BARATAS TOMAM VACINA DE DETEFON E SE TORNAM IMORTAIS
Rádio Barata no Ar – Edição nº 155
BARATAS TOMAM VACINA DE DETEFON E SE TORNAM IMORTAIS
Rádio Barata no Ar – Edição nº 155
Se eu fosse bom poeta
E soubesse bem glosar
A minha escrita inquieta
Saberia avaliar
Essa criação correta
E bom conceito formar
Choveu chuva de cordel
Na horta de “seu” Mozart
O professor, ator e radialista Bento Júnior não esconde sua devoção intensa pela cultura popular. Chega a entrar em êxtase quando fala, declama e interpreta Ariano Suassuna. Há mais de trinta anos ele manifesta a grandeza do escritor e dramaturgo paraibano. Isso nos palcos e no rádio, no folheto de cordel brasileiro e na academia. O homem tem um grande respeito, quase uma reverência pelo autor do Auto da Compadecida. Aprendeu a imitar a voz de Ariano, sonha com o romancista de Taperoá, tem vez que pensa que é o próprio. Bento celebra o movimento armorial em toda sua vida de artista e professor.
Na qualidade de poeta de cordel brasileiro, como gosta de ser denominado, Bentinho escreve folheto desde a hora em que acorda até quando seu cabeção descansa no travesseiro com fronha de xilogravura. Sua obra é autofinanciada. Na cidade João Pessoa, Bento representa uma espécie de lado B da diversidade cultural, sem muito espaço, mas resistente. Vai buscar inspiração nos poetas do povo para escrever seus folhetos e sair doando a quem estiver disposto a perder cinco minutos para ler suas histórias, onde descarrega seus discursos humanistas e políticos, como um lembrete aos intelectuais para se ligar no verso do povo e nas alternativas culturais e seus discursos que vão de encontro à mídia corporativa e às “igrejinhas”.
Estando o velho Mozart na sua toca, no alto de uma serra nos contrafortes da Borborema, eis que me chega um pacote de folhetos do compadre Bento Júnior, todos trazendo no seu versejar simples a exclusão social, o humor claro e trivial do povão e os temas da atualidade, indo além da opinião ácida com humor de meio de feira. Bentinho fala dele mesmo e de suas relações familiares nos folhetos “Cordel brasileiro”, “O fujão” e “Que menino metido”. As pessoas e bichos que ele admira também ganharam folheto, destacando-se “Zé Calixto, o rei do fole de 8 baixos”, a frevista Fofinha é estrela em “Roteiro de uma loba” e seu cachorro Max mereceu lágrimas de saudades cordelescas em “Meu amigo Max”.
Falando de pandemia, Bento Júnior construiu comigo o folheto a quatro mãos “O poeta que virou zumbi no terror da pandemia”. Depois lançou “O Brasil achou saída?”, “A lendária história da cloroquina”, “A vacina cidadã” e “Vírus no ar”. Nacionalista igual seu ídolo Suassuna, o poeta Bento escreveu com tintas cívicas inquietas o folheto “Brasil, quem te usa não te ama”.
Galhofeiro de corpo e
alma, Bento Júnior gosta de escrever seus folhetos de gracejo. No pacote, veio
“O poeta e o barbeiro”, “O padre cachaceiro”, “As palhaçadas de Mané de Zé de
Candinha”, “Corno Ratinho”, “A peleja entre a Vida e a Morte” e “O casório do
bode”. Com a mesma feição gaiata, em forma de “romance”, Bento compôs “A briga
do homem que dormia nu com o mosquito Perivaldo”, “A briga do leão do circo e o
gato Rouxinol” e “O segredo da moça”, este com 36 páginas. Li tudo. Vou botar
no mostruário e exibir os folhetos de Bento em uma quitanda. Tem um bom fluxo
de turistas por lá. Farei minha parte para a tal democratização cultural.
