Recife



Gostei muito, Fábio.

WJ Solha


Espero que esse espírito macabro de Augusto saia logo de você.

Erasmo Souto – Recife

POEMA DE DOMINGO

ÚLTIMA SENTENÇA

Um urubu pousou na minha sorte,
Como pousou na sorte de Augusto.
Desceu de chofre e me pregou um susto,
Calou a vida e me falou de morte.

O urubu, fazendo poesia
De sua mortuária substância,
Com asas podres cobre a distância
Que separou nosso caráter um dia.

Fosse Arquimedes, urubu frajola,
Cheio de rios e serras teixeiras,
Podendo agir de todas as maneiras,
Sem permissão, sem liberdade-esmola.


Depositando a alienação
Em consciência de caráter incerto,
Esse urubu é um letreiro aberto,
Amassa o trigo e desfaz o pão.

O urubu pousou na minha sina
Sem condições de explicar-me nada,
Volúvel ave vil e alienada
Que o bom senso humilha e assassina.

Tocou de leve as águas da palavra
O urubu, membrana cancerosa,
Ave perdida, ave dolorosa
Que a alma assusta, arruína e escalavra.

Eu, portador de estranha doença,
Atraio assim esse urubu faminto,
Volátil ave, espantador retinto,
É pai e mãe de minha indiferença.

Ele me habita então como querença,
Uma afeição assim perniciosa,
Satisfação sutil e odiosa
Lavrando enfim a última sentença.


Fábio Mozart

sábado, 28 de maio de 2011

Deu zebra: a minha chapa do Anjo Azul deu com os burros n’água

Não foi desta vez que eu cheguei ao poder. Lamento informar aos meus leitores que a chapa em que eu concorreria à direção do bloco carnavalesco Anjo Azul ficou na poeira. O povo votou num palhaço para o Congresso Nacional, mas se recusou a votar num Zé Ruela para a diretoria do glorioso Anjo. Recolho-me à insignificância dos sem mandato. Apesar de toda minha competência e seriedade, (só reconhecida por mim mesmo) não fui escolhido. Mas, pensando melhor, é justamente isso que parece ter sido fatal: quem quer um sujeito sério em um bloco de carnaval? Não sou suficientemente carnavalesco, apesar de líder inconteste de uma troça que tem figuras iguais a Madame Preciosa, Sonsinho, Ameba, Biu Penca Preta e o poeta das raparigas, Maciel Caju.

Chorei a derrota mamando numa garrafa de “Matuta”, matutando na minha curta e frustrada carreira política. Não inspirei  confiança aos eleitores, apesar da cara de zé mané. Perdi a eleição por uma bobagem. Deveria ter dado mais atenção ao Ameba que me aconselhou: vai soltando a mão, vai dando propinas aos teus pretensos eleitores, vai prometendo mundos e fundos que isso é fundamental.

Perdi a eleição, mas não perdi minha história. Tenho no meu currículo a honra de ter sido batuqueiro na escola de samba Imperadores do Samba, de Zé Dudu, e ter saído como pastora do cordão encarnado na Lapinha de Djama Aguiar, quando existia carnaval num lugar por nome Itabaiana do Norte. Sou um carnavalesco aposentado, mas sou! Fui o fundador do bloco “É pequeno, mas vai crescer”, além de ter ajudado meu velho amigo Sonsinho a organizar sua prestigiada troça “Mamãe eu sou bicha”. Tenho currículo, só não tenho votos.

Na verdade, não me sinto humilhado pela derrota acaçapante (que quer dizer esmagadora). Até Cristo perdeu eleição, conforme vocês podem notar na ilustração deste post de ressaca.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Livro de jornalista itabaianense terá lançamento neste sábado

Arnaud Costa (direita) lendo discurso na Loja Maçônica


Amanhã, dia 28 de maio, às 20 horas, na Câmara Municipal de Itabaiana, o jornalista itabaianense Arnaud Costa estará lançando seu livro “Confissões esparsas de um rábula”, editado pelo selo Sarvap - Sociedade Amigos da Rainha do Vale do Paraíba.

