segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Leitores qualificados


Caro Mozart:

Muito me divertiu a crônica em que saborosamente nos conta as peripécias domésticas (e públicas também) do seu “A Voz de Itabaiana e outras vozes”. Gostaria de contribuir para o restabelecimento da paz no lar e para a circulação do livro pedindo que me mande, junto com o número da conta bancária, três exemplares do mesmo para que possa presentear amigos e divulgar a terrinha. Abraço do seu de sempre,

Vladimir Carvalho.

O mestre Vladimir refere-se ao comentário que fiz sobre minha última despretenciosa obra literária, dizendo que a minha mulher ameaçou tocar fogo nos livros que atrapalham os serviços domésticos.

Com leitores desse naipe, o prestígio do meu livro vai subir mais do que pressão arterial de velho quando vê menina nova, bonita e carinhosa.

Na foto arriba, quem aparece com meu livro é o empresário itabaianense Fernando Tavares. Ele comprou também um estoque razoável para presentear os amigos, a exemplo do patrício Solon.

Vendendo assim no atacado, o livrinho “A Voz de Itabaiana e outras vozes” vai esgotar logo logo, para alegria da minha “patroa” que não gosta de ver sua casa entulhada com mercadoria ruim.

E para quem quiser adquirir o livro em Itabaiana, está à venda na Sorveteria SorveMix e no Armarinho do Márcio. Pela internet, você adquire no site do Sebo Cultural:

www.osebocultural.com.br

domingo, 30 de janeiro de 2011

Entrando na grande área

É a chamada zona do agrião, onde tudo acontece. Na grande área é de onde parte a maioria dos arremates que se convertem em gol. É naquele espaço do campo onde os zagueiros fazem as faltas mortais que redundam em pênaltis.

Pesquisando no Google onde tudo se sabe, fiquei sabendo que a zona do agrião refere-se à grande área, onde todas as jogadas são de grande importância, tanto para quem ataca, como para quem se defende. O significado desta expressão está no cultivo do agrião, uma planta herbácea aquática, em terreno alagadiço, onde as pessoas têm que se movimentar com cuidado. Por extensão, região crítica. A criação desta expressão é creditada ao jornalista João Saldanha.

Pois estou entrando na zona do agrião, uma região crítica para quem passa dos cinquenta anos de idade. A partir de agora, depois dos 55, tudo é muito perigoso, qualquer movimento em falso converte-se em gol contra. Você vai ter que pensar duas vezes antes de comer aquele prato que é o seu favorito ou degustar aquela fruta que foi objeto dos seus sonhos durante a vida toda. Você ainda faz parte do jogo, mas está cansado aos 40 minutos do segundo tempo, a grande área cada vez mais ameaçadora.

Naquele pequeno pedaço do campo, o atacante perde tantos gols, o defensor comete tantos pecados, tantas besteiras. O normal é ficar sem o domínio da força na grande área, perder a paciência, cometer deslizes. Que experiência que nada! Falta perna, fôlego, brilho do raciocínio. A cabeça ta embotada pela fadiga, o goleiro cada vez mais exigente, a bola mais pesada. Bater o tiro de meta é um alívio. Mas o vento está soprando na direção contrária. O goleiro sai em falso, tem que improvisar, se sente incapaz de construir seu próprio destino.

A causa dos pesadelos do jogador na grande área: a frustração por não ter feito um bom jogo e a responsabilidade de manter o placar, ou amplia-lo, ou empatar a partida. A indigência do atacantezinho do timezinho de subúrbio impossibilita-o de executar o gol de honra. Condenado a deixar o campo sem honra, com a dignidade arranhada na grande área.

Como é ameaçadora a grande área, a tal zona do agrião! O stress da grande área só não é maior do que a certeza do fim do jogo e a incerteza da sobrevivência no vestiário, para voltar na outra partida e causar a vibração do locutor:

--- Cooooorta a zaga de qualquer maneira, mandando o balão para escanteio!

O senhor Pombo reconhece grandeza do Leão (um animal modesto)


Júnior Valdemiro Pombo de Sousa

Isso mesmo Mozart, às vezes a gente fala o que não deve, mas você tem demonstrado grandeza ao reconhecer os erros. Seria bom se todos fizessem isso, parabéns!

* Sobre crônica que fala das meninas do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar.

Júnior Valdemiro Pombo de Sousa -

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Sobre o livro “A voz de Itabaiana e outras vozes”

Fabio Mozart:

Peço desculpas por entrar em seu E-mail sem a sua autorização.

Sucede que repousa em minhas mãos um exemplar de seu livro A voz de Itabaiana e outras vozes.

Não é fácil extrair das páginas de um livro o riso. Continuo sorrindo quando leio a seguinte frase: ( .... neste momento vem chegando um bloco de urso, e vem com toda porra! - pág.15). Legal, gostei pela ingenuidade da frase! Você é realmente um cronista!

A foto da capa impressiona pela grandeza humana e pureza! Esse é meu povo, meu foco. Sou apaixonado pelo coco.

Continue escrevendo, porque não chegamos ao futuro sem conhecer o nosso passado.

Atenciosamente,

Antonio Dean

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DUPLA DE DOIS

Valeu, Fábio. Somos parceiros. Uma dupla de dois muito boa!

Heriberto Coelho – João Pessoa - PB

Em defesa da radialista Gil Costa


Em plena efervescência da campanha política no ano passado, vazou a fofoca de que Marcelo José, radialista do Sistema Correio, recebia como assessor de imprensa de sua cidade, a aprazível Mari. Na ocasião, escrevi um texto defendendo meu amigo Marcelo. Repito agora o mesmo texto, mudando onde deve ser mudado, em relação à radialista Gil Costa de Itabaiana, que não é minha amiga, mas a quem admiro e respeito.

