terça-feira, 31 de maio de 2016

Prefeitura esconde canal poluído no trajeto do revezamento da Tocha Olímpica


Pela velha rua do cabaré está programada a passagem da Tocha Olímpica com seu séquito de desportistas, falsos atletas, rufiões da imprensa, leões de chácara dos patrocinadores, políticos e outros aproveitadores do momento midiático inédito na cidadezinha. Bíceps decadentes, outros nem tanto, carregarão a Tocha Olímpica por ruas injetadas por medidas urgentes de maquiagem urbana. Exercício cínico de dissimulação. Uma pintura aqui, um buraco tapado ali, fiteiros decadentes, esgotos a céu aberto e sujeiras devidamente retirados ou mascarados. A gente tem a leviandade de achar que a simulação é necessária, para a cidade não fazer feio perante o mundo, que é tudo pelo bem de nossa imagem, embora falseada. É um exercício estranho esse de tentar enganar com encenação grosseira uma realidade emporcalhada e indecente.
Na ponte do canal, ergueram um muro. O canal é um esgoto putrefacto, fonte inesgotável de moléstias. Com o muro, esperam esconder a sujidade e a degradação ambiental que corta a cidadezinha. Não se trata de inventar uma estória para convencer sobre alguma coisa. É algo assim como defecar e colocar uma flor sobre o excremento, para fazer crer tratar-se de algo atraente e harmonioso. O alcaide até já decretou: não serão permitidas manifestações negativas. Todos devem fingir viver numa cidade higiênica e bem tratada. Ilusionismo fútil, superficial. No palanque, o alcaide falará muito, mas pouco dirá. Não dirá coisa nenhuma, na verdade. De tal forma que, hoje em dia, sua palavra vale menos do que os coliformes fecais que fluem no canal pútrido.
Aliás, para ser franco, penso que toda essa festança cumpre o papel de encobrir nossa crise. Não só os canais sujos, a falta de esgotamento sanitário, o caos urbano. Mas a crise moral, ética, tampada pelas cores escandalosas de um evento patrocinado por um refrigerante insalubre, símbolo maior do consumismo e do poder do mercado. Nossas vergonhas e indignidades aparecem todas arranjadinhas para dar bem na vista e aparecer na televisão. Sei que estou sendo incomodativo e importuno. Paciência. É como diz compadre Ameba: “eles são todos canalhas mentirosos e não querem que a gente tome nota. Eu tomo, sim”. 

domingo, 29 de maio de 2016

Show de poetas da Academia de Cordel quer juntar música, teatro e poesia


Sander Lee, Fábio Mozart e Thiago Alves produzem e atuam no espetáculo

A primeira edição do show “Cordel do Fogo Apagado”, uma iniciativa da Academia de Cordel do Vale do Paraíba, pretende unir música, teatro e declamação de poesia popular. O espetáculo terá participação dos poetas Sander Lee, Fábio Mozart, Márcio Bizerril, Thiago Alves e do violonista Magno Carvalho. O espetáculo está em fase de montagem, com previsão de estreia em julho de 2016, provavelmente no Teatro Municipal Santa Catarina, em Cabedelo.

Para Márcio Bizerril, que é poeta, repentista e pintor, a performance servirá como cartão de apresentação da própria Academia, composta de artistas que mexem com muitas linguagens. “Vou chegar com minha mala de causos, quadros e bonecos, monto meu picadeiro e rasgo o verso, conto algumas mentiras e duas ou três verdades, vendo folhetos e pomada para dor de corno e convido a plateia para entrar no mundo mágico da cultura popular nordestina”, explica Bizerril.

Sander Lee, que é presidente da Academia de Cordel do Vale do Paraíba, também é ator de teatro e declamador. “No show, vamos cantar e declamar, sendo que mostraremos alguns esquetes teatrais baseados em folhetos de cordel e na poesia de Zé da Luz, meu conterrâneo de Itabaiana”, disse ele.