O livro traz prefácio do Promotor de Justiça Hélio Soares e do Juiz de Direito Marcos William Oliveira. A sessão de autógrafos será precedida de apresentação do grupo de danças “Meninas do Rio” e exibição de documentário sobre o autor. O evento está agendado na programação de aniversário da cidade, promoção do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar.


O livro “Confissões esparsas de um rábula” narra fatos acontecidos durante os 30 anos em que o autor funcionou como advogado nos tribunais da região. “Arnaud deixou um legado de bem redigidas peças processuais que estão nos escaninhos dos nossos cartórios, fazendo parte da história jurídica da terra”, escreve o prefaciador, Dr. Marcos William.


Radicado na cidade de Sapé, Arnaud Costa é Mestre Maçom, radialista e jornalista. Fundou o jornal O COMBATE e foi redator d’A FOLHA, o jornal mais antigo em circulação no interior da Paraíba.


Além do lançamento do livro (que custará 15 reais), haverá a entrega do Prêmio Leonilla Almeida à jornalista Fabiana Veloso, nutricionista Patrícia Marsicano, líder comunitária Vilma Coutinho e à educadora Rosane Almeida. A apresentação da obra ficará a cargo do ex-prefeito de Itabaiana, Edilson Andrade.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Conversão de Itabaiana


Fábio,

Sua postagem sobre os 120 anos de Itabaiana com certeza engloba os sentimentos dos itabaianenses em relação à cidade.

Itabaiana é uma cidade estagnada no tempo, no progresso, no incentivo à cultura, na oferta de empregos, na capacitação de seus filhos.

Investimento e interesse são palavras extintas no dicionário da administração municipal, e isso vem de muitos anos para cá.

O título de Rainha do Vale foi deixado num vale de buracos e lamas, como você mencionou.

Fico pensando, será que chegaremos a ver a conversão de Itabaiana?  - para isso, ela precisa se arrepender (reconhecer)  de seus erros e recomeçar uma nova vida - Itabaiana precisa ressuscitar urgentemente, a cidade está morta e os 3 dias já estão se passando.

Que a páscoa da cidade possa acontecer logo.

Apesar de tudo, esperança sempre.

Abraço,

Eduardo Matarazzo.

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Em 1964, deixei Itabaiana chorando porque queria continuar estudando e o ginásio lá, era o limite. Peguei o trem, já que nele eu viajava de graça, e vim para Recife. Aqui estudei e trabalhei, mas voltava a cada 15 dias a Itabaiana até 1975, quando casei. Deixei Itabaiana linda, digna do titulo de Rainha do Vale do Paraiba. Itabaiana reinou enquanto seus filhos, legítimos ou adotados, eram "éticos". Hoje Itabaiana está moribunda e não preciso dizer o porque, a palavra entre aspas já responde.



Te amo Itabaiana, e temos um coisa em comum: nascemos no mesmo dia 26 de maio


Orlando Araujo

ITABAIANA - 120 ANOS



Um abraço pra ti, meu amor!

Teus filhos e amigos te visitam hoje e tomam um susto... Enorme! Quanto descuido, quanta lama, quantos buracos, quanto desamparo, quando abandono. Minha amada, ferida nos seus mistérios. Ouço teus uivos, tua dor que vem de tantas bocas e de tantas mentes, entendo tua necessidade de gritar por socorro.

Sigo meu caminho nos corredores de la vida sem esquecer, porém, de ti, meu amor! Sofrida e sofrente aldeia dos poetas e dos uirapuru-verdadeiros. O peso e o cansaço desse teu viver atual, angustia as vozes dos filhos ausentes. Majestade da linhagem dos soberanos artistas geniais de teclas e tablados, Rainha que se distinguia dentre outras pela tua brasileiramente linda forma de cantar e tocar a vida.

Passaram-se 120 anos de tua alforria, mas de modo silencioso e exigente perguntas: quem me livrará desse peso angustiante da opressão dos negócios públicos mal caminhados? Quem vai me salvar de tão profundo e doloroso processo de exploração? O que será da geração atual, caminhando trôpega pelo cotidiano engravidado de maus exemplos, de modos ordinários, da estreita mesquinharia dos amorais, da opacidade dos indiferentes aos meus mais ricos valores? 