“De Itabaiana vem a notícia com imputação supostamente demeritória para a comunicadora Gil Costa, acusada de receber como assessora de imprensa da Prefeitura de Pilar.

Questiona-se a ética de quem faz jornalismo e recebe dinheiro dos cofres públicos. Alguns dizem que o fato atenta contra os princípios morais, mas não se esqueçam de que a palavra “MORAL” deriva do substantivo latino mos, mores, que significa costume. É costume brasileiro receber salários sem efetivamente trabalhar no setor público, isso desde os tempos de José Bonifácio de Andrada e Silva, que afirmou em uma de suas obras: “A política é a filha da Moral e da Razão”. Esses arrumados já não suscitam escândalo algum desde os tempos de D. João VI. E o que é a razão senão a faculdade de compreender e ponderar os fatos?

Alguém escreveu que a nossa comunicadora deveria abrir mão do seu alto salário em prol dos cidadãos pilarenses que trabalham dia após dia com dignidade. Primeiro que não se trata de alto salário, tenho certeza, porque a Prefeitura de Pilar tem um patamar salarial mais que modesto. Sei disso não por receber de lá, mas comparando com a realidade de municípios pequenos e pobres da Paraíba. Depois, o trabalho de Gil Costa merece ser remunerado pelo Poder Público e é digno. Gil Costa recebe menos do que merece.

Existe a teoria da contraprestação com o contrato de trabalho, segundo a qual, o empregador remunera o empregado porque ele está sob sua subordinação, podendo ou não utilizar a força de trabalho deste, conforme os interesses da produção. Gil Costa é remunerada pela Prefeitura de Pilar e presta seus serviços quando requisitada. Não é porque trabalha na rádio que não pode fazer “free lancer” em sua profissão. O que ela não pode fazer é esconder notícias negativas de Pilar, e isso tenho certeza de que ela não faz. Antes de tudo, Gil Costa é uma profissional competente, centrada e madura. Recrutada para o serviço de assessoria de comunicação, recebe seus proventos em troca desse esforço na promoção do Município. Não vejo nenhum desmerecimento nisso”.

sábado, 29 de janeiro de 2011

ENTREVISTA – ZENITO OLIVEIRA E IRENE MARINHEIRO – 3ª PARTE

Zenito conta episódios da Paixão de Cristo e a expulsão de Biu Penca Preta do GETI

Partido Verde protesta contra degradação do rio Paraíba em Itabaiana


Os partidos considerados “nanicos”, organizados na cidade de Itabaiana/PB, liderados pelo Partido Verde, planejam manifestação pública contra a degradação do rio Paraíba que se dá através da extração mecânica de areia do leito do rio feita por uma empresa do Recife, com licença da Prefeitura, apesar dos protestos da população e do que determina a legislação em vigor.

O professor Valmir, Presidente do Partido Verde, está convocando o povo para a manifestação, “que será pacífica”, segundo as lideranças. Já confirmaram presença no ato público o estudante Gildo Jeronimo, do PPL, Iran do PCdoB, Joca do PPS e Jojó do PHS. Os grandes partidos como o PMDB e o DEM não se pronunciaram sobre o tema.

Gildo afirmou que não conta com os vereadores, pois “esses que se dizem representantes do povo não lutam pelo nosso patrimônio natural que é o rio Paraíba”. Essa manifestação, segundo os organizadores, tem uma simbologia e busca um diálogo com a população, “para esclarecer sobre a violação dos direitos humanos que está havendo em Itabaiana por culpa do Poder Executivo e sob os olhares omissos dos demais poderes”. Para os ambientalistas da região, a situação do rio Paraíba com seu ecossistema sendo agredido fere os direitos humanos, pois “ter um meio ambiente sadio e íntegro é um direito do cidadão”.

As lideranças informam que sem licença ambiental do IBAMA, mesmo com ações na Justiça pedindo o embargo das atividades, a empresa segue explorando a areia do rio, apesar das inúmeras irregularidades e destruição da fauna e flora local. Há também uma denúncia de que a empresa “comprou” toda a área do leito do rio situada no território do município. “Eu vi o contrato e digo que é um absurdo total”, afirmou o advogado Zé Ramos, líder do Partido Socialista Brasileiro (PSB) na cidade.

As lideranças alertam que, com a extração da areia e a contaminação das águas, esgotam-se os recursos pesqueiros. A devastação das áreas de pesca afeta duramente os pescadores mais pobres.

• Público prestigia lançamento de livro do Dr. Romualdo Palhano em Itabaiana


A Sociedade Amigos da Rainha do Vale do Paraíba - Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, foi palco nesta sexta-feira, 28, de um grande evento cultural. O escritor e professor Dr. Romualdo Palhano lançou e autografou seus mais recentes livros, “O teatro na terra de Zé da Luz” e “A ovelha Malhada”. O primeiro reúne estudo sobre a trajetória do Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana, com dados históricos dos movimentos culturais da cidade, contendo ainda depoimentos de artistas que participaram da vida cultural itabaianense nas últimas três décadas.

Um bom público prestigiou o evento, que contou ainda com a participação do músico Adeildo Vieira, seus filhos e sua irmã Dida Vieira, lançando o CD “Há braços” com um espetáculo musical que sensibilizou os presentes.

Adeildo Vieira, o próprio Romualdo Palhano e o advogado Zé Ramos, fundador da Sociedade Amigos da Rainha, receberam diploma de honra ao mérito cultural, sob os aplausos de personagens importantes no cenário cultural e social de Itabaiana, a exemplo do maestro Luiz Carlos Otávio, poeta Orlando Otávio, advogado Jurandir Pereira, professores Israel Elídio de Carvalho Filho, Celeste e Nel Ananias, empresários Fernando Tavares e Max Chateaubriand, vereadores Zé Cobal e Ubiratan Correia, advogado Oscar Maroja, entre outros.