Fábio Mozart é diretor teatral e também participa da performance. “No começo, vou logo explicando que o show se chama ‘Cordel do fogo apagado’, porque a gente ta fazendo uma brincadeira com o nome daquela banda de Arcoverde, o Cordel do Fogo Encantado, que fazia um espetáculo basicamente de poesia com música no meio e um tiquinho de presepada teatral”, expõe Mozart.

O violonista Magno Carvalho pretende inserir seu instrumento no conteúdo narrativo do espetáculo. “Na verdade, este show tem como principal objetivo festejar os encontros, a comunhão que a arte propicia, juntando velhos amigos artistas para cantar e declamar, numa brincadeira coletiva que faz parte, também, da comemoração dos quarenta anos de atuação do Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana”, disse Magno. 

POEMA DO DOMINGO


A casa

         A gustavo fernandes de lima sobrinho

Há quatrocentos anos
eu sonho
uma casa no mundo
varanda dos lados
wc com luar
ruas refulgentes
poltronas & sofás.

há quatrocentos anos
eu sonho
uma casa marítima
alcova com beira-mar
padarias & jardins
vulva crepuscular

casa que é bar
vulgata vulgívaga
retreta lunar.

mercearia
com pomares em órbita
e sonoros pardais
ou um negro coagido
por uma confederação
de poetas marginais

há quatrocentos anos
eu sonho

uma casa em desvario   
sala de estar com sol poente
zoológicos & rios.

terraços com auroras boreais
um porsche movido
a sonho
cocas & guaranás.

casa que é mundo
rolando em mar profundo
casa que é casa
com uma manhã cada manhã
nascendo no ar na selva
casa trágica onde habitam
feras intramuros.

há quatrocentos anos
eu sonho
Um home sweet home
londres paris
montanhas carnavais
boulevards colibris.

há quatrocentos anos
eu sonho
uma casa erigida
sobre a areia do sonho.

Águia Mendes








quinta-feira, 26 de maio de 2016

MULTIMISTURA ESTÁ NO AR


O programa mais fulero do Brasil já caiu no agrado da galera que gosta de um bafafá. De formas que o MULTIMISTURA, com seu esquema nada convencional, já é o programa mais ouvido no rádio web paraibano.

Aqui não é o Congresso Nacional, mas você encontra muito humor, sacanagem e outras inconsequências, que é a base de nossa sabedoria.

Escute no RadioTube os quatro blocos da semana, com os indefecáveis Fábio Mozart, Dalmo Oliveira, Beto Palhano e Ivaldo Gomes:





quarta-feira, 25 de maio de 2016

O velho Mozart está de volta

Mozart e Manuel Batista
Fábio Mozart foi um cara que por aqui passou, meio louco, meio sereno, meio avoador, meio excêntrico, meio líder, meio sério, meio violador de costumes.
Deixou marcas. Suas manias alucinatórias de construir pontes entre o sonho e a realidade produziram peças teatrais, campeonatos de futebol, rádio comunitária, jornais, jograis e que tais. Na sombra de sua humanidade, demos sopa às crianças famintas e caminhamos por estradas férteis de generosidade.

Bateu de frente com os tradicionais que nem o cumprimentavam na rua. Execrado pelos conservadores, foi querido pelas putas, pelo rapaz do violão, pela população marginal das periferias, pelos simples, o povão, aquela massa que nem imagina a força que tem.

Deste modo, vivemos um tempo vário, como é cheia de variedades a vida do Mozart, condutor de suas atitudes pelos caminhos e descaminhos do viver sob pressão da boa consciência, atenuado todo o excesso do boêmio, do polemista e do radical nem tão chique.

Mozart habitou entre nós por doze anos, na minha Mari dos Luna Freire. Quando partiu, nosso amigo comum, Chapéu do Correio, que Deus o tenha, inventou esta quadrinha:

Fábio Mozart vai embora
Da cidade de Mari
O copo no bar não ri
Até a garrafa chora.