Recolho com as mãos trêmulas os pedaços esparsos do teu passado e encho a caixinha da esperança, partilhando fé junto à longa procissão dos teus queridos Marieta Medeiros, professor Mendonça, professor Maciel, Vladimir Carvalho, Arnaud Costa, Zuza Ferreira, Pingolenço, Zé de Nana, Clóvis Almeida, Arlinda Verdureira, Mala Véia, Chico do Doce, Zé Mário Pacheco, professor Benjamim, Romualdo Palhano, Orlando Otávio, Jurandi Pereira, Werber Veloso, professora Nini, Zé Ramos, Valdemir Enxuto, Joacir Avelino, Erasmo Souto, Aracílio Araújo, Adeildo Vieira, Bastos de Andrade, Zé da Luz, Sivuca, Índio, Chiquinho do Banco, Brasinha, Boró, Capão, Ratinho, prefeito Neco Araújo, prefeito Everaldo Moraes, poeta Eliel, Otto Cavalcanti, mestre Zé Duda do Zumbi, Tota artesão, prefeito Josué Dias, poeta Antonio Maia Neto, Tenente Lucena e uma extensa lista de etcéteras.

Toda essa legião tateia procurando criar expectativa de que a ruptura aconteça e que voltes a ter horizontes, porque quem já se foi e quem aqui permanece tem, por séculos seculorum, um pé no mundo e outro atado à tua ponte velha, às tuas pedras dançarinas, ao teu cheiro de dama antiga que reinventa sua própria arquitetura, apesar dos momentos-acidentes.

Um abraço pra ti, meu amor! Que Bebé Chorão toque hoje os sinos do silêncio para anunciar que o teu tempo represado irá ressurgir, digno e corajoso, para salvar tua pele imortal.

         

Enfim, um porra-louca no poder

Estou disputando a diretoria do bloco Anjo Azul, tendo como Presidente na chapa o compadre Lúcio Figueiredo. Será a primeira eleição que disputo nesses 56 anos de vida olhando da janela os embates eleitorais, eu que já estou marcado pela Justiça Eleitoral por deixar de votar e recadastrar o título de eleitor nessa democracia de meia tigela. Meu cargo é Diretor Executivo, quer dizer, apenas o Diretor Presidente está acima de minha função. Significa que estou a um passo de tomar o poder!

Vou tomar decisões importantes para a vida sócio-etílica-carnavalesca da capital da Parahyba do Norte. Delegarei tarefas necessárias ao bom andamento das festas profanas, folias e folguedos oficiais e extra-oficiais. Enfim, a orgia terá regras e novo ordenamento. Não serão permitidas manifestações insolentes da corja. A canalha, a súcia enfim terá que conhecer o seu lugar. Providenciarei para que o cordão de isolamento seja regra geral, através de legislação específica. Botando ordem na casa, travarei intenso combate com os perdidos histriões carnavalescos que insistirem em desobedecer os ditames legais.

Com uma plataforma dessas, nossa chapa vai se lascar! Tou brincando! Mas, enfim, um porra-louca no poder. O que é um porra-louca? É o cara que fala qualquer merda e não pensa nas consequências, um mané que se contradiz o tempo todo, um zé ruela que está meio marginal em relação à sociedade, um fuleiro que não ta nem aí, enfim, um inconsequente e irrefletido. E aí, ainda vai votar em mim para alguma coisa? Tem eleitor pra todo tipo de candidato, portanto os porra-loucas também devem ter seu reduto. Três votos já conto, mais ou menos: Madame Preciosa, Ameba e Sonsinho, com o voto contra do poeta Maciel Caju, esse meu eterno adversário. O voto de Sonsinho é duvidoso, que o rapaz é um tanto curto de miolos. Na última vez em que foi exercer seu dever de cidadão abestalhado, votou no deputado Tião Gomes pensando estar votando em Tiririca.