Os professores Idalmo da Silva e Chico fizeram declamações, o primeiro enfocando a obra de Augusto dos Anjos e o segundo dramatizou poemas de Zé da Luz. O advogado Zé Ramos ressaltou a importância do Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana, narrando um pouco sua participação na fundação do grupo e no movimento cultural de sua geração, em meados da década de setenta. Ao final, foi oferecido coquetel aos presentes.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

DE BENJAMIM – CAMPINA GRANDE


Acabo de ganhar o livro do Romualdo, antes do lançamento:

"Tio tenho em mãos um livro com dedicatória para o senhor, de Romualdo Palhano, professor de artes com pós doutorado no Pará, um cara muito simples e bacana, que um amigo daqui de João Pessoa me apresentou, o amigo Paulo César. Falei do senhor e dos pontos que ele havia abordado nesse livro de memórias sobre Itabaiana, tanto sobre o grupo pioneiro de teatro e artes cênicas como do imaginário das ruas e cantos de Itabaiana. E ele se interessou em dedicar e me dar um livro para passar para o senhor, estou com ele em mãos, me parece que ele vai lançar aí no ponto de cultura de Itabaiana”.

Grande Abraço, tio!”


Triste, talvez não chegue a Itabaiana hoje para ver os lançamentos... (um escravo do trabalho.)

atenciosamente

benjamim

MENSAGEM DE MACEIÓ - ALAGOAS

Joacir (à direita) com amigos em Itabaiana


Compadre Fábio,

Gostaria de me fazer presente nessa verdadeira festa
cultural a ser protagonizada pelo nosso irmão Romualdo
Palhano, mas em virtude de compromissos profissionais
não vou poder me deslocar.


O autor da obra "O teatro na terra de Zé da Luz", é um
exemplo daquelas pessoas essenciais. Sempre foi assim desde o
primeiro momento em que deu os primeiros passos no GETI,
sobressaindo com esmero na arte shakesperiana. Prá
frente é que se anda. Avante Romualdo. Desejo-lhe todo
sucesso na sua brilhante carreira.



Um abraço.

Joacir Avelino

GETI completa 35 anos com lançamento de livro contando sua história

Cartaz da peça "O banquete final", último espetáculo montado pelo GETI


O Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana – GETI, comemora 35 anos de fundação lançando nesta sexta-feira (28) em Itabaiana, a obra “O Teatro na Terra de Zé da Luz”, do escritor itabaianense Romualdo Palhano. O livro aborda os movimentos culturais da cidade desde o século dezoito, com ênfase na criação do grupo teatral nos anos setenta, o que desencadeou uma série de atividades no setor, como a criação do jornal literário “Alvorada” e a Sociedade Cultural Poeta Zé da Luz.

A cerimônia terá também entrega de diploma de honra ao mérito cultural ao próprio autor, ao advogado e ex-presidente da Sociedade Zé da Luz, Dr. José Ramos, e ao músico Adeildo Vieira, que também lançará seu mais recente CD, “Há braços”.

O evento acontecerá na Associação Atlética Banco do Brasil, ás 20h, com entrada franca. Mais informações: (83) 9165.6741

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

ACONTECE PELO TELEFONE


· Amiga minha acha que chegou a hora de mudar, sair da mesmice, renovar tudo. Liguei pra ela e ouvi a seguinte gravação: “Não estou em casa no momento, mas agradeço a atenção. Estou fazendo algumas mudanças em minha vida. Se eu não retornar a chamada, é porque você é uma dessas mudanças.”

*Liguei para a empresa de TV a cabo da qual sou assinante. Depois de meia hora, ouvi a mensagem: “Estamos cientes de que você ainda está esperando. Por favor, não desligue, pois isso vai atrasar ainda mais o seu atendimento”.

· Madame Preciosa está fazendo piquinique numa fazenda. Ligou pra reclamar dos mosquitos: “Por que Noé não proibiu a entrada daquele casal de mosquitos na Arca?” Respondi com uma provocação: “Por que vidente jamais ganha na loteria?”

* O cara ligou pra sua patroa: “Mulher, hoje eu queria pescar com os amigos. Mas posso ficar em casa pra gente fazer sexo. O que você decide?” E ela: “Não esqueça de levar seu agasalho e as minhocas”.

· Secretária ligando para o chefe: “Todos estão procurando pelo senhor aqui”. O chefe, inflando o peito de orgulho: “Não sabia que eu era tão importante e indispensável à empresa”. A secretária esclareceu: “É que o senhor levou a chave do sanitário”.

· O técnico de suporte de uma empresa de internet, após passar uma eternidade ao telefone tentando esclarecer um cliente que estava tendo dificuldades com programa de computador, perdeu a paciência: “O problema está entre o teclado e a cadeira”.

· O cara ligou para a organização de uma exposição de arte: “Por que a exposição vai ser em 29 e 30 de setembro e 1º de outubro, e não em 29, 30 e 31 de setembro?” O assessor respondeu: “Acho que é porque setembro só vai até o dia 30”.

·O chefe ligou para a secretária do subchefe: “Por que ele está demorando tanto para a reunião?” A secretária: “Não sei. O filme termina às 15 horas. Ele já devia ter chegado. A não ser que tenha decidido ver o filme de novo”.


Adeildo Vieira lança CD “Há braços amigos” na AABB de Itabaiana nesta sexta-feira


O Ponto de Cultura Cantiga de Ninar realiza o lançamento de dois livros de autoria do escritor Romualdo Rodrigues Palhano. As obras O Teatro na Terra de Zé da Luz - da União Dramática ao GETI e A Ovelha Malvada serão apresentadas no dia 28 de janeiro, a partir das 20h, na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), do município de Itabaiana.

Na oportunidade, o cantor e compositor itabaianense Adeildo Vieira lança seu mais novo CD “Há braços amigos”, com cantoria onde terá a parceria dos seus filhos e sua irmã.