Agora, ele volta para reeditar sua peça “Mari, Araçá e outras árvores do paraíso”, que será apresentada no aniversário da cidade, em setembro próximo. Mais um presente desse operário da cultura à nossa cidade, ele que é uma mistura de artista e ativista a serviço da sociedade. Aqui, um registro: Mozart fez por nossa cultura, em doze anos, o que a maioria dos gestores públicos e seus desarranjos mentais não fizeram em toda história de Mari.

No dia da estreia da peça, estarei na primeira fila. Conheço o texto, assisti à primeira versão do espetáculo em 1990 e garanto: Fábio soube ser fiel às tradições e à legitimidade de nossa história. Bravo!


Manuel Batista
Radialista e produtor cultural


terça-feira, 24 de maio de 2016

Grupo teatral prepara espetáculo para comemorar quarenta anos

Da esquerda para a direita: Luiz Carlos Cândido, Adriana Felizardo, Fábio Mozart, Jacinto Moreno, Pedro Osmar, Marcos Veloso e Márcio Bizerril

No próximo mês de agosto, o Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana (GETI) faz quarenta anos. Para comemorar o aniversário, o grupo iniciou montagem da peça “Mari, Araçá e outras árvores do paraíso”, adaptação de texto de Fábio Mozart, com direção de Marcos Veloso. “A ideia é contar a história da fundação de uma cidadezinha paraibana, com foco na sua cultura e nas pessoas que lutaram por ideais de liberdade e justiça”, afirma Veloso.

A montagem tem a participação do poeta cordelista Márcio Bizerril e do veterano ator Oriebir Ribeiro, além de Adriana Felizardo, Adriano Henrique Ribeiro e Jacinto Moreno, com dramaturgia e produção de Fábio Mozart e assistência de direção de Luiz Carlos Cândido.

O Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana foi fundado em 24 de agosto de 1976 em Itabaiana-PB, e tem priorizado montagem de espetáculos comprometidos com a cultura nordestina. Para marcar os 40 anos, o grupo optou por focalizar a cidade de Mari, na microrregião de Sapé, que ficou conhecida pelos conflitos agrários nos anos 60/70. “Cada cidadezinha desse país tem uma historia diferente pra contar. Cada pedaço de chão traz consigo uma tradição, uma cultura diferente. A riqueza vegetal, que foi a base da economia do Nordeste na época da colonização portuguesa, foi o chamariz para o avanço dos colonizadores em busca do cedro, do jacarandá e outras madeiras nobres, fundando vilas, expulsando os índios e criando a civilização das várzeas da Capitania Real da Paraíba, que depois gerou o latifúndio e os conflitos agrários. Enfim, conhecendo a história de Mari, temos uma espécie de padrão da própria história da Paraíba”, explica Mozart.

A peça tem patrocínio do Fundo de Incentivo à Cultura Augusto dos Anjos (FIC), Secretaria de Cultura da Paraíba, Funarte e Governo Federal.


segunda-feira, 23 de maio de 2016

MULTIMISTURA - BLOCO 4


Tiraram a “operação Lava Jato” da mídia, mas nós estamos de olhos e ouvidos abertos.
MULTIMISTURA, comunicação democrática na Rádio Web Zumbi dos Palmares.
--- Denúncia de censura política em rádio web da Paraíba ligada à Universidade Federal da Paraíba;
--- Dalmo ainda fala do encantamento da festa dos cinco anos do “Alô comunidade” no sítio Jacaré, em Pilar.
Ouça a gravação do programa neste link:

Fogo eterno

O avô de Ravi apresentando o Botafogo ao pirralho

Todas as noites eu penso em tempos de bem virá, como na canção de Geraldo Vandré, e faço oração silenciosa a uma divindade não neurotizante para que sejam ditosos os futuros dias das minhas pessoas e instituições queridas, quando seu tempo não for o meu tempo, mas que de alguma forma eu esteja perpetuado na genética dos parentes ou na corrente eterna dos adeptos das paixões inexplicáveis por um time de futebol, por exemplo.
A gente se inventa e se descobre humano quando interage com esses apegos. Mesmo embalado na minha desesperança e falta de fé na humanidade, uma miragem profícua mostra os dias de amanhã mais felizes para os que são sagradamente meus.
Resumindo: cinquenta anos depois que eu morrer, ninguém se lembrará de mim, mas meu neto Ravi certamente estará dando seu esforço para melhorar o mundo e meu glorioso Fogão estará seguindo sua trilha de imortalidade esportiva. 
A nossa geração, que passou por tantas provações, tem o dever de pensar no futuro com esse olhar crédulo. Enquanto isso, ficamos aqui gemendo as dores da idade, mas ainda aprendendo, lendo, colecionando camaradas, gritando gol e fluindo a afeição dessas criaturinhas milagrosas como só sabem ser os pirralhos. 
Um dia alguém me chamou de intelectual engajado. Na hora fiquei ancho, sem que percebessem minha ignorância. Não sabia o que era um intelectual engajado. Fui no “pai dos burros” (na época não tinha o “pai” eletrônico) e me abismei: engajado significa aliciador, subornador. Chamaram-me de corruptor e eu agradeci, vaidoso e afetado. 

Outro dia acordei e tinha sessenta anos. Percebi na ocasião que eu não sou intelectual, poeta talentoso ou sabedor do beabá de qualquer ciência do conhecimento humano. Sou apenas um sobrevivente da terceira idade arrumando as malas para atravessar o grande rio. À margem, deixo uma carga considerável de encantamentos e ideais, alguns concretos, muitos sonhados. De tangível, apenas os seres procriados que continuarão a linha ascendente da dinastia Mozart. É uma profanação não me sentir grato por esses prodígios da vida.


domingo, 22 de maio de 2016

POEMA DO DOMINGO


Voz silenciosa

Calaram as vozes
e gemidos.
Os voos traduzem a canção
ferida dos pássaros.
Não lhes deram
ouvidos.

O homem, a formiga.
O homem, os pássaros.
O homem não entende
nenhuma canção,
nenhum grunhido.

O homem não entende
o idioma do homem.
O homem está só.


Margarita Solaris Pascual


sábado, 21 de maio de 2016

Mensagem de Margarita Solaris, esposa de Otto Cavalcanti

Caro Fábio,

Primeiro, como sempre, tendo em conta seu esforço em prol da cultura de Itabaiana e da Paraíba, dar-lhe os parabéns, com nosso agradecimento .

Eu também estou envolvida nesse país que é o Brasil, pois meu filho, Pablo Manyé (Catalão de Barcelona) é professor de Arte na Universidade Estadual do Cariri no Ceará, onde mora há cinco anos com Carolina Campos, sua mulher cearense, advogada e professora na Universidade de Fortaleza.

Morei durante 16 anos no Brasil em diferentes épocas com meu marido, que você sabe que é itabaianense. Por todas estas razões, estou envolvida e continuo lutando pela cultura nesse Brasil, onde as autoridades costumam dar as costas aos promotores e criadores. É duro, eu sei – e parece que agora piorou, pois estão tendo como modelo o mercado dos EEUU, principalmente em São Paulo, segundo me conta um amigo: “Começamos imitando Paris, modelo que abandonamos para a imitação de Nova York. Agora, não é nada estranho a SP Art vender, em sua abertura, um quadro de Beatriz Milhazes por R$ 16.000,000,00 (dezesseis milhões de reais), em plena crise”.

Estou lhe escrevendo também para pedir-lhe, por favor, que nos fizesse um resumo dos resultados da exposição das obras de Otto na Paraíba. Temos lido alguns comentários gerais sobre a mostra e ficamos muito felizes. Otto se emociona quando pensa na sua terra. Gostaríamos de voltar, claro, mas eu fico assustada pelas carências na saúde pública. A particular nem se fala e os planos de saúde são caros e não são bons. Para nós que temos muitos anos de idade, o preço é exagerado. Em Barcelona estamos bem, com apoios, mas Otto quer voltar.

Gostaria também de lhe dizer que, das obras que lhe enviamos, não pretendemos dinheiro. Queremos que fiquem para você, pessoalmente, umas obras que justifiquem seu trabalho e o restante pode dispor para que continuem rodando em exposições pela Paraíba para divulgar a obra de Otto e que atinja ele um dia o lugar e o prestigio que merece. Também poderá fazer uma doação a instituições que, a seu critério, considere importantes como referencia.