O voto consciente é o voto na gente! O Anjo Azul, sem nós, toma no cu! Vote ciente: se nós ganhar nós vai pra frente. São algumas palavras de ordem para a campanha que já andei bolando junto com o meu assessor para publicidade, o genial Ameba. Campanha na rua, o lema de nossa bandeira é: “folião, tome atitude, vote em alguém sem virtude”. Outra boa:  “Exerça a cidadania, vote pela anarquia”.

Eu estou dando a meia dúzia de cachaceiros o poder e a oportunidade de me escolher como Diretor Presidente do bloco Anjo Azul. É muita honra para poucos malucos.
Ednamay Cirilo é uma carnavalesca fundadora do bloco Anjo Azul, que também está na chapa quase vencedora. Bola pra frente que a vitória é da gente!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Não estamos na programação, mas também não estamos na defensiva



O mestre Arnaud Costa vai lançar seu livro “Confissões esparsas de um rábula” no sábado vindouro, dia 28 de maio, no recinto da Câmara dos Vereadores de Itabaiana, às 20 horas. Os amigos estão sendo convidados. Margarete Bandeira já disse que não vai faltar à reunião lítero-social. Mestre Erasmo Souto mandou mensagem: “Motivos de força maior tornam impossível minha presença. Por obséquio, transmitam meus cumprimentos ao ENORME Arnaud Costa com votos de êxito à realização dos seus objetivos”.

Na apresentação do livro, teremos o tantas vezes vereador Edílson Andrade, que foi também prefeito, por alguns dias, de sua querida Itabaiana, e no pouco tempo em que esteve no poder, fez mais do que muitos prefeitos. Edílson volta à sua Casa para saudar o amigo Arnaud Costa. No meio da festa, vamos entregar diploma de honra ao mérito à jornalista Fabiana Veloso, à líder comunitária de Maracaípe, dona Vilma Coutinho, à educadora Rosane Almeida e à nutricionista Patrícia Marsicano, de Salgado de São Félix.
 
Como eu sou um tantinho provocador, saliento que este evento cultural não consta na programação de aniversário da cidade que viu nascer o jornalista Arnaud Costa, e a quem ele tanto dedicou o melhor de sua vida, seja na administração pública, seja nos tribunais e na vida social/esportiva. A configuração atual do poder público em Itabaiana vem perdendo força por conta de muitas acusações de negligência, abandono da cidade e até concussão. A popularidade está abaixo do nível crítico. Sendo assim, fica até mais sensato estarmos fora da programação oficial.

Na foto deste post, Arnaud Costa (à esquerda) é o bandeirinha numa partida de futebol em Timbaúba, minha terra natal. Mostra que são variadas as experiências do autor de “Confissões esparsas de um rábula” na sua longa e produtiva existência. Vamos exibir um documentário com o mestre Arnaud, após o que serviremos um coquetel aos presentes. Estejam todos convidados.

II FESTIVAL ACAUÃ DE MÚSICA POPULAR



Túlio Melo vai defender música de Fábio Mozart no Festival Acauã de Música Popular

O cantor Túlio Melo, da banda Puro Charme de João Pessoa, defenderá a música “Toada de terreiro”, de Fábio Mozart e Orlando Otávio, no II Festival Acauã de Música Popular em Aparecida, Paraíba, nos dias 17 e 18 de junho.

Túlio Melo nasceu em João Pessoa. Estudou piano erudito e técnica vocal na escola de música Antenor Navarro. Atualmente, faz o curso superior em música como aluno do curso de bacharelado em canto pela UFPB. Canta em bailes, apresenta-se em recitais de música erudita e presta consultoria para vários cantores do Estado. Faz parte da Galeria Produções Artísticas, onde desenvolveu seu primeiro musical.

O II Festival Acauã de Música Popular – Prêmio Manoel Ferreira Damião, será realizado no município de Aparecida, com as etapas eliminatória, no dia 17 de junho, e final, no dia 18 de junho.