Adeildo Vieira possui uma longa carreira na música. Em 1983, ele entrou para o Musiclube da Paraíba, onde permaneceu até 2002, além de ter participado de vários festivais. Também foi fundador do grupo Mama Jazz.

Além dos lançamentos, a cerimônia contará com entrega de diploma de honra ao mérito cultural para o advogado Zé Ramos e para o escritor Romualdo Palhano, além do próprio Adeildo.

A entrada é grátis.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Ex-punk “carniça” de SP discorda do Leão


O cidadão que adota o pseudônimo de Arauto Noturno escreveu para a Toca, sobre minha crônica falando do movimento punk:

“Puta merda, fui punk carniça (aqui no ABC paulista) da terceira geração e depois migrei para o skinhead. Realmente é um movimento de contra-cultura, no sentindo real o punk é gang! Nada mais do que isso, só violência, alguns podem querer camuflar e o movimento não é para qualquer um. Muitos também dizem que punk é anarquia (menciono o sistema politico) mas um anarquista de verdade sequer sabe o que é punk. Interessante seu ponto de vista, porém discordo de muita coisa que você escreveu. Um abraço e tenha um ótimo dia”.
Arauto Noturno assim se define: “Sou apenas um andarilho nesse mundo de Deus, testando meus limites, aprendendo a respeitar e conviver com os outros. Melancólico por natureza, almejo uma vida bucólica, onde venha aprender a lutar contra meu maior inimigo: eu mesmo”.

Nosso Arauto parece que é um sobrevivente da guerra pessoal contra as drogas: “Um ensinamento que me foi dado na favela do Mata Porco em SP: ‘peixe morre pela boca e vacilão pelo nariz”.

O leitor Rodrigo Bro, de Belo Horizonte, Minas, escreveu sobre o tema: “Olá, Fábio. Gostei muito de sua reflexão. Parabéns”.

Meu caro Arauto, eu tenho um puta preconceito contra esses caras que se intitulam Skinhead, ou cabeças peladas em inglês. Uma parte desses cabras, o lado direitista deles, odeia os nordestinos. Ainda bem que você caiu fora desse bando, senão eu ia mandar capar. Nada contra o estilo de vida, mas se falar de minha Paraíba vai pra peixeira!

Ta bom, um preconceito não justifica o outro. Mas que são uns vacilões, isso é verdade. Você mesmo reconhece. Sou amigo de uma dona que se diz nazista. Nós discordamos politicamente. Eu quase que nada sei, mas desconfio de muita coisa. Desconfio, por exemplo, de que o tempo não ta pra dividir a humanidade em castas. A onda agora é a diversidade, a pluralidade e a tolerância, ta ligado?

Um ser holístico leu meu livro de crônicas


Na foto, meu professor de História, Dr. Idalmo da Silva, advogado que nunca exerceu a profissão, ator amador, filósofo e propagador do holismo. Meu leitor não sabe o que é holismo? Eu também não sabia, por isso fui ao Aurélio. Vá você também.

Meu compadre Idalmo veio à minha casa dizer que leu o livro “A Voz de Itabaiana e outras vozes” e que está escrevendo uma resenha sobre o bicho.

Eu e Idalmo já filosofamos muito em mesa de cabaré. Ele já foi marxista, trotsquista, anarquista e cachacista. Se não mudamos o mundo, mudamos a nós mesmos e hoje somos mais condescendentes com a humanidade, sem perder, entretanto, aquela chama da filosofia de um Aristóteles ou de um Sócrates, para a qual a felicidade do indivíduo só é possível por meio da ventura e o contentamento dos outros.

Aproveitei a presença do caboclo Idalmo para filmar seu depoimento sobre o Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana que comemora 35 anos de fundação. Ele foi um dos tais artistas amadores do primeiro grupo getiano, nos anos setenta.

Idalmo sempre foi um cara anticonvencional. Ensinava história sem exigir decoreba de datas ou episódios da vida de personalidades. Dizia que isso era para história cronológica ou para biografias. Ele trabalhava com a filosofia da História, coisa perigosa nos anos de chumbo da ditadura. Foi expulso do Colégio Estadual de Itabaiana, episódio que conto em meu livro. Idalmo fazia as pessoas pensarem, num período em que pensar era perigosíssimo.

Um sujeito apaixonado pela poesia de Augusto dos Anjos, para ele o maior poeta de todos os tempos, maior do que Camões, Fernando Pessoa, Drummond ou William Shakespeare. Um espírito rebelde, que reflete em sua própria maneira de viver aquilo que pensa. Humilde, não tem carro nem celular, não usa computador, não calça sapatos nem veste roupas atuais. Espontaneidade e despreconceito, isso resume o mestre Idalmo, um intelectual autêntico a quem tenho a honra de ter como amigo.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Prostitutas de Belém abrem rádio comunitária


O Grupo de Mulheres Prostitutas de Belém/PA (Gempac) abriu uma rádio comunitária, chamada Reputação. A rádio nasce com o aval do governo do estado, que capacitou o grupo para operar e produzir programas de rádio.

Além de divulgar o trabalho da entidade, a Rádio Reputação tenta diminuir a discriminação contra prostitutas e defender políticas públicas que respeitem e realizem os direitos das profissionais do sexo.

Essas mulheres comunicadoras enfim representam uma contrapartida às outras rádios de prostitutos, os políticos e empresários devassos, libertinos e safados que vendem os espaços de comunicação a quem der mais. As meretrizes de Belém vendem apenas o corpo. Os radialistas vendidos promovem imoralidade, mal-caratismo, futilidade, banalização de tudo e desrespeito aos humildes.

ENTREVISTA - ZENITO E IRENE MARINHEIRO - PARTE II

Zenito Oliveira recorda o educador Emir Nunes (in memoriam) que deu grande contribuição à cultura de Itabaiana.