Enviamos um forte abraço,

Otto Cavalcanti e Margarita –


PS - (...e se um dia decidir viajar a Barcelona, não esqueça que lhe estamos esperando. Sempre terá nossa hospitalidade na nossa casa.)

quinta-feira, 19 de maio de 2016


Nesta sexta-feira, 20 de maio de 2016

EXPOSIÇÃO DE ARTE NAIFF DO PINTOR MARCIO BIZERRIL
LANÇAMENTO DO CORDEL “BIU PACATUBA”, DE FÁBIO MOZART

LOCAL – Gazzeta Café – Av. Almirante Tamandaré, 664 – Tambaú – João Pessoa-PB

HORA – 19h30

(Entrada franca)


Poeta Fábio Mozart lança folheto de cordel em João Pessoa nesta sexta-feira (20)

O poeta cordelista Fábio Mozart, pernambucano residente na Paraíba há cinquenta anos, lançará no dia 20 de maio, sexta-feira, seu folheto “Biu Pacatuba, um herói do povo paraibano”. O evento acontecerá no Gazzeta Café às 19h30, na Avenida Almirante Tamandaré nº 664, em Tambaú, João Pessoa, juntamente com a exposição de arte naif do artista plástico e também poeta cordelista Márcio Bizerril, ambos da Academia de Cordel do Vale do Paraíba.
O folheto “Biu Pacatuba – um herói do nosso tempo” conta a história de Severino Barbosa, primeiro presidente das Ligas Camponesas em Sapé. Pacatuba  foi vítima da ditadura militar, sofrendo prisões e perseguições pelo regime de força. O trabalho recebeu o Prêmio Patativa do Assaré de Literatura de Cordel, patrocinado pelo Ministério da Cultura.
A exposição de Márcio Bizerril mostra seus mais recentes trabalhos dentro dessa expressão artística espontânea e com plena liberdade estética, “a arte livre de convenções”, como definem os seus seguidores. A Arte Naiff de Bizerril é produzida utilizando temáticas regionais, “sem técnicas, regras ou dogmas” dentro da criação individual deste artista multifacetado, que também atua como intérprete teatral, estando escalado na peça “Mari, Araçá e outras árvores do paraíso”, trabalho que está sendo montado para comemorar os quarenta anos do Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana (GETI), sob a direção de Marcos Veloso e roteiro de Fábio Mozart, com Oriebe Ribeiro, Normando Reis e Jacinto Moreno. 

terça-feira, 17 de maio de 2016

Músicos itabaianenses lideram quarteto destacado na cena musical da Paraíba


O baixista Max Mozart e o saxofonista Arnaud Neto, de origem itabaianense, conduzem a Classic Band, formação composta ainda por um baterista e um tecladista que executa o piano digital. A banda vem alcançando notoriedade na cena musical da Paraíba. “É algo diferente de tudo o que você já ouviu, com um show intimista composto de repertório que compreende jazz, soul, bossa, mpb, choro e muitos números internacionais de qualidade”, comenta Mozart. Ele destaca anda a fusão do jazz com a bossa nova como marca do grupo.

Com essa sonoridade sofisticada, a Classic Band tem obtido notoriedade, tocando em eventos e criando um clima perfeito, onde os convidados interagem ao som leve e elegante da banda. A Classic Band já atuou em diversos eventos corporativos em sua curta trajetória musical, atendendo a diversos setores do mercado.

Na agenda dos músicos, o próximo evento ocorrerá no dia 25 de maio no auditório 412 do CCHLA da Universidade Federal da Paraíba, às 17 horas, quando tocarão no lançamento do livro “Uma homenagem a Violeta Formiga e outros escritos”, da escritora também itabaianense Jandira Lucena. Na oportunidade, a UFPB entregará certificados de honra ao mérito e gratidão aos servidores aposentados do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes.  

sábado, 14 de maio de 2016

POEMA DO DOMINGO



ECLIPSE LUNAR

Oh, lua linda e morena
De face rubra e dourada
Lua tímida e peregrina
De uma noite enluarada
Por que escondes tua face
Na noite tão esperada?