As dez músicas classificadas para a final serão gravadas em DVD no dia 18 de maio e concorrerão a R$ 2.600,00 em premiação, sendo R$ 1.000,00 para a primeira colocada e R$ 600,00 e R$ 400,00 para as subseqüentes. Haverá ainda uma premiação de R$ 300,00 para o Melhor Intérprete e Melhor Letra.



terça-feira, 24 de maio de 2011

Batalha do Riacho das Pedras - 187 anos


Bandeira da Confederação do Equador
Há 187 anos foi travada no Riacho das Pedras, em Itabaiana, a mais importante batalha realizada na Paraíba. De um lado, os Republicanos da Confederação do Equador, que lutavam contra o absolutismo do Império; do outro, os Legalistas, conservadores, aliados de Dom Pedro I.
Aproveitamos para transcrever interessante texto de Fábio Mozart, em que destaca a participação da mulher naquele movimento revolucionário.

A heroína da Confederação do Equador

Fábio Mozart

A cidade de Itabaiana viveu, em 1824, a maior batalha já travada em solo paraibano, de brasileiros separatistas e republicanos contra os prepostos de Portugal. Os historiadores contam que os rebeldes, liderados por Félix Antonio Ferreira de Albuquerque, contavam com mil e quinhentos soldados. O combate se deu no Riacho das Pedras, com muitas mortes depois de quatro horas de luta. Cada grupo recuou: os legalistas voltaram para Pilar, e os revolucionários foram para Juripiranga, de lá fugindo para o Ceará. Entre eles estava o famoso Frei Caneca, um religioso que deu sua vida pela liberdade do Brasil.


Maria Joaquina de Santana era mulher do Capitão Félix Antonio, ela uma paraibana de fibra, que lutou até o último momento pela liberdade e pela honra do seu marido e de sua pátria. Ela foi o símbolo da valentia da mulher paraibana na Confederação do Equador, tendo um papel de destaque nas lutas dos revolucionários separatistas, os primeiros choques entre brasileiros e portugueses pela independência do Brasil. Em Itabaiana, os revoltosos esperaram reforço prometido de Pernambuco, que nunca chegou.


Aquela batalha, a mais importante da Confederação do Equador, ficou marcada pela figura de uma mulher corajosa. Já dizia o filósofo francês André Comte Sponville, que “a coragem é a mais admirada das virtudes, desfrutando um prestígio que independe da época nem da sociedade. Em toda parte e em qualquer tempo, a covardia é desprezada e a coragem é estimada”. Foi essa a impressão que deixou na história essa mulher, Maria Joaquina de Santana, cuja bravura, ao lado do marido, nunca será apagada das nossas mentes. Conta-se que o Capitão Félix Antonio foi morto na Fazenda Oratório, em Pedras de Fogo, vítima de traição de um “amigo”. A intrépida Maria Joaquina matou pessoalmente o assassino do marido, com um tiro de bacamarte.

http://www.itabaianapbmemoria.blogspot.com/

QUEM LÊ ME LIVRO

O humorista paraibano Cristovam Tadeu está ocupando o cargo de diretor da Rádio Tabajara da Paraíba. Cristóvão tem mais de 25 anos de carreira. Igual a Chico César, também fez espetáculo no nosso Teatro Nautília Mendonça em 1985 e também lembrou desse espetáculo.


Visitei o nosso compadre Cristovão Tadeu na Rádio Tabajara, porque iremos produzir um programa semanal naquela emissora oficial com conteúdo das comunidades onde funcionam rádios comunitárias. Vai ser veiculado pela Tabajara AM, todo sábado de 8,30h às 9,30h.

Cristovão aproveitou para levar um exemplar do meu livro “A Voz de Itabaiana e outras vozes” que fala justamente da história da radiofonia em Itabaiana, minha terra adotiva.