O danado do livro segue seu destino de best-seller dissimulado

Eu mesmo lendo meu livro enquanto não aparece freguês (Foto: Ivana Cabral)

Meu livro “A Voz de Itabaiana e outras vozes” já pode ser encontrado
na Livraria do Estudante no Recife e no Sebo Cultural em João Pessoa.
Estou cadastrando na Estante Virtual.

Começo a receber pedidos pela internet. Eis alguns:
 
PREZADO MOZART: Quero ler seu livro, diga-me como adquiri-lo. 
 Abraços, Damião Ramos Cavalcanti

Fábio: Manda dizer quanto é o danado
desse livro e o nº da conta, mais a postagem
que eu quero ler um miserável desses.
 Marcos Freitas
 
Para quem quiser adquirir a obra via postal, faça depósito de R$ 20,00 na conta:

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

Agência 0733

Conta corrente 3957-1

Fábio Mozar Marinho da Costa

(Estão incluídas as despesas postais, em remessa A.R.)

Mande o comprovante de depósito digitalizado para este email junto com seu endereço físico. (mozartpe@gmail.com)

Para os residentes em Itabaiana e João Pessoa, informe seu endereço que iremos pessoalmente entregar o livro.

Banda punk rock compara-se a merda pura



Tudo é tão vazio
Eu quero um sentido pra viver
Transgredir por transgredir

Não tenho nada pra fazer
Vou sair e dar porrada
Transgredir por transgredir

Tenho por base um princípio
Que é não ter nem princípios e nem bases
Transgredir por transgredir

Inconseqüência e zoeira
São minhas palavras de desordem
Transgredir por transgredir

Quem é que escreve uma letra dessas? E o que é punk rock?

Segundo a Wikipédia, punk rock é um movimento musical e cultural que surgiu em meados da década de 1970, que tem como principais características músicas simples (que geralmente não passam de três ou quatro acordes), rápidas e agressivas, temas que abordam idéias anarquistas, niilistas, a violência, ou em outros casos, letras com menos conteúdo político e social, como relacionamentos, diversão, sexo, drogas e temas do cotidiano.

O punk rock brasileiro nasceu como uma crítica ao regime militar brasileiro, implantado pelo golpe militar de 64, devido, principalmente à censura e à violenta repressão aplicadas pelo governo. Muitas canções da primeira geração do punk rock brasileiro são consideradas, até atualmente, hinos de crítica ao governo. A mais famosa banda de punk rock do Brasil chama-se “Restos de nada”.

A banda punk rock que gravou a música com a letra acima chama-se Fecaloma.

Fui ao dicionário pra saber o que diabo é Fecaloma. Trata-se de acúmulo de matéria fecal no reto, constituindo massa que sugere tumor. Ou seja: merda dura, cocô em pedra, incômodo que afeta principalmente pessoas inválidas, mutilados ou paralíticos.

Talvez o termo fecaloma reúna a essência desse movimento, mais uma merda cultural dos Estados Unidos da América. O punk é semelhante ao rapazinho da geração teen, que tem o seu point no Mac Donald, que é chegado em um Bic Mac, com muito chatchup e mostarda, acompanhado com Coca-Cola e batatas fritas; ou então um Mac Fish, bem crocante, com molho tártaro e uma Fanta. São galhos da mesma árvore. Hábitos como gostar de um rock pauleira, heavy metal, rap, essas coisas; possuir muitas informações sobre vídeo clip; estar sempre grudado ao celular, navegar na INTERNET em busca de pornografia ou outras baboseiras que grassam nela e ter como objetivo básico na vida consumir, consumir, consumir.

O punk roqueiro não quer consumir. Apenas reter merda nos intestinos. De vez em quando libera um pouco de merda sólida e preta para a platéia.

Ainda falam mal de Ariano Suassuna quando ele afirma: “Depois que eu vi num hotel em São Paulo um show de rock pela televisão, nunca mais eu critiquei os cantores medíocres brasileiros. Qualquer porcaria como a Banda Calypson ainda é melhor que qualquer banda de rock”. Isso porque Ariano jamais viu uma apresentação da banda Fecaloma.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Quem lê meu livro (I)


Vomitei um livro de crônicas, como diria meu compadre Erasmo Souto. Intitula-se “A Voz de Itabaiana e outras vozes” e está tendo grande repercussão na minha casa: a mulher já ameaçou tocar fogo na pilha de livros que embaraça o serviço doméstico.

Lendo uma revista semanal, fiquei sabendo que uma moça chamada Thalita Rebouças escreveu um livro e foi apresentar na Bienal do Livro no Rio de Janeiro. Depois de passar o dia todo sentada, esperando compradores para sua obra, a danada perdeu a paciência, subiu numa mesa e começou a gritar:

--- Gente, eu sou escritora, tou aqui pra mostrar meu livro, venham conhecer. Um dia vou ser famosa e vocês terão meu autógrafo!

Hoje ela tem onze livros publicados e já vendeu quase um milhão de exemplares. Thalita escreve para adolescentes falando do cotidiano desses seres tão complexos e tão invocados, uma espécie de auto-ajuda para a puberdade . É um fenômeno que encontre leitores nesta faixa de idade. Mas ela tem uma excepcional vocação para se autopromover. Vende seus livros usando perucas coloridas e distribuindo pirulitos.

Não vou chegar a tanto, mas pretendo usar algumas das técnicas da moça vendedora de livros para desencalhar meu trabalho. Vou tirar fotografias com leitores em potencial e publicar no meu blog. Ela diz que isso funciona. “As pessoas gostam de se ver, mostram pra família, os amigos, e todo mundo acaba comprando o livro”, ensina Thalita.