Lua hoje tão ingrata
Depois de ser tão amada
Tantas noites te esperei
No campo, rua ou calçada
De mim hoje te escondes
Na noite tão esperada.

Lembra as tardes de verão
Naquela praia sagrada
Onde eu sentava na areia
Ao lado de minha amada
Pra te esperar paciente
Na noite tão esperada?


Thiago Alves (Da Academia de Cordel do Vale do Paraíba)

A arte como recuperadora de sentimentos perdidos


Otto Cavalcanti nos lega uns quadros, litografias e desenhos, reunidos na exposição “De Itabaiana À Catalunha”, aberta até o dia 2 de junho na Galeria de Arte Archidy Picado, do Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa. O artista, hoje vivendo na Espanha, desejava que um pedaço do seu acervo fosse visto pelos seus conterrâneos da contemporaneidade. Dos quase duzentos visitantes registrados até agora no livro de frequência da exposição, apenas uma pessoa de sua terra, um rapaz de nome Fábio, morador de Campo Grande, conforme fez questão de anotar.

Aos oitenta e seis anos, Otto Cavalcanti estreia na Paraíba, pelo meu esforço pessoal na condição de comissário e conservador das obras do artista, reunidas nesta exposição. Agradecendo aos poetas Thiago Alves e Márcio Bizerril pela concepção e montagem, além de Edilson Parra, da Funesc, pela execução do evento. Sem esquecer a pintora e poeta Jandira Lucena, pela contribuição técnica e financeira no transporte e conservação dos quadros.

Tenho certeza plena de que muitos itabaianenses gostariam de ter contato com esse acervo. É, de fato, minha intenção levar a exposição para Itabaiana, movido pelo desejo de Otto de que seu trabalho seja visto pelas novas gerações. Talvez nem tanto entendido, porque uma obra de arte não tem nem carece de uma explicação. Cada olhar desnuda uma formação expressiva singular. As peças de Otto remetem à sua individualidade artística isolada.


O livro de frequência registra visitantes de Caruaru, Cuiabá, São Paulo, Princesa Isabel na Paraíba, Fortaleza, Campina Grande, Sapé e até de Santa Catarina, reflexo da onda de turismo cultural na capital da Paraíba do Norte. Uma das “assinaturas” chama a atenção. A pessoa desenhou alguns círculos e escreveu: “Juliano Moreira”. Certamente um interno do Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira em passeio. Esse alguém, talvez portador de transtorno mental, viu os quadros de Otto e fez questão de anotar sua passagem pela exposição. Não quis assinar o nome. Talvez perdida a individualidade pela desorganização mental, o paciente tem na instituição que o acolhe a sua referência de vida. Não sei. É possível que sim, ou que não. O que fica claro é que o Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira faz um trabalho efetivo de recuperação social dos seus internos. Muito bom saber que os sintomas de loucura foram, de alguma forma, substituídos por sentimentos de satisfação diante da beleza estética. 

Exposição de Otto na Fundação Casa de José Américo.



sexta-feira, 13 de maio de 2016

MULTIMISTURA - BLOCO 3


Pablo Scobá

VIOLÊNCIA URBANA É A TÔNICA DESTE BLOCO


--- Pablo Scobá abre o bloco com a música “Tudo pelo poder”

--- Ivaldo fala sobre as circunstâncias da morte do Pablo Scobá. De quebra, falam sobre o abandono do centro histórico, que precisa de um esquema de segurança pública na área.

--- Em dois anos, Ivaldo Gomes já sofreu dez assaltos no bairro Bancários.

--- Dalmo conta sobre abordagem ilegal da PM sofrida por sua filha.

--- Fabiana Veloso fala sobre o “golpe midiático”

OUÇA NO RADIOTUBE:

quinta-feira, 12 de maio de 2016


“O Brasil tem um longo passado pela frente” – (Millôr Fernandes)

MULTIMISTURA - BLOCO 2


Fábio Mozart, Dalmo Oliveira, Fabiana Veloso e Ivaldo Gomes no MULTIMISTURA.