O humorista e cartunista publica diariamente cartuns no jornal Correio da Paraíba. Cristovam Tadeu é o humorista pioneiro na Paraíba no estilo one-man-show. Começou como ator de teatro em 1980 e já em 82, aos 20 anos, fazia seu primeiro show de humor chamado “Prá Morrer de Rir”, espetáculo que foi apresentado no nosso teatro em Itabaiana. Em 86 iniciou o projeto de humor em bar, apresentando-se e lançando novos talentos no famoso Bar Travessia. Atuou em dezenas de peças de teatro, escreveu e dirigiu dois espetáculos de grande sucesso (Vovô Viu a Uva e Vovó Viu a Ave), fez cinema (24 h e Marcus Villar e Por 30 Dinheiros de Vânia Perazzo e Ivan Herbalov) e na TV, além de ter feito centenas de comerciais, escreveu ,dirigiu e produziu o primeiro programa de humor da Paraíba chamado ”Sábado de Graça”. Em 1989, em São Paulo, fez parte do elenco do programa Só Riso, na Rede Band ao lado de Costinha, Zé Vasconcelos, Lilico e Zé Bonitinho. Participou do programa Show do Tom na Rede Record como Gaetano Velhoso.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Chico Memória


Clévia com Chico César

No recuado ano de 1985, eu e outro maluco por nome Marcos Veloso fundamos um teatro em Itabaiana do Norte, batizado de Nautília Mendonça em homenagem a uma grande atriz paraibana. Para o futuro, a gente queria ver frutificar a semente da arte cênica, que amamos, na terra do poeta Bastos de Andrade. A estréia do teatro teve o cantor e compositor Chico César, naquele tempo iniciando sua carreira, mas já com aquele toque de consciência ecológica, política e social, cantando temas do cotidiano da gente de maneira lírica e poética.

O teatro fechou as portas, lance que conto em crônica que você pode ler no link:
http://fabiomozart.blogspot.com/2010/02/tumulto-no-teatrinho.html

Em recente conversa com minha comadre Clévia Paz, o agora Secretário de Cultura do Estado da Paraíba lembrou a noite em que abriu oficialmente o teatro Nautília Mendonça em Itabaiana. Perguntou se o teatro ainda existia, disse que tinha admiração pelos camaradas e as comadres que lidavam com arte/cultura em nossa terrinha naquela época e ficou aflito com o atual cenário pouco animador para a cultura na terra que viu nascer o mestre Sivuca. Segundo dados divulgados por Clévia ao nosso Secretário/cantor, Itabaiana não tem mais teatro, biblioteca, cinema ou qualquer equipamento público de difusão da cultura. Falou do nosso Ponto de Cultura e de outras poucas entidades da sociedade civil que ainda teimam em produzir/reproduzir arte no berço de Adeildo Vieira. 

Chico César disse que estará voltando a Itabaiana no dia 31 de maio para uma audiência pública onde pretende conversar com todos os secretários de cultura/educação da região do vale do Paraíba. Para Clévia, foi um encontro emocionante. “Fiquei tocada com a conversa que tive com Chico César, homem de carisma e pessoa aberta ao diálogo com a sociedade. Outra faceta importante de Chico é sua consciência de que devemos investir no que resta de autêntica cultura nos interiores da Paraíba”, disse ela. Com toda a segurança do mundo, eu digo: só por ter um cara como Chico na Secretaria de Cultura e por ter criado a própria Secretaria, o governo de Ricardo Coutinho já fez muito pela cultura paraibana. O tempo vai dizer se vai rolar mesmo o lance, mas pra começo ta bom. Chico é um renovador histórico da música paraibana. Como cidadão e artista, nota dez. Como gestor, aguardemos.

domingo, 22 de maio de 2011

ALUNOS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO LANÇARÃO LIVRO DE POESIA EM ITABAIANA

Pela primeira vez na história de Itabaiana alunos da rede municipal de ensino lançarão livro de poesias escritas por eles mesmos. O livro terá 65 páginas com os melhores poemas do 1º Concurso Municipal de Poesias, realizado pela Secretaria Municipal de Cultura em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Itabaiana. 

O projeto teve o total apoio da Prefeitura Municipal, através da prefeita Dona Dida que patrocinou a confecção de mil exemplares do livro intitulado UM NOVO TEMPO DE POESIAS, que será lançado nessa terça-feira (24) às 14 horas na AABB de Itabaiana, com a presença dos novos poetas mirins, de seus familiares, dos professores, diretores e supervisores das escolas do município e também de muitas autoridades locais.