O primeiro leitor enfocado é a menininha aí de cima. Ela tem seis anos, chama-se Ana Luiza e é analfabeta, por enquanto. Mas como dizem que imagem de criança ajuda a vender, vai a pose de minha sobrinha.

Meu compadre Benjamim se compadeceu do velho Leão e mandou dizer: “Tadim... Homem, me diga quanto é o danado do livro e me mande 10 exemplares para eu presentear meus amigos, escritores, músicos, poetas e filhos de Itabaiana. Tá certo o negócio. Pode mandar (e cobrar!)”

Benjamim declara que eu sou o compilador-mor (o escrivão, o guarda-livros, às vezes sacristão, às vezes piôi de cabaré) de nossa terra. Mandou um causo de Efigênio Moura (esse sim, um escritor de longo curso) que depois eu conto procês aqui. Tem a ver com a difusora de João do Bode, justamente a instituição de que trata meu livro. A difusora intitula-se “A Voz de Itabaiana”.

Benjamim é co-autor do livro e, portanto, tem culpa no cartório. Esta publicação é o melhor livro de crônicas já lançado na Paraíba nos últimos cinco anos. Quem diz não sou eu, que não tenho o defeito do cabotinismo, mas especialistas no assunto. Pode ser verdade. Ou não. Quer pagar pra ver?

Convite


Convite

O Ponto de Cultura Cantiga de Ninar convida para o lançamento dos livros “O Teatro na terra de Zé da Luz – da União Dramática ao GETI” e “A ovelha Malhada”, do Dr. Romualdo Palhano.

PROGRAMAÇÃO

20:00 – Entrega de diploma de honra ao mérito cultural ao Dr. José Ramos, ao escritor Dr. Romualdo Palhano e ao músico Adeildo Vieira;

20:30 – Apresentação dos livros - Sessão de autógrafos

21:00 – Cantoria com Adeildo Vieira e filhos.

LOCAL: AABB de Itabaiana/PB

DATA: 28 de janeiro de 2011

sábado, 22 de janeiro de 2011

Proibido para menores. Se você é menor, não leia. Se é maior, vá criar vergonha na cara.

O casamento da irmã de Biu Penca Preta

Biu Penca Preta tinha uma irmã moça que atendia pelo nome de Maria de Lourdes. Era doida pra casar, mas não saía do caritó, até que encontrou um rapaz bem intencionado e mal desenhado, tão feio que chegou a ganhar um concurso de feiúra por telefone. As pernas eram cambotas, a boca meio torta e as orelhas de abano. O cabra tinha partes com jumento, dono de uma manjuba maior do que a peia de Penacho, um tarado que andou fazendo medo na cidade Itabaiana.

Porém Maria de Lourdes cismou de casar com o monstro. Queria nem saber.Tava virando vitalina, o fogo já sumindo entre as pernas e nada de casar. Os pais, para proteger a filha, fizeram uma exigência: examinar, medir e avaliar o tamanho da cobra de Zé Preá, o noivo, como garantia da segurança para a assanhada e inocente Lourdinha, menina que nunca nem viu uma estrovenga de perto.

Submetido à inspeção no órgão copulador de Zé Preá, foram constatadas medidas mais ou menos naturais de largura, comprimento e aparência comum, a não ser por uma tatuagem com quatro letras: BUCO.

Na véspera do casamento, a mãe de Lourdinha fez o que ditava o costume de sua geração de mães: deu os conselhos regulamentares e passou o código: “se seu marido ‘coisar’ com você, diga que ele comeu um bife”.

No outro dia, Maria de Lourdes se apresentou meio descadeirada, mas feliz. “E aí, minha filha, como foi a lua de mel?”, perguntou a velha, adiantando que a filha não precisava entrar em detalhes. “Lembre-se do código que a gente combinou”. E Maria:

--- Mãe, Zé comeu três bifes, uma rabada e ainda lambeu a caçarola. E sabe aquelas letrinhas BUCO? Quando aquilo cresceu tava escrito: ADEUS MEU QUERIDO PERNAMBUCO!

Viva o palhaço e viva as meninas do Ponto!

Clévia Paz e o poeta Fernando Cunha Lima. Ela é uma das meninas do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar

VIVA O PONTO DE CULTURA CANTIGA DE NINAR !!!
VIVA AS MENINAS DO PONTO !!! (os meninos também!!!)

Vejo em vocês que fazem o Ponto Cantiga, um dínamo
propulsor e transformador da cultura de nossas gentes.
Parabéns pelo trabalho, pela ação político-social, pela construção do amanhã, do mundo novo, do homem/mulher novos.


Vocês são aqueles que constróem esste futuro de Festa, Trabalho e Pão!

Abraços.

Benjamim – Campina Grande/PB

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Rapaz, que maravilha! Você escreve muito bem. Eu também estou editando um livro com o texto teatral "Vida de Palhaço". Já estou preparado para fazer doações dos livros, caso queira que, pelo menos, uma parte seja lida. O danado é fazer a edição independente, sem ter grana. Mas vamos lá, quem quer faz ou pelo menos tenta, como o diabo.

Um abração e eu gostaria de adquirir um exemplar do seu livro. Comprado, dado ou fiado. Será?

Marcos Freitas – João Pessoa/PB

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

É muita conversa...


Aparição episódica do meu amigo Biu Penca Preta no centro de Itabaiana. Não tive tempo pra Biu, mas anotei seu pedido: “Fábio, o pessoal ta pedindo o livro com minhas piadas. Vê se escreve esse livrinho pra eu vender e arrumar o telhado de minha casinha, que tá caindo!”.

Biu ainda segue pela tangente da vida. Sessentão, sua aparência joga por terra a tese de que cachaça faz mal à saúde. Corado e em forma, Penca agora só pensa em resolver seu problema existencial: para existir precisa de um teto e o dele está prestes a cair. “Tu conhece a história de minha vida, é muita conversa”, afirma ele.