Alguns assuntos ventilados e flatulados neste bloco:
--- Marcos Veloso produz filme sobre pessoas portadoras de deficiências motoras. (Nada a ver com política de Jota Pessoa);
--- A grande comédia de Waldir Maranhão e sua turma no Congresso dos Ratos.

Ouça no RadioTube:


quarta-feira, 11 de maio de 2016

MULTIMISTURA - BLOCO 1 DA SEMANA


MULTIMISTURA, um programa que é merda pura, segundo 
o canalha Ameba, da banda podre dos nossos raros
ouvintes.

Ouça neste bloco: a galera ecoa denúncias contra o prefeito 
Luciano Cartaxo, de Jota Pessoa: os abalizados analistas 
políticos de fundo de quintal continuam comentando o golpe 
na republiqueta de bananas.


Ouça no RadioTube:

Grandeza necessária de espírito

Ivaldo com o neto

Eu acho que tem um belo significado essa singela ação de um homem sair de sua casa no seu carro, rodar oito quilômetros para chegar em outro ambiente e passar duas horas gravando mensagens de luta e de fé no povo brasileiro. Isso numa rádio web que não tem nenhum status e quase não é ouvida, sem receber absolutamente nada pelo seu trabalho. Sabe aquela história do passarinho que carregava pingos de água no bico para apagar o incêndio na mata? Pois é. Esse homem imagina que esteja fazendo a sua parte. Só que ele não quer apagar incêndio, e sim inflamar mentes, atiçar vontades numa perspectiva da afirmação da democracia.  
Falo do compadre professor Ivaldo Gomes, mestre do Yoga e paladino da liberdade total para seus semelhantes. No descompasso em que se vive nesse momento acidente no Brasil, pessoas como Ivaldo, no seu ofício de Don Quixote, despertam ou avivam nossa esperança de melhorar a sociedade.
A postura dele casa com a paixão do nosso pequeno grupo pela comunicação solidária e comunitária, sem distanciamento crítico e sem frescura de imparcialidade. Nossa galera tem lado e briga pelo seu time. Somos a favor da liberdade e da justiça social. A paixão domina as ações do coletivo da Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares, e isso implica em doação pessoal para manter vivo um projeto de comunicação popular que já dura mais de trinta anos. Não somos radialistas nem jornalistas. Não trocamos nosso tempo de serviço por remuneração. Pelo contrário, investimos nosso tempo e até os parcos recursos pessoais para tocar o projeto da rádio e do jornal, além de outras atividades.
Agora mesmo estamos nos preparando para chegar à comunidade do Jacaré, zona rural de Pilar, às margens do Rio Paraíba, tentando desenvolver um trabalho que resgate a autoestima daquela população ribeirinha, na perspectiva de montagem de uma rádio comunitária. Será no próximo domingo, dia 15. A caravana da Zumbi segue sob a direção do jornalista Dalmo Oliveira. Completam o time o poeta Bizerril, Ivaldo Gomes, eu e Beto Palhano, o cigano. Uma galera que compreende a vida e seus caminhos com grandeza de espírito. 

domingo, 8 de maio de 2016

POEMA DO DOMINGO


Coisas de mãe


A mãe é pirlimpimpim
Não tem começo nem fim.

Pode, entretanto, prover
Um mundo de bem querer.

O filho destrambelhado
Constrói um carma pesado.

Mas a mãe, com segurança,
Barra do céu a vingança.

Nessa ternura contida
Ela espreita toda a vida.

Mesmo a insana semente
A mãe embala contente.

Aos ternos ouvidos seus
Chegam as verdades de Deus.

Das contas de exceder
A mãe declara entender.

Exceder ao amor bruto
Em estado absoluto.

E mais da mãe eu diria
Se não fosse sua cria;

Criador não se mensura
Aos olhos da criatura.


Fábio Mozart (Do livro "Laranja romã")