Todos os alunos participantes da coletânea poética receberão brindes e os três primeiros colocados no Concurso de Poesias receberão: o 1º lugar, um computador netbook; o 2º lugar, um computador netbook; o 3º luga, um celular. Toda a premiação foi doada pelo comendador Daniel Reis do Mato Grosso do Sul e também filho adotivo de Itabaiana.

Antonio Costta

Cavalgada João Duré homenageia escritores itabaianenses


Poetas Bastos de Andrade e Zé da Luz
A Cavalgada da Integração João Duré, que sairá de Itabaiana no dia 29 de maio para a cidade de Macaíba, no Rio Grande do Norte, promoverá um confraternização no Itabaiana Clube em 28 de maio, onde serão homenageados alguns escritores itabaianenses, a exemplo de Edna Paiva, Orlando Otávio, Jessier Quirino, Reginaldo Antonio de Oliveira, Romualdo Palhano, Chiquinho Bezerra, Erasmo Souto, José Maria de Almeida Filho, Zé da Luz, Bastos de Andrade, Arnaud Costa, entre outros. Os organizadores, tendo à frente o pecuarista José Mário Pacheco, estão recebendo doações de alimentos para serem encaminhados às vítimas das últimas inundações na cidade. As doações podem ser entregues na Farmácia RedeMed, de Júnior Pacheco, onde também estão sendo vendidas as camisas da Cavalgada, as quais darão ingresso ao local da festa. Parte da renda das vendas das camisas será destinada ao Ponto de Cultura Cantiga de Ninar.

A Cavalgada da Integração João Duré realiza sua quinta edição no período de 29 de maio a 04 de junho de 2011, invertendo seu roteiro tradicional, com a largada de Itabaiana para Macaíba/RN. O evento é realizado pelo neto de João Duré, Dr. José Mário Pacheco, e faz parte do calendário de eventos turísticos do estado da Paraíba (Lei 8.317).

POEMA DE DOMINGO


A estátua do escravo Inácio, precursor da Literatura de Cordel através dos
seus repentes. A estátua está no jardim de Catingueira, Paraíba,
em justa homenagem ao famoso filho

 Neste domingo, transcrevo as seguintes expressões poéticas:

O meu sangue é um mar buscando a África
O luar do pandeiro é meu calibre
Quando eu canto esse meu caminho é livre
Sonham aves em minha voz violeira

A estrutura do verso não vem ao caso. São somente trechos de composições poéticas declamadas ao ritmo da viola, invenções sem par de um poeta repentista nascido em data ignorada, na Paraíba, e morto em 1879. Negro, analfabeto e escravo, foi o poeta Inácio da Catingueira quem pensou e cantou esses versos.


“O meu sangue é um mar buscando a África” é uma enunciação digna de Castro Alves? “O luar do pandeiro é meu calibre” poderia estar em qualquer letra de qualquer obra-prima de Noel Rosa ou Chico Buarque. “Quando eu canto esse meu caminho é livre”, frase de um lirismo arrebatador, sabendo-se da condição do vate, sujeito a um dono.


Dizem que Inácio da Catingueira enfrentou Romano de Mãe D’água em um desafio de viola que durou dois dias e duas noites, peleja travada na vila de Patos, em 1870. Em determinada hora, Romano passou a atacar a raça do negro Inácio:


Com negro não canto mais
Perante a sociedade.
Estou dando cabimento
Ele está com liberdade.
Por isso vou me calar,
Mesmo por minha vontade.


Inácio respondeu:


O sinhô me chama negro,
Pensando que me acabrunha.
O sinhô de home branco
Só tem os dente e as unha,
A sua pele é queimada,
Seu cabelo é testemunha.


Mudando de toada, o poeta Almirante foi cantar um pé-de-parede com o também repentista Antonio Xexéu. A mulher do Almirante se encontrava enferma, sem condições de atender às “obrigações conjugais”. Assim se queixou o poeta:


O Almirante zarpou
Para mares turbulentos
Reprimindo os sentimentos
Porque a fonte secou.