O cara ganhou fama como personagem de potocas em minhas crônicas amenas. Ele pegou gosto pela fama. Já faz parte da paisagem humana e cultural da terra de Aracílio Araújo, “a máquina de fazer forró”.

Meu amigo Biu é um cara que não esquenta com a vida. Bebe muito, não perdoa uma boca livre, só veste bermuda surrada e camiseta de carnavais passados. Marca presença no escritório de Som onde diz que é contador, mas de fato só de piadas, e faz pequenas cobranças.

Professor Zenito um dia convidou Biu para ser ator na Paixão de Cristo, no papel de soldado romano. Ele e Rossi (o Jesus da peça) tomaram todas e assaltaram a geladeira de Zé Tavares. Conseguiram ser expulsos do elenco.

Essas coisas folclóricas... Mas tudo parece conspirar para que eu realmente procure um patrocínio para editar o livrinho de Biu. Nós dois éramos um time. Eu com um violão velho animando bares suspeitos e Biu com sua cara de pau pedindo cachaça e tira-gosto aos eventuais fregueses.

Por ter me dado suporte nas demandas por assunto em muitas croniquetas nesses últimos vinte anos, devo isso ao meu amigo Biu Penca Preta. Vou organizar “As presepadas de Biu Penca Preta no mundo da fuleiragem”, lançamento muito aguardado em Itabaiana e derredores. E farei isso logo, antes que comecem as chuvas. O telhado de Biu na rua do “Escorregou tá na porta” não segura muito tempo...

As meninas do Ponto de Cultura pegaram mais ar do que pneu de trator


Na primeira foto, Joelda Fidelis editando o programa "Resenha Cultural". Embaixo, Adriana Felizardo e Das Dores Neta ralando na mesa de som.

É preciso falar a verdade, dizer as coisas como elas são. O editor do blog faz questão, o leitor gosta, a nação necessita de transparência. Mas ofende, causa mal, é desagradável. Mesmo em um texto de humor, a verdade provoca contrariedade nas pessoas, Alguém já falou sabiamente que nem sempre o riso traduz uma visão positiva das coisas.

O velho Leão disse aqui ontem que as meninas do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar ainda não dominam as técnicas da sonoplastia, edição e produção de áudio e vídeo. Imediatamente recebi umas mensagens da turma reclamando. Disseram que estavam se esforçando, que eu não reconhecia o valor delas, que sou um ingrato e coisa e loisa.

Peço desculpas à rapaziada do Ponto de Cultura por ter exposto as nossas fragilidades. Machado de Assis dizia que o homem é uma errata pensante. Cada dia é uma edição que corrige a anterior. Portanto, apague o que eu disse ontem e escreva que as meninas e meninos do Ponto de Cultura são tampas de furico, como costuma gaiatar meu compadre Tião Lucena. Por muitas razões, sendo a principal delas o fato de que essas pessoas são voluntárias, não recebem nenhuma grana para fazer o trabalho que fazem, estão aprendendo, avançando como cidadãos e como artistas.

Meu compadre Edglês Gonçalves, por exemplo, começou brincando de fazer teatro no Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana e hoje dá aulas de artes cênicas para a prefeitura de São José dos Ramos. Existe uma transformação em marcha, não se iludam. Os rapazes e moças do Ponto de Cultura são os soldados de infantaria desse combate contra a ignorância e a alienação na terra de Abelardo Jurema.

Sobre o Grupo Experimental de Teatro, na próxima sexta-feira, dia 28 de janeiro, na AABB de Itabaiana, o Dr. Romualdo Palhano vai lançar seus livros “O Teatro na terra de Zé da Luz – da União Dramática ao GETI” e “A ovelha Malhada”, sendo que a primeira obra conta a história do nosso coletivo teatral.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

LIVRO ENCALHADO

Meu livro está sendo menos consumido do que carne de porco em hospital. A continuar assim, terei um bom combustível para a fogueira de São João.

Quando a gente ta caipora o azar só vem de ruma

Saco seco não se apruma

Sabão ruim não faz espuma

Quando a gente ta caipora

O azar só vem de ruma

Essa quadra é uma das falas do Diabo, personagem da minha peça “A peleja de Lampião com o Capeta”; Lembrei do verso ontem, em Itabaiana. Visitei a terra de Orlando Otávio para tentar vender meu livro “A voz de Itabaiana e outras vozes” e fui surpreendido pela fortuna adversa. Na chegada, um rapaz montado em motocicleta da Energisa assustou-se com meu carro, freiou e caiu. A polícia foi chamada para mediar o conflito de trânsito. Se bem que colisão não houve, muito menos discussão.

Tudo acertado, preparava-me para a missão de vendedor de mercadoria ruim quando sou abordado por Biu Penca Preta. O matraqueado irmão de João Corninho ofereceu-se para vender os livros em troca de pequena comissão. Fiz ver ao meu compadre Biu a total inoportunidade dessa parceria, por dois motivos: 1) muito provavelmente eu não veria um centavo das vendas; 2) Biu costuma vender as coisas nas bodegas da rua do Carretel e nos bares “pé-sujo” do mercado público, locais onde vender livro seria como fazer negócio com geladeira no pólo sul.

Relembrei a história do marchante em fim de feira na mesma cidade de Itabaiana. O rapaz já se preparava para desmontar a tenda e guardar as carnes que sobraram, quando aparece Biu Penca Preta falando dois quilos de carne fiado. O vendedor: “Biu, eu já tou salgando a carne pra não perder, vou lá vender fiado a tu!”.

Fazendo figa, vou para o estúdio do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar para gravar o programa “Resenha Cultural”. Meus técnicos são todos aprendizes, com um jeitão danado de curiosos, sem conhecimento teórico ou prático de radialismo. Resultado: o dia todo gravando, e no final a coisa desandou, não deu certo.