Lembrando que eu fiquei sabendo da intenção do atual Diretor da Fundação de
Cultura de João Pessoa, Marcos Alves, de dar mais relevância à literatura de
cordel nas políticas públicas da Prefeitura de João Pessoa. Se for bem
sucedido, terá certamente um folheto de Bento elogiando as ações. Frustrando a
galera, merecerá um folheto esculachatório do palhaço poeta.
DONA
ZEFINHA INVADE O NINHO DA BARATA E BOTA GOSTO RUIM NA PANELA DO DIABO
Estreia da atriz Claudete Gomes no cast da
Barata
Rádio Barata no Ar - Edição nº 153:
CHINELAR
A BARATA DA VIZINHA PODE SER ENQUADRADO NA LEI MARIA DA PENHA?
Rádio Barata no Ar – Edição
nº 152:
ESSE CRÁPULA SOU EU
Biografia não autorizada de Roberto
Carlos na Rádio Barata no Ar – Edição nº 151:
RÁDIO BARATA INSTITUI A MEDALHA MENSTRUAÇÃO ATRASADA E MADAME PRECIOSA DÁ AULA INAUGURAL DE EDUCAÇÃO SEXUAL
Rádio
Barata no Ar – Edição nº 150:
VACINA EM VEIA CAGATÍCIA
Camarada,
fui pra fila
Para
tomar a vacina
O
sufoco que passei
O
amigo não imagina
Passei
meio dia em pé
Abalou
minha angina
Porque
essa é nossa sina
Sofrer
em toda emergência
Aguentar
o fura fila
Ninguém
toma providência
E
por cima um Presidente
Que
defeca na ciência
Esse
caso é de urgência
Vacina
contra idiota
Não
vote nos imbecis
Que
a ciência boicota
Se
vacine contra o Bozo
E
toda sua patota
Quero
ver se essa marmota
Vai
tomar também vacina
Imunização
de gado
Veterinária
ensina
Fica
imune a brucelose
Com
estreptomicina
E
se tomar cloroquina
Lá
na veia cagatícia
Não
vai virar jacaré
Com
toda sua malícia
Se
transforma em gado manso
Em
pastagem vitalícia
Antonio Xexéu,
psicografado por F. Mozart
VACINAÇÃO CONTRA CARETICE E MAL HUMOR COMEÇOU NA BARATA
Rádio
Barata no Ar – Edição nº 149:
BARATA APRESENTA FOLHA CORRIDA DE
KAJURU COM K DE KACHORRO
Rádio Barata no Ar – Edição nº 148
Leprosário
Brasil
Escoando,
sigo o fluxo
Não
sei se da consciência
O
coração percutindo
Em
uma estranha cadência
Brasil
jamais foi nação
Diz
o crânio em deprimência
Na
guerra das bactérias
Mataram
o povo nativo
Com
mais de mil etnias
Um
ou outro restou vivo
Sífilis,
bexiga e gripe
Nesse
massacre massivo
Eliminou
nosso índio
Que
viveu a pandemia
Do
vil colonizador
Infecciosa
sangria
O
primeiro genocídio
Que
aqui ocorreria
Minando
o sistema imune
Alastrando
a endemia
Branco
chacinou o índio
Do
Rio Grande à Bahia
E
o que restasse vivo
Metralhado
ele morria
Depois
vieram os escravos
Já
no navio negreiro
Era
grande a mortandade
Por
esse horror brasileiro
De
sarampo, gripe e fome
Em
processo carniceiro
Enfermo
sobrevivente
Era
jogado ao mar
Chegando
em terra firme
Por
não se adaptar
Ao
sistema escravocrata
Era
grande seu penar
Genocídio
por torturas
Tiros,
decapitações
Estupros
e homicídios
Mortes
pelas privações
Escravos
subjugados
Em
cruéis humilhações
Agora
o Coronavírus
Invadiu
a possessão
Aqui
chamada Brasil
Em
grande tribulação
Eis
que o Messias da Morte
Se
arvorou Capitão
De
uma massa devota
Mistura
de fanatismo
Com
ignorância densa
Tolo
é seu catecismo
Negando
todo saber
Em
teimoso ceticismo
Certo
é que a “gripezinha”
Já
matou 300 mil
O
país empobreceu
Sob
as ordens de um imbecil
O
mundo só quer distância
Do
leprosário Brasil
F.M.
BARATAS QUEREM
APENAS AMOR E COMPREENSÃO
Se liga na
Rádio Barata nº 146 no Radiotube:
A literatura da pandemia ganha mais uma
composição impressa. Trata-se do meu livro “Retrato molhado – crônicas da Toca
do Leão”, coletânea das crônicas que venho publicando neste jornal. A
compilação saiu graças ao zelo do meu compadre, poeta cordelista e dramaturgo
Bento Júnior. Ele tratou da edição, escreveu o prefácio e ajudou a meditar
comigo sobre essas vivências aterradoras e desestruturantes de nossa base
emocional no mundo contemporâneo. Encontros e desentendimentos, solidões e
poesias do cotidiano, desorganizações mentais e financeiras, conflitos íntimos
e coletivos, tudo que vem sendo reprimido nesses tempos de isolamento social
sob meu ponto de vista, ou quase tudo das quase insignificantes psiconeuroses
causadas pela angústia da solidão, com fartas quantidades de humor libertador.
É assim que eu tento vender o livrinho de 115 páginas, em edição limitadíssima.
Bento
Júnior fez a seleção dos textos, mandou imprimir, coordenou todo o processo e
ainda exerceu um papel social nesses tempos de crise, contratando o web
designe Sérgio Ricardo Piaba para fazer a capa do livro, garantindo o
líquido sagrado da cana-de-açúcar ao glorioso e talentoso Piaba, sujeito com
aptidão incomum para as artes e os líquidos inebriantes, sem moderação. É claro
que o estimado colega Sérgio Ricardo há de compreender que nada tem de
insultuoso neste comentário. É escárnio comum, a galhofa dos iguais, conversa
de pinguço, caçoadas a que costumamos recorrer em nossa mesa de bar virtual, a
“Rádio barata”, podcast produzido por Serjão e estrelado por este que ora
proseia, bate-papo transmitido diariamente pela Rádio DiarioPB.
Sobre
o “Retrato molhado”, Bento Júnior ressalta que “é preciso ter olhos de artista
para ver e entender a vida em suas várias nuanças. E saber falar do tudo e do
nada. Cada crônica remete aos detalhes e às coisas invisíveis que o escritor
talentoso não explica, ou mal explica, ou então propositalmente inverte e
confunde. E encanta. Livro é arretado pra gente ler de peito aberto à beleza e
deleitação da palavra escrita. Peito aberto, ainda que de rosto coberto com a
máscara desses tempos tenebrosos, para se comprazer com as histórias e imagens
de real interesse humano, repletas de fina poesia”.
Compadre
Bento também foi o primeiro leitor do meu livro da Toca do Leão. É que o
trabalho saiu por uma dessas editoras especializadas em imprimir pequenas
tiragens, convertendo o impresso também em e-book, além da versão
em papel. Se eu quiser adquirir meu livro, terei que comprar na plataforma, com
o devido desconto do royalty. Esse gentil cidadão comprou dois
exemplares, oferecendo-me um deles. Gentilezas próprias do jeito de ser do meu
compadre, merecedor do meu respeito e estima.
É
por essas condutas que seu Mozart se comporta conforme diz o próprio Bento em
seu prefácio: “o velho ferroviário fundou seu sindicato de classe, constituiu
bases de guerrilha cultural em Itabaiana e outros interiores paraibanos e
combateu o bom combate, mas não guardou a fé. Pelo menos a fé nas divindades,
porque ainda acredita no homem como redentor de si mesmo”.
CÃO CANJIQUINHA TOMA VACINA CORONAVERME E
BARATA DECRETA LOCKDOWN NO ORITIMBÓ
Rádio Barata no Ar – Edição nº
144