Almirante viajando
Os mares em calmaria
Sofre e pena todo dia
Por falta de um comando


Que lhe dê uma mureta,
Um anteparo qualquer
Pra falta que faz mulher,
Ausência de uma buceta.


Apito, faço viagem,
Nesse navio sem rumo
E quase perdendo o prumo
Vou lembrando a sacanagem.

Com o mastro sem garantia,
Me atiro a todo pano
Já me dá um desengano
Da pica sem serventia.





sábado, 21 de maio de 2011

O mundo se acaba hoje?

Os quatro cavalos do Apocalipse: “Tu vens, tu vens, eu já escuto o teu tropel...”
Conforme um grupo fundamentalista cristão americano, o mundo se acaba hoje, 21 de maio de 2011. Vai ter um baita terremoto. Só escapam 170 milhões de pessoas que irão diretamente para o céu. Eu estou entre eles, e você também, caro leitor da Toca, já que está lendo este post.

Pode ser que tenha erro na conta. Afinal, esse mesmo grupo maluco profetizou antes que o mundo iria dar com os burros n’água em 1994. Erraram. Fizeram novos cálculos e chegaram à conclusão de que o fuzuê será hoje. Portanto, se sentir algum tremor debaixo dos pés, é o Apocalipse chegando.

O nome dessa igreja é Family Radio, não se sabe em qual frequência. Tem sede em Oakland, na Califórnia. No Brasil, a sede fica em Minas Gerais. Os crentes daqui já rasparam o fundo do tacho e estão prontos para o fim do mundo.
No calendário da Igreja Católica, hoje é o dia da Ascensão do Senhor. Quer dizer, tem tudo a ver! Jesus vai baixar de novo, e depois sobe com os escolhidos, que são exatos 170 milhões. 

Recebi um email do meu irmão Ameba comunicando que hoje é também o Dia Nacional da Cachaça, estabelecido pelo ex-presidente Itamar Franco, um mineiro apaixonado pela aguardente. 

Aproveitando a data, e sem nada melhor pra fazer, vou é abrir uma garrafa de “Matuta” e esperar o fim do mundo zonzo feito anjo caído. Se nada acontecer com o mundo, eu fico vendo o mundo rodar e dando viva a Itamar Franco, Lula do PT, Jânio Quadros, Aécio Neves, mestre Cartola, Noel Rosa e o deputado Tião Gomes, cachaceiros famosos.

QUEM LÊ MEU LIVRO


Eu e meu chefe Luiz Eugênio de Lucena
Luiz Eugênio foi meu chefe na Rede Ferroviária. Grande telegrafista, homem de bom coração, é meu conterrâneo de Pernambuco que também lançou raízes em nossa Itabaiana do Norte e daqui não sairá jamais. 

Grande papo, Luiz Eugênio tomou algumas cervejas conosco em vários botecos e botamos a conversa em dia. Nesse nosso mundo contemporâneo sem trens, já que a ferrovia foi extinta pelos governantes “de ampla visão” deste país excêntrico, conversa de ferroviário é só reminiscência dos velhos e bons tempos das ferrovias. Luiz Eugênio passou a tarde contando suas aventuras no mundo do trem de ferro e seu contexto humano. Falamos, bem e mal, de muitos companheiros, lembramos fatos, alguns dramáticos, outros pitorescos. Depois eu conto alguns lances.

Quando ofereci meu livro, Luiz Eugênio disse: “Já comprei três exemplares; dois recomendados pelas freiras do Colégio da Conceição, onde tenho filhos estudando, e um que comprei a um aluno de outra escola”. Detalhe: os exemplares das freiras custaram vinte paus cada um, e o outro ficou por dez. É a conhecida inflação eclesiástica. 

Para não aumentar o estoque do livro “A Voz de Itabaiana e outras vozes” na casa do meu amigo e eterno chefe Luiz Eugênio, ofereci “Biu Pacatuba”, outro livrinho meu que também já anda perto de esgotar a edição.