No fim do dia, vendi um livro. Fiado.

www.fabiomozart.blogspot.com

Repórter Antonio Costta dá notícias da visita dos poetas


Recebo mensagem do poeta Antonio Costta informando sobre a visita da comitiva de poetas e escritores das Academias de Letras do Mato Grosso do Sul e da Paraíba, que estiveram em Pilar e Itabaiana “a fim de fortalecer o intercâmbio literocultural entre os dois Estados”.

Como bons anfitriões, intelectuais das cidades-irmãs recepcionaram os visitantes e os levaram a conhecer o Café Cultural Sivuca, a praça Epitácio Pessoa, o coreto da Praça Manoel Joaquim de Araújo, o busto de Zé da Luz, a igreja Matriz, a casa do poeta Jessier Quirino e a rádio Itabaiana para entrevistas. Só faltou visitarem a casa de Biu Penca Preta no “Escorregou ta na porta”, vizinho à rua do “Vai quem quer”. Em Pilar, visitaram o universo de José Lins do Rego.

Na foto, Roberto Lucena, Tereza Queiroga, Rubênio Marcelo, Fernando Cunha Lima, Antonio Costa e a cantora Zorah Lira.

Sem querer descansar a musa, o poeta Fernando Cunha Lima acunhou esse soneto:

VISITA A ITABAIANA E PILAR


Ao Sivuca eu fui cantar um hino,
Voltar e recantar isto prometo.
Visitei Zé da Luz e o coreto,
Como também o Jessier Quirino.

Fui até ao engenho do menino,
Aonde escrevi o meu soneto,
Senti a vida dum povo discreto,
E na Igreja o soar do sino.

No Pilar aplaudi o seu Zé Lins,
Com homens da cultura e afins.
Sob o comando do poeta Costta.

Somente não tomei banho de rio,
Pois estava no tempo do estio;
Depois eu almocei, pois quem não gosta!!!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Soneto para Itabaiana


Fiquei sabendo da visita de um grupo de poetas à minha Itabaiana, entre eles Fernando Cunha Lima, médico e poeta, primo do também artista da palavra e do improviso Ronaldo Cunha Lima. Li dele a obra “Fernando em pessoa - Poesia de amor e vida", no qual o autor reúne sonetos muito inspirados.

Depois faço um relato mais minucioso da visita da caravana de intelectuais à terra de Arnaud Costa. Estou esperando que minha comadre Clévia Paz ou meu amigo Antonio Costta enviem as fotos do evento, incluindo a vistoria ao busto do poeta Zé da Luz.

O poeta escreveu um soneto, durante sua visita à Itabaiana, que faço questão de divulgar:

“À bela Itabaiana, ao seu povo que me acolheu”

AS DUAS PEDRAS

Na quente Paraíba se aninha
Com seu coreto, praças e igreja,
A vida mansa a todos deseja
De todo o vale sempre é Rainha.

Nossa querida vila ribeirinha,
Do orgulho que cada vulto enseja,
Mostra-se altaneira sertaneja,
De agora em diante já és minha.

Não tem medo da seca, do estio,
Banha-se nas águas do seu rio
E deita-se no verde desta cana.

Cidade verdadeira cidadela,
De vultos e heróis de vida bela,
Impõe-se a nós a forte Itabaiana.

SENTARAM O PAU NO LEÃO


O saudável exercício da crítica e da descompostura


“Você é do tipo de gente que esconde por trás de textos pretensamente humorísticos e brincadeirinhas sobre seres humanos uma inaptidão e fobia social. Tenho medo de pessoas assim. E sinto pena. Muita. Porque, no fundo você deve ser um cara que não sabe o que é gentileza nem afeto. Um sujeito que não compreende as pessoas. Um frustrado”.

Quem assim pensa do velho Leão é uma leitora por nome Cecília, depois de ler sobre o "Clube das mulheres cafajestes". Sem querer ser grosseiro - já sendo – de minha parte acho você uma mulher que sofre sérias frustrações, mal amada e mal vivida, além de tudo burra. O que eu faço aqui é literatura, mesmo ruim. Meus personagens não são alter ego do autor.

Confesso que gosto dessa interação com os leitores. Publico esta crítica, mas também confesso que não costumo divulgar os comentários negativos enviados à Toca. No entanto, a leitora bateu pesado com a massa do ridículo, merecendo destaque.

Racionalmente falando, entendo que as pessoas façam leituras diversas das obras de arte, até mesmo sobre crônicas banais e sem inventividade como essas que publico por aqui. No caso da Cecília, convoquei a psicóloga Madame Preciosa que deu seu veredicto: é um caso típico de inveja. Trata-se de mais uma mulher que tem inveja dos homens. Solteirona, ela sofre porque, no caso dos homens, ser solteiro é sinal de masculinidade e energia. Os homens carecas e de cabelos grisalhos são vistos como charmosos. Já ela, com sua barriguinha de meia idade, rugas e celulite, vive triste, sem sexo e sem perspectivas.

Não concordo com a Madame. Tanto homem quanto mulher podem ser idiotas, insensíveis e preconceituosos. E tanto um quanto a outra nasceram pra ser livres. Se cada um constrói sua própria prisão existencial, aí já são outros quinhentos.

Em todo caso, obrigado Cecília por você se importar com o que escrevo, bem ou mal. Não deixa de ser motivador.


OUTROS COMENTÁRIOS:

Conceição Ramos tem 66 anos, mora em Curitiba, Paraná; “Valeu por tudo e principalmente pelo poema de Florbela”.

“Porra, o cara é bom mesmo. Além de escritor, ainda entende de mulher, coisa que nunca consegui. Aos 19 anos de idade, tentei entender e quase morri... DE VELHICE!” – Erasmo Souto Camilo – Recife